segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Campanha negativa da velha mídia afastou um terço dos eleitores da política

Os números finalizados nas urnas de todo o país trouxeram um dado que a sociologia política já sabia: um terço dos eleitores ou não compareceram, ou votaram nulo ou em branco nestas eleições. Por Esmael Morais

Só para que o leitor tenha um parâmetro, 30,22% dos 1.284.204 eleitores de Curitiba – o que equivale a 360.340 pessoas – deixaram de votar nestas eleições.

A título de comparação, o candidato Rafael Greca (PMN) obteve no primeiro turno 356.539 votos, ou seja, 28% do total (no entanto, o TSE só computa os votos válidos, portanto, Greca atingiu 38,38%).


Na capital paranaense, foram 211.952 abstenções (16,44%); 96.901 votos em branco (4,78%); e 51.495 votos anulados (9%).

O fenômeno da descrença com a política não foi uma exclusividade curitibana. Em São Paulo, o índice de eleitores que deixaram de votar ainda foi maior: 38,48%, que representam 3.096.304 abstenções, votos brancos ou nulos.

Não há dúvidas de que a renúncia ao exercício da cidadania tem a ver com a campanha negativa da mídia contra os partidos e os políticos. Essa despolitização, por exemplo, ajudou na vitória do poste João Dória (PSDB), em São Paulo, que se apresentou como “apolítico” no processo eleitoral.

O tucano foi eleito de forma inédita no 1º turno com 3.085.187 votos, portanto, com menos votos que os inutilizados no sufrágio deste domingo (2).

É clássica a máxima segundo a qual as pessoas de bem deixam de gostar de política para que as más [intencionadas] façam por elas. Ou seja, a mídia joga na descrença das pessoas para que seus barões continuem dando as cartas marcadas nesse jogo de interesses [econômicos].

Ou seja, a velha mídia presta um desserviço à democracia e ao exercício pleno da cidadania.

Segue o baile.


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