Os números finalizados nas urnas de todo o país trouxeram um
dado que a sociologia política já sabia: um terço dos eleitores ou não
compareceram, ou votaram nulo ou em branco nestas eleições. Por Esmael Morais
Só para que o leitor tenha um parâmetro, 30,22% dos
1.284.204 eleitores de Curitiba – o que equivale a 360.340 pessoas – deixaram
de votar nestas eleições.
A título de comparação, o candidato Rafael Greca (PMN)
obteve no primeiro turno 356.539 votos, ou seja, 28% do total (no entanto, o
TSE só computa os votos válidos, portanto, Greca atingiu 38,38%).
Na capital paranaense, foram 211.952 abstenções (16,44%);
96.901 votos em branco (4,78%); e 51.495 votos anulados (9%).
O fenômeno da descrença com a política não foi uma
exclusividade curitibana. Em São Paulo, o índice de eleitores que deixaram de
votar ainda foi maior: 38,48%, que representam 3.096.304 abstenções, votos
brancos ou nulos.
Não há dúvidas de que a renúncia ao exercício da cidadania
tem a ver com a campanha negativa da mídia contra os partidos e os políticos.
Essa despolitização, por exemplo, ajudou na vitória do poste João Dória (PSDB),
em São Paulo, que se apresentou como “apolítico” no processo eleitoral.
O tucano foi eleito de forma inédita no 1º turno com
3.085.187 votos, portanto, com menos votos que os inutilizados no sufrágio
deste domingo (2).
É clássica a máxima segundo a qual as pessoas de bem deixam
de gostar de política para que as más [intencionadas] façam por elas. Ou seja,
a mídia joga na descrença das pessoas para que seus barões continuem dando as
cartas marcadas nesse jogo de interesses [econômicos].
Ou seja, a velha mídia presta um desserviço à democracia e
ao exercício pleno da cidadania.
Segue o baile.
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