Os trabalhadores em educação anunciaram, nesta segunda-feira (23), a deflagração de greve nacional da educação, a partir de 15 de março. Os eixos centrais da greve, segundo a Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE), são “a nefasta Reforma da Previdência, encaminhada pelo governo golpista de Michel Temer ao Congresso Nacional (PEC 287/16), e o cumprimento integral da Lei do Piso Nacional do Magistério.”
CNTE
A decisão foi aprovada no 33º Congresso da CNTE, ocorrido de 12 a 15 de janeiro de 2017, em Brasília.
Segundo nota pública divulgada pela entidade em que anuncia a greve, “outras pautas serão agregadas nos estados e municípios, de acordo com as realidades locais.”
A entidade divulgou o calendário de atividades, que será iniciado no dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher) com a realização de Assembleias Gerais nos sindicatos locais, com atos e passeatas para deliberar sobre o início da Greve em cada uma das redes de ensino do país.
Até o dia 14, haverá mobilização de preparação da Greve Nacional da Educação, que, segundo a CNTE, “é inevitável, em função dos desdobramentos do golpe jurídico-parlamentar e midiático no Brasil, que busca afrontar o Estado Democrático de Direito previsto na Constituição; substituir as políticas de distribuição de renda por políticas de terceirização e privatização; e engessar o Estado brasileiro impedindo-o de promover o crescimento econômico por meio do congelamento dos investimentos por 20 anos.”
Segundo a CNTE, a Greve Nacional da Educação vai também protestar contra “a reforma da Previdência que castigará a classe trabalhadora e os mais pobres do país, especificamente na educação as mulheres, patrocinando o desmonte da previdência pública e promovendo os fundos privados.”
Agenda neoliberal
O presidente da CNTE, Heleno Araújo, que assina a nota, avalia que “o golpe no Brasil teve por objetivo devolver o poder político às elites, abrindo caminho para a privatização de empresas públicas e das riquezas minerais, recolocando o país na agenda global do neoliberalismo, inclusive transferindo serviços e fundos públicos para o mercado, em especial os de educação, saúde e previdência.”
E acrescenta que “ademais, o golpe se mostra orquestrado na América Latina e requer a união dos/as trabalhadores e dos movimentos sociais para contrapor a hegemonia neoliberal e conservadora na Região. E a CNTE encampa a luta de resistência e luta com a urgência que a conjuntura necessita, esperando agregar outros atores sociais na greve nacional.”
De Brasília, com informações da CNTE
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