Por Altamiro Borges
Os rentistas não têm do que reclamar do Judas Michel Temer e
do seu czar da economia, Henrique Meirelles. Eles orquestraram e financiaram o
“golpe dos corruptos” e estão sendo regiamente recompensados. Na semana
passada, o Banco Central divulgou que os juros cobrados no cheque especial
bateram novo recorde em outubro e chegaram a 328,9% ao ano. Esse é o maior
patamar da série histórica, que teve início em 1994. Já os juros do cartão de
crédito atingiram 475,8% ao ano no mês passado. Esta taxa também havia batido
seu recorde histórico em setembro, ao alcançar 479,7% ao ano.
O vertiginoso aumento dos juros nos empréstimos, no cartão
de crédito e no cheque especial têm como consequência a redução do crédito às
pessoas físicas e jurídicas. Em outubro, a queda do crédito total ofertado
pelos bancos foi de 0,5% – uma verdadeira tragédia. Como efeito imediato,
ocorre a diminuição do consumo e, na sequência, da produção; e como
desdobramento trágico, ocorre o aumento do desemprego e a queda de renda dos
assalariados. Este círculo vicioso foi agravado após a chegada do poder da
gangue de Michel Temer, que prometeu um paraíso da economia, mas afunda o
Brasil no inferno.
O paraíso virou inferno
Enquanto a oligarquia financeira amplia seus lucros, a
sociedade padece. Até a mídia chapa-branca, que tentou fantasiar Henrique
Meirelles de salvador da pátria, já é forçada a reconhecer a desgraceira. “Os
sinais de queda persistente da atividade econômica brasileira preocupam
analistas, que temem que a recuperação no ano que vem seja mais fraca do que o
esperado ou, num cenário extremo, nem se materialize”, confessou a Folha em
artigo publicado neste domingo (27). O jornal até tenta disfarçar a sua
manipulação, mas não consegue:
“Indicadores positivos verificados no primeiro semestre,
como retomada da atividade industrial, leve expansão do investimento e aumento
da confiança em relação ao futuro, alimentavam, até dois meses atrás, projeções
de que o país sairia da recessão ainda neste ano. Mas essa tendência foi
interrompida com a divulgação de dados mais fracos que o esperado referentes ao
terceiro trimestre, o que levou a novas apostas de que a volta do crescimento
ficaria para 2017. Recentemente, o cenário piorou ainda mais, com os sinais de
que a debilidade econômica persiste nestes últimos meses do ano”.
Os que prometeram o paraíso com o afastamento de Dilma agora
engolem a língua – mas não fazem autocrítica. “Foi uma primavera que não deu em
verão. Voltamos diretamente para o inverno”, afirma Alberto Ramos, diretor de
pesquisa econômica do banco Goldman Sachs. “Os dados estão todos vindo piores
do que o esperado”, confessa Igor Velecico, do Bradesco. “O sinal mais recente
disso são os indicadores de confiança divulgados pela FGV. Uma sequência de
seis meses seguidos de melhora nas expectativas dos consumidores em relação ao
futuro foi interrompida em novembro. A confiança de empresários do comércio e
da construção civil também recuou”, completa a Folha.
0 comentários :
Postar um comentário