A partir da próxima segunda-feira (25), a Caixa Econômica
Federal irá financiar imóveis de até R$ 3 milhões, o dobro do limite de
financiamento em vigor até agora, de R$ 1,5 milhão; como a regra adotada pelos
bancos exige que a prestação mensal não comprometa mais de 30% dos rendimentos,
é possível calcular que apenas indivíduos com rendimento mensal acima de R$
96,5 mil conseguirão tomar o crédito, o que corresponde ao 1% mais rico no
Brasil; ex-ministra Miriam Belchior, que também presidiu a Caixa, disse que a
instituição agora é dos ricos: "o recurso sendo usado para imóveis de
valor muito mais alto, enquanto que a população que mais precisa fica sem
alternativa", afirmou; segundo o escritor e colunista Marcelo Rubens
Paiva, a ação de Temer é “questão de classe”
22 de Julho de 2016 às 08:12 // Receba o 247 no Telegram
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247 - A partir da próxima segunda-feira (25), a Caixa
Econômica Federal irá financiar imóveis de até R$ 3 milhões, o dobro do limite
de financiamento em vigor até agora, de R$ 1,5 milhão. A medida é acessível
para apenas o 1% mais rico no Brasil.
Os novos limites para imóvel de R$ 3 milhões levam em conta
80% do valor financiado, prazo de amortização de 420 meses, e taxa de juros
efetiva de 12% ao ano mais TR.
Como a regra adotada pelos bancos exige que a prestação não
comprometa mais de 30% dos rendimentos, é possível calcular que os indivíduos
ou casais com rendimento mensal acima de R$ 96,5 mil conseguirão tomar o
crédito nas condições limites autorizadas na nova linha, de acordo com cálculo
feito em reportagem de Fernando Torres.
A linha de financiamento vigente até o fim desta semana
financiava no máximo 70% de imóveis de até R$ 1,5 milhão. A parcela máxima
nesse caso chegava a R$ 12,85 mil, com um rendimento mensal familiar acima de
R$ 42,8 mil.
A mudança tem sido bombardeada pela opinião pública, já que,
na contramão, o presidente interino Michel Temer suspendeu novas contratações
do programa de moradia Minha Casa, Minha Vida.
Em entrevista ao site Conversa Afiada, a ex-ministra Miriam
Belchior, que também presidiu a Caixa, disse que a instituição agora é dos
ricos:
"Tenho só a lamentar que um banco público como a Caixa
mude a sua orientação e passe a fazer financiamento de um montante tão alto.
Imagine o que é um imóvel de R$ 3 milhões, que se localiza, por exemplo, numa
cidade como São Paulo. Quantos quartos ou suítes, quantas vagas de garagem. E a
gente sabe que 80% do déficit habitacional do país fica na faixa de até três
salários mínimos. O recurso sendo usado para imóveis de valor muito mais alto,
enquanto que a população que mais precisa fica sem alternativa", afirmou.
Segundo o escritor e colunista Marcelo Rubens Paiva, o novo
lema de Michel Temer é "Minha Mansão, Minha". No Twitter, ele disse
que a ação de Temer é “questão de classe”.
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