O senador Magno Malta (PR-ES), criador do projeto de lei apelidado de
“Escola sem partido”, recebeu R$100 mil reais ilegalmente da fabricante de
móveis Cozinhas Itatiaia, conforme apontam trocas de e-mail entre diretores da
empresa.
O repasse não declarado teria ocorrido em 2014, sendo encoberto pela
Itatiaia em uma nota fiscal de pagamento de serviços de consultoria à Vix
Consulting, pertencente ao empresário Hugo Gabrich.
Em e-mail de julho de 2014, Gabrich descreve a Victor Costa, presidente
da Itatiaia, o cenário político do Espírito Santo, estado pelo qual Malta é
senador e onde a empresa de móveis havia recentemente instalado sua segunda
fábrica, tendo recebido incentivos fiscais. Gabrich aponta nomes “viáveis” para
o cargo de governador, entre os quais Malta, sua esposa Lauriete e o deputado
estadual Marcelo Santos (PMDB). Costa responde que não tem dinheiro para todos:
“não posso dar mais para deputado estadual que para senador”, mostrando sua
prática de comprar políticos em vários níveis de poder.
Em outros e-mails, os diretores da Itatiaia mostram que Malta utilizou
duas vezes o jatinho da empresa: em 2012 para uma viagem entre Vitória e
Aracaju, e em 2013, para um voo entre Brasília e São Paulo. O senador, por sua
vez, declarou “que não são nenhuma ilegalidade” os voos no jatinho da empresa,
e que essas viagens foram para a realização de palestras “sobre o combate à
pedofilia, a redução da maioridade penal e a luta contra a legalização do uso
da maconha”. Já Victor Costa disse que emprestava o jatinho para que Malta
fizesse atividades relacionadas à igreja que frequentavam.
Enquanto tentam aprovar o projeto “Escola sem partido”, uma verdadeira
mordaça nos professores, políticos como Malta fazem do Estado um balcão de
negócios para empresários e setores conservadores, usando seus mandatos para
propagar ideias reacionárias, como a redução da maioridade penal e o
proibicionismo. É cada dia mais evidente que a discussão política que querem
proibir na escola com esse projeto de lei é a que questione o sistema
capitalista e os partidos burgueses, que estão a serviço das empresas e prontos
para atacar os trabalhadores e a juventude. Malta e seu projeto de lei são mais
dois ícones reacionários que nossa mobilização precisa combater.
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