domingo, 21 de agosto de 2016

TABIRA: É POSSÍVEL VENCER O CÂNCER DA CORRUPÇÃO ELEITORAL NO BRASIL?

REFLEXÃO DA SEMANA N. 72

Por Dedé Rodrigues

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Bom dia meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. Primeiro do que tudo “fora Temer”. O tempo, apesar de trazer doenças genéticas ou adquiridas com o envelhecimento das nossas células que podem nos levar mais cedo para o túmulo,  traz também  maturidade e muito aprendizado que precisam ser compartilhados com os mais jovens. Eu participei diretamente, como candidato ou militante partidário,  desde 1982, de 16 eleições majoritárias e proporcionais no Brasil e posso assegurar para vocês, por intermédio dessa experiência,  que o sistema eleitoral brasileiro sofre de um mal crônico, um verdadeiro câncer chamado corrupção, mas acredito que nem tudo está perdido, essa doença crônica pode ter cura, mas  o combate a ela precisa se dar a partir da “nossa casa”,  sem a adesão incondicional a esse sistema de coisas nas eleições do nosso município, com a elevação da consciência política do povo,  com uma reforma política democrática, com o voto consciente e com muitas lutas. 
 
Como historiador marxista aprendi que a corrupção é um produto  que foi inflada no mundo por esse sistema capitalista, predatório, irracional, individualista e consumista que transformou tudo em mercadoria, inclusive a força de trabalho, o ser humano e o voto.  no Brasil ela foi recriada e retroalimentada desde a Velha República,  com o chamado patrimonialismo, o voto de cabresto, a política dos governadores,  chegando até a compra e venda descarada do voto até os dias de hoje.
Nesse período eu aprendi que o financiamento empresarial de campanhas é  quem gera o caixa 2 e é a causa principal da corrupção eleitoral no país. Aprendi que, com raras exceções,  quanto maior for o partido e mais rico for o candidato, mais eles alimentam essa corrupção da compra e da venda do voto,  mas aprendi também que tem partidos e candidatos que querem de fato acabar com a corrupção, cabe ao eleitor identificá-los e fortalecê-los.  Aprendi que a miséria, a fome, o desemprego e o subdesenvolvimento é também produto desse sistema capitalista e eleitoral brasileiro corrompido e o seu voto pode mudar ou piorar tudo isto. Descobri que quanto mais o homem for livre da miséria, mais ele fica independente, não precisa vender o voto. Em outras palavras,  o sistema de miséria se retroalimenta com essa prática corrupta e atrasada de candidatos e eleitores que a gente ver em todas as  eleições.  
Nesse tempo meus amigos e amigas aprendi também que as instituições sociais, comandadas pelas elites econômicas, como a mídia, a igreja, a família e a escola no Brasil, apesar dos conflitos internos entre conservadores e progressistas, elas, não só pouco fizeram para mudar essa situação, como alimentaram todo esse estado de coisas, com uma falsa neutralidade política.
Eu aprendi que a elite brasileira foi muito competente, por esses diversos meios, em especial a mídia hegemônica,  em despolitizar e alienar a grande maioria do povo brasileiro com a demonização da política. Essa elite atrasada ensinou ao povo que,  precisava sempre obedecer aos de cima,  ao invés de reivindicar direitos, mas ela, por intermédio da mídia golpista, justiça partidária e polícia federal,  conseguiu mobilizar parte desse povo, “os chamados hoje coxinhas” para  derrubar os governos no Brasil que iniciaram a mudança dessa situação de atraso econômico,educacional e cultural no país. Ela matou Getúlio, tentou dar um golpe em Juscelino, derrubou João Goulart e Jânio Quadros, está prestes a derrubar Dilma, para tirar os nossos direitos e,  tenta agora matar a grande liderança do Lula, para que ele não volte em 2018 e bote o Brasil em ordem de novo combatendo a corrupção.  
A esperança meus amigos e amigas, é que nesse tempo eu aprendi também que o novo sempre substitui o velho, tudo é passageiro, a honestidade pode vencer a corrupção, o desenvolvimento pode vencer o atraso, mas vai depender da elevação do nível de consciência política do povo e da ação concreta das massas nas ruas contra esse estado de coisas. No Brasil é possível acabar com o financiamento empresarial de campanhas, o monopólio da renda, da terra, da mídia e da cultura. Outros povos não conseguiram? Nós também podemos!  É possível derrubar esse governo interino de Michel Temer que tomou o poder para alimentar ainda mais a corrupção, concentrar renda e poder nas mãos da elite,  vender o país e desgraçar a vida  do povo. É só o povo descobrir isso e ir aos milhões para as ruas protestar. Não era para o movimento social só esperar 60 mil em Brasília na votação final do impeachment agora em setembro, era para ter lá no mínimo um milhão de pessoas.
Por fim meus amigos e amigas eu descobri nesse tempo que o voto é uma arma muito importante para mudar tudo isso, mas enquanto o eleitor usá-lo como mercadoria a sua vida só vai piorar.  Votar a troco de esmolas, ajuda econômica, votar em golpista, votar em corrupto,  votar na elite que nos quer ver na miséria,  é a mesma coisa que  dar um tiro na próprio cabeça, destruir o seu próprio futuro e da sua família. Por isto: fora Temer! Morte a corrupção! Não venda o seu voto! Viva à democracia! Lute pelos seus direitos! Viva a consciência política e crítica do povo.  


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