REFLEXÃO
DA SEMANA N. 72
Por
Dedé Rodrigues

Bom
dia meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. Primeiro
do que tudo “fora Temer”. O tempo, apesar de trazer doenças genéticas ou
adquiridas com o envelhecimento das nossas células que podem nos levar mais
cedo para o túmulo, traz também maturidade e muito aprendizado que
precisam ser compartilhados com os mais jovens. Eu participei diretamente, como
candidato ou militante partidário, desde 1982, de 16 eleições majoritárias
e proporcionais no Brasil e posso assegurar para vocês, por intermédio dessa
experiência, que o sistema eleitoral brasileiro sofre de um mal crônico,
um verdadeiro câncer chamado corrupção, mas acredito que nem tudo está perdido,
essa doença crônica pode ter cura, mas o combate a ela precisa se dar a
partir da “nossa casa”, sem a adesão incondicional a esse sistema de
coisas nas eleições do nosso município, com a elevação da consciência política
do povo, com uma reforma política democrática, com o voto consciente e
com muitas lutas.
Como
historiador marxista aprendi que a corrupção é um produto que foi inflada
no mundo por esse sistema capitalista, predatório, irracional, individualista e
consumista que transformou tudo em mercadoria, inclusive a força de trabalho, o
ser humano e o voto. no Brasil ela foi recriada e retroalimentada desde a
Velha República, com o chamado patrimonialismo, o voto de cabresto, a
política dos governadores, chegando até a compra e venda descarada do
voto até os dias de hoje.
Nesse
período eu aprendi que o financiamento empresarial de campanhas é quem
gera o caixa 2 e é a causa principal da corrupção eleitoral no país. Aprendi
que, com raras exceções, quanto maior for o partido e mais rico for o
candidato, mais eles alimentam essa corrupção da compra e da venda do
voto, mas aprendi também que tem partidos e candidatos que querem de fato
acabar com a corrupção, cabe ao eleitor identificá-los e fortalecê-los.
Aprendi que a miséria, a fome, o desemprego e o subdesenvolvimento é também
produto desse sistema capitalista e eleitoral brasileiro corrompido e o seu
voto pode mudar ou piorar tudo isto. Descobri que quanto mais o homem for livre
da miséria, mais ele fica independente, não precisa vender o voto. Em outras
palavras, o sistema de miséria se retroalimenta com essa prática corrupta
e atrasada de candidatos e eleitores que a gente ver em todas as
eleições.
Nesse
tempo meus amigos e amigas aprendi também que as instituições sociais,
comandadas pelas elites econômicas, como a mídia, a igreja, a família e a
escola no Brasil, apesar dos conflitos internos entre conservadores e
progressistas, elas, não só pouco fizeram para mudar essa situação, como
alimentaram todo esse estado de coisas, com uma falsa neutralidade política.
Eu
aprendi que a elite brasileira foi muito competente, por esses diversos meios,
em especial a mídia hegemônica, em despolitizar e alienar a grande
maioria do povo brasileiro com a demonização da política. Essa elite atrasada
ensinou ao povo que, precisava sempre obedecer aos de cima, ao
invés de reivindicar direitos, mas ela, por intermédio da mídia golpista,
justiça partidária e polícia federal, conseguiu mobilizar parte desse
povo, “os chamados hoje coxinhas” para derrubar os governos no Brasil que
iniciaram a mudança dessa situação de atraso econômico,educacional e cultural
no país. Ela matou Getúlio, tentou dar um golpe em Juscelino, derrubou João
Goulart e Jânio Quadros, está prestes a derrubar Dilma, para tirar os nossos
direitos e, tenta agora matar a grande liderança do Lula, para que ele
não volte em 2018 e bote o Brasil em ordem de novo combatendo a corrupção.
A
esperança meus amigos e amigas, é que nesse tempo eu aprendi também que o novo
sempre substitui o velho, tudo é passageiro, a honestidade pode vencer a
corrupção, o desenvolvimento pode vencer o atraso, mas vai depender da elevação
do nível de consciência política do povo e da ação concreta das massas nas ruas
contra esse estado de coisas. No Brasil é possível acabar com o financiamento
empresarial de campanhas, o monopólio da renda, da terra, da mídia e da
cultura. Outros povos não conseguiram? Nós também podemos! É possível
derrubar esse governo interino de Michel Temer que tomou o poder para alimentar
ainda mais a corrupção, concentrar renda e poder nas mãos da elite,
vender o país e desgraçar a vida do povo. É só o povo descobrir
isso e ir aos milhões para as ruas protestar. Não era para o movimento social
só esperar 60 mil em Brasília na votação final do impeachment agora em setembro,
era para ter lá no mínimo um milhão de pessoas.
Por
fim meus amigos e amigas eu descobri nesse tempo que o voto é uma arma muito
importante para mudar tudo isso, mas enquanto o eleitor usá-lo como mercadoria
a sua vida só vai piorar. Votar a troco de esmolas, ajuda econômica,
votar em golpista, votar em corrupto, votar na elite que nos quer ver na
miséria, é a mesma coisa que dar um tiro na próprio cabeça,
destruir o seu próprio futuro e da sua família. Por isto: fora Temer! Morte a
corrupção! Não venda o seu voto! Viva à democracia! Lute pelos seus direitos!
Viva a consciência política e crítica do povo.
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