REFLEXÃO DA
SEMANA N. 75
Por Dedé
Rodrigues
E continua dizendo: Lula deve morrer porque morto o querem os donatários das
capitanias hereditárias da mídia. Os mesmos que, agora, estertoram em lenta
agonia na senda da descartabilidade e da obsolescência. E se aferram ao golpe
por razões políticas, partidárias e ideológicas mas, acima de tudo, mirando os
cofres do Banco do Brasil e do BNDES como última esperança de sobrevida.
Aqueles mesmos que, em 1954, revoluteavam com as “aves de rapina” a que Getúlio
aludiu na sua carta-testamento: “A campanha subterrânea dos grupos
internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de
garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso.
Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios” – como
se vê, ódio já era o combustível que ardia para conduzir o líder trabalhista ao
holocausto. Aqueles mesmos para quem Jango, dez anos depois, apontaria no
discurso da Central do Brasil: “A democracia que eles desejam impingir-nos é a
democracia antipovo, do anti-sindicato, da anti-reforma (…) A democracia que
eles querem é a democracia para liquidar com a Petrobrás; é a democracia dos
monopólios privados, nacionais e internacionais, é a democracia que luta contra
os governos populares e que levou Getúlio Vargas ao supremo sacrifício”.
Lula deve morrer porque tal aparenta ser a aspiração de uma PF cujos delegados
agem como militantes da direita nas redes sociais, ultrajando seus superiores.
A mesma PF que serviu de polícia política prestando relevantes serviços à
ditadura de 1964 sem um só gesto de repulsa ou de contrariedade. E que, na
democracia, age sem prestar contas à democracia.
Lula deve morrer porque sua morte é o que mais ambicionam as madames botocadas
e seus maridos botocudos, a lúmpem burguesia boçal, egoísta e plastificada,
clamando pelo golpe nas ruas com seus tênis, óculos escuros e abrigos de grife,
seus poodles no colo e seus labradores na coleira. O saudosismo de homens e
mulheres brancos, de meia-idade e classe média de um regime assassino que se
arrastou por duas décadas de infâmia. A ditadura que seus pais e mães
engolidores de hóstias pediram nas Marchas da Família com Deus pela Liberdade
empunhando rosários e rezando aves-marias contra “a ameaça vermelha”. Hoje, a
fé, o terço e as orações são arcaísmos. Agora, o nome de Roma é Miami, o da
igreja é shopping, o da reza é academia, o da hóstia é botox. Ontem como hoje,
porém, o medo e o rancor reverberados com a ascensão da ralé é igual. E, de novo,
levaram a um governo espúrio.
E concluo acrescentando: querem matar o Lula, mas há muitos problema a frente. Primeiro
ele não quer morrer e segue na luta, mesmo aos 70 anos. Segundo, preferem
matá-lo fisicamente ou historicamente? De
qualquer forma as consequências da “morte” de Lula são imprevisíveis, matá-lo é
um risco muito grande para a elite, pois há milhões de Lulas e lutadores do
povo que defendem um ideal de inclusão social.
Lembremos dos Brizolas,
dos Arraes, dos Jangos, dos Getúlios, dos joãos Amazonas, entre tantos outros
que fizeram história e estão nos corações e nas mentes do povo brasileiro. Mesmo
com a “morte” dele esse povo continuará fazendo história e será firme no ideal de
igualdade, liberdade e fraternidade, que vêm desde a Revolução Francesa. A
democracia e a justiça social vencerão essa elite brasileira raivosa,
anti-pátria e anti-povo! Viva Lula e a democracia! Fora Temer!
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