quinta-feira, 22 de março de 2018

ESCOLA PEDRO PIRES PROMOVE PALESTRA SOBRE O MEIO AMBIENTE

Por Dedé Rodrigues



No dia 22 de março de 2018, a Equipe Gestora e os professores da Escola Pedro Pires Ferreira  de Tabira promoveram para as turmas do 6º ao 9º ano uma palestra com o Professor de História Dedé Rodrigues sobre o meio ambiente destacando a água e a coleta seletiva. A palestra fez parte da programação do projeto da escola tendo em vista a V Conferência Nacional InfantoJuvenil Pelo Meio Ambiente. O professor debateu a questão da água como um grande desafio para a humanidade nesse século XXI para mantê-la como um bem público e relacionou o debate com a produção do lixo em Tabira  e a necessidade da coleta seletiva.  


Como professor iniciei  destacando, conforme pesquisas,   que no planeta água\terra,  tem 1,4 trilhão de metros cúbicos de água, dessa só 2,5% é composta de água doce e, só 0,5%,  está em estado líquido. Ora! Se o planeta  tem em torno de 70% de água, deveríamos chamar  planeta água e não planeta terra. E o pior: como a água é um bem finito, pois só tem uma quantidade,  se não cuidarmos dela hoje vai faltar para as novas gerações amanhã, pois a ONU já alerta que em 10 anos duas em cada três  pessoas serão afetadas com problemas relacionados com a água.   

Preservar a água no mundo com o uso racional dela  é um dos grandes desafios dessa e das novas gerações.  1 bilhão de pessoas não tem água doce;  80% dos países não tem abastecimento e saneamento básico satisfatórios; 3 bilhões de pessoas não têm saneamento básico; 946 milhões de pessoas ainda fazem suas necessidades fisiológicas no mato; 6 mil crianças morrem no mundo todo dia por causa de diarreia e da água contaminada etc. Como vemos os problemas relacionados com a água são muitos e carentes de solução.

Para piorar essa questão da água está em andamento no Brasil a ideia de privatização do Aquífero Guarani, a maior reserva de água doce subterrânea do mundo. Esse processo, segundo denúncias, passa por articulações de conversas entre o governo brasileiro com grandes empresas do mundo e de uma consulta pública que está acontecendo no Senado brasileiro. O aquífero fica nos países Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, ocupando um território de 1,2 milhões de quilômetros quadrados e,  65% destes,  fica no Brasil,  em quase uma dezena de Estados.   

Em Tabira, no início do nosso povoamento, nossos ancestrais bebiam água de cacimba. Com o passar do tempo foi construído o Açude do Estado que abastecia a nossa população. Como tudo na vida tem início, meio e fim, o crescimento da população e a seca de 1981 a 1983, colocou esse sistema de abastecimento em colapso,  as pessoas passam por muitas dificuldades e necessidades a ponto de procurarem água, as mulheres com latas d´água na cabeça ou galões,  carregados nos ombros por homens. Destaca-se nesse período a famosa “cacimba de seu João”, meu pai,  que, além de abastecer boa parte da cidade de Tabira, ainda  inspirou  versos no poeta Dedé Monteiro.   
  
Com a conquista do abastecimento de Tabira  pela barragem de Brotas de Afogados da Ingazeira, o povo de Tabira suspira por um bom tempo, mas o tempo é cruel e, no caso do Sertão, as secas também. Vem cinco anos consecutivos de secas,  2012 a 2017, com um detalhe, nessas não houveram saques nas feiras devido as ajudas do Bolsa Família, entre outros programas dos Governos Lula e Dilma, mas o sistema Brotas entra em colapso e novamente entra em ação os governos Lula Dilma e trazem água do Rio São Francisco para nós, com a famosa transposição,  prometida pelo Imperador  Dom Pedro II. Mesmo assim o assoreamento do Rio São Francisco, o problema das poucas chuvas no Nordeste e o desperdício de água, nos deixa sempre em sinal de alerta. Até quando, mesmo só recebendo água de oito em oito dias,  teremos água permanente do Rio São Francisco?   

Quero parabenizar a Escola Pedro Pires pelo projeto dela, bem como, reforçar os projetos na escola e os pequenos gestos de economia de água que os alunos aprenderam em sala de aula. Mas quero destacar que o trabalho de proteção ao meio ambiente, bem como os desafios nossos não são poucos. Segundo especialistas, se continuarmos desmatando daqui a 30 anos não teremos mais atividades agrícolas no Sertão. Segundo um Estudo de Caso em São José do Egito, feito pelo Técnico Marcos Brito, 70% da nossa água subterrânea já era. Provavelmente essa é a situação dos outros municípios, como o de Tabira. Cada tabirense produz cerca de um quilo de lixo todo dia, por tanto mandamos para o lixão em torno de 25 mil quilos de lixo todo dia. Segundo a (Abrelpe) entre 2003 e 2014 no Brasil a geração de lixo subiu 29%, enquanto o crescimento da população foi só de 6%.   Daí porque a urgência de aprendermos a separar o nosso lixo  em três partes, conforme foi explicado na reunião. 

Por fim,  cabe a todos nós, jovens e adultos, procedermos como cidadãos, sujeitos históricos que constroem o próprio futuro. Além de  fazermos a nossa parte com os pequenos gestos de economia; de coleta seletiva, devemos  lutar contra a privatização da água no Brasil, como é o caso do Aquífero Guarani e, votar de forma consciente, observando os interesses, públicos ou privados,  que estão por trás de cada partido e de cada candidato. Levar em conta que a água é um bem publico e não privado, salvarmos a vida e o “planeta água” onde vivemos, eis o grande desafio da humanidade no século XXI.  

Fontes de Pesquisas:

Projeto Brasil das Águas
Portal da Educação; 
Fórum Alternativo do Meio Ambiente. 































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