FNDC e Frente
Brasil popular convocam e organizam ato contra o golpismo midiático, que será
realizado em vários estados nesta quinta (5/5). Confira os locais.
Está mais do que evidente a
participação dos meios de comunicação do Brasil na construção e defesa do
processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Com um sistema de
mídia concentrado em poucos grupos econômicos, a cobertura da crise política e
dos casos de corrupção tem sido seletiva e desequilibrada. De um lado, o foco
quase exclusivo na desmoralização do PT e do governo; de outro, os casos de
corrupção envolvendo os adversários políticos do governo são praticamente
ignorados ou, quando muito, tratados com superficialidade.
O principal efeito disso pôde ser
visto nas manifestações pró-impeachment, estimuladas de forma ostensiva pela
imprensa ao longo do último ano. Além disso os protestos contrários ao
impeachment, que é classificado pela imprensa internacional e por diversos
analistas como um golpe contra a democracia, foram praticamente invisibilizados
e deslegitimados pela mídia.
Frente a isso, o Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação (FNDC) e a Frente Brasil Popular (FBP) promovem o
Dia Nacional de Luta contra o Golpismo Midiático, neste 5 de maio, com atos e
manifestações em todo o país. O principal objetivo dessas manifestações é
denunciar como o monopólio privado nas comunicações, representado
principalmente pelas Organizações Globo, fere a nossa democracia, a liberdade
de expressão e o direito à comunicação.
Monopólio é golpe porque:
1- Não reflete nossa diversidade
No Brasil, apenas seis famílias
controlam mais de 80% do setor de mídia. Isso faz com que diferentes visões de
sociedade não se reflitam na programação das emissoras, prevalecendo um
discurso único, o que viola o direito à comunicação e a liberdade de expressão
do conjunto da população brasileira. Não é à toa que países com democracias
consolidadas, como EUA, França, Inglaterra e Alemanha possuem mecanismos de
regulação para impedir a formação de monopólios na comunicação e garantir
pluralidade de vozes na mídia. O domínio da esfera pública midiática por uma
única empresa, como no caso da Rede Globo, é destrutivo para qualquer ambiente
democrático.
2- Desrespeita o interesse público
A mídia no Brasil é tratada como
atividade privada com finalidade comercial, em que o interesse público fica em
segundo lugar. Outro aspecto é a apropriação de emissoras de rádio e televisão
por políticos com mandato eleitoral, uma prática que, além de ser
inconstitucional, causa graves danos à nossa democracia, pois permite a
perversa combinação entre poder político e controle da informação. Diferente de
outros países, o sistema de emissoras públicas e comunitárias do Brasil sofre
pela falta de investimentos, perseguição e sucateamento, inviabilizando a
garantia de diversidade de conteúdo e de fontes de informação.
3- Deforma a opinião pública
A televisão e o rádio ainda são os
meios de comunicação mais acessíveis ao conjunto da população brasileira e, por
serem controlados por um verdadeiro monopólio, acabam contribuindo para a
formação de uma opinião pública enviesada e parcial, o que influencia de
maneira significativa os rumos do país, com impactos para todos, como ocorre
agora no processo de impeachment.
Sem mídia democrática, não pode haver
democracia!
#MonopólioÉGolpe!
Publicado originalmente
em: http://www.fndc.org.br/noticias/manifesto-monopolio-e-golpe-924696/
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