Richard Silva/PCdoB na Câmara
Líderes do PCdoB, PT, Minoria e PDT, além de parlamentares da Rede e do PSol, criticaram o “ar de normalidade” que governistas querem impor na Câmara e repudiaram ataques de Michel Temer ao procurador-geral da República em pronunciamento pós-denúncia por corrupção passiva.
Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (27), líderes de partidos da oposição anunciaram que irão reforçar a obstrução de matérias no Plenário. Para PCdoB, PT, PDT, além de deputados da Rede e do PSol, não há possibilidade de se votar nada no Parlamento enquanto Michel Temer continuar na Presidência da República.
“Vamos obstruir todas as matérias, porque essa Câmara não pode passar a ideia de que está tudo na mais absoluta normalidade. A crise é de tal dimensão que não há espaço para recesso em julho. Esta Casa, assim que receber a denúncia contra Michel Temer, deve estar em funcionamento e acatar o pedido”, defendeu a líder do PCdoB na Câmara, deputada Alice Portugal (BA).
Temer foi denunciado nesta segunda-feira (26) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva. Segundo Janot, Temer foi o destinatário final de uma mala contendo R$ 500 mil em propina e de uma promessa de outros R$ 38 milhões em vantagem indevida, ambas por parte da empresa JBS.
Minutos antes da coletiva, Michel Temer tinha acabado de fazer um pronunciamento em cadeia nacional onde atacou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo Temer, Janot apresentou uma denúncia sem provas e buscou “revanche, destruição e vingança” na acusação de corrupção passiva, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de segunda-feira (27). O peemedebista acusou ainda o PGR de ter recebido propina do ex-procurador Marcelo Miller, que deixou o Ministério Público Federal para atuar em um escritório de advocacia que negociou o acordo de leniência da JBS.
Para a vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (RJ), Temer está “achincalhando país”. “Ele deveria ter poupado a população deste pronunciamento. Tudo o que ele falou foi numa linguagem de máfia. Fez acusações graves à PGR em vez de se defender. O governo deveria se preocupar mais com o que está acontecendo”, disse.
Para a parlamentar, o fatiamento da denúncia contra Temer foi uma estratégia acertada, pois permitirá a divisão entre três relatores diferentes e permitirá três votações. “Vamos ver quem serão os deputados que votarão três vezes para livrar essa organização criminosa que vem sendo revelada”, afirmou Jandira Feghali.
O líder do PT, Carlos Zarattini (SP), disse ainda que se Temer possui informações extras tem a obrigação de trazer a público. “O presidente Temer, em seu pronunciamento, não esclareceu as acusações que foram feitas e fez ilações sobre o PGR que precisariam ser esclarecidas. Talvez ele tenha maiores informações sobre o que acusa. O que está acontecendo? Temer está devendo essa explicação ao povo brasileiro”, criticou.
Fonte: PCdoB na Câmara
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