segunda-feira, 16 de abril de 2018

A HISTÓRIA DA DISCRIMINAÇÃO POLÍTICA SOFRIDA POR BETHÂNIA E GENIVAL


A imagem pode conter: Bethania Correia e Genival Silva, texto

Boa noite! Desde ontem corre nas redes sociais a minha foto e de meu amigo Genival Poeta, não tive como fazer qualquer comentário ontem e só agora pude vir esclarecer o que houve. Ontem nos dirigimos à Arena Pernambuco, há mais de 200 km de nossa cidade para assistir ao jogo entre as Lendas do Barcelona e as Lendas de Pernambuco, um jogo beneficente. Não é a primeira vez que vou a Arena, estive lá na semana passada para assistir o título do meu Náutico e sempre que posso vou aos estádios, sou uma apaixonada por futebol. Não sendo a primeira vez, sei o que devo e o que não devo usar para entrar num estádio.
Ficamos quase uma hora na fila, pois os portões eram para serem abertos às 16h, o que aconteceu apenas às 16:35h, segundo o pessoal das catracas por causa do atraso dos policiais do Batalhão de Choque, mas estávamos tranquilos, éramos os terceiros da fila. Um dos policiais já ia iniciar a revista do meu amigo, quando outro policial, que estava fora das grades que organizavam as filas veio até a gente e disse que nós não poderíamos entrar na Arena e eu questionei o porquê. Ele nos disse que era por causa de nossa blusa. E insisti para saber qual seria o motivo, quando ele disse que estava proibido qualquer tipo de protesto. Argumentamos que nossa blusa não trazia nenhuma frase ofensiva ou de protesto e ele disse que as cores vermelho e branco eram do PT, daí eu falei que eram do Náutico também. Perguntei de onde vinha a ordem e onde estava escrita a proibição, pois queríamos ver. Ele só falou que era ordem do comando, nesse tempo, a fila aumentando. E nosso constrangimento e humilhação aumentando junto.
Ainda propomos uma solução, nós tiraríamos as blusas e guardaríamos na bolsa, como estava chovendo eu tinha uma blusa reserva e Genival um agasalho, foi quando ele disse que nem assim poderíamos entrar, que teríamos que deixar nossas blusas fora, em outras palavras, jogarmos elas. E disse que só o juiz especial poderia liberar nossa entrada. Foi quando eu disse que ele sabia que estava errado, pois não tem no Estatuto do Torcedor essa proibição e nos dirigimos ao juizado. Ainda por cima, teve outro agravante, não tinha policial feminina, as mulheres estavam sendo revistadas pelos homens, um absurdo.
Fomos procurar o juizado e no caminho um funcionário da Arena tentou nos ajudar, achou um absurdo o ocorrido, voltou ao portão conosco, tentou argumentar com o policial e ele foi irredutível. O funcionário nos acompanhou até onde deveria está o juiz, mas após esperarmos mais de uma hora, descobrimos que o juizado não funcionaria naquele jogo. O segurança da Arena, tentou nos ajudar, falou por rádio com várias pessoas, mas ninguém resolveu. E ficamos lá parecendo dois marginais por quase duas horas, foi quando surgiu uma policial civil que nos acompanhou até a delegacia do torcedor onde abrimos um boletim de ocorrência e segundo ela só o juiz poderia liberar nossa entrada com a blusa, embora os policiais da civil também não viram razão para a nossa proibição. Tivemos que tirar as blusas e entramos na Arena acompanhados da policial, que diga-se de passagem, foi muito humana e atenciosa conosco.
Nossas camisas continham a frase "Eu sou Lula" só isto. Esta frase, ao meu ver, só ofende aqueles que odeiam o Lula acima de qualquer racionalidade, ao ponto de acharem que está correto a justiça passar por cima de toda a legislação para encarcerar o "grande inimigo" das elites entreguistas desse país. Pois bem, quem é contra a corrupção e não só contra o Lula, busca respeitar os trâmites legais e defende a prisão dos tucanos e seus comparsas, por exemplo. Por fim, meus caros, é direito de cada um gostar do Lula ou odiar o Lula, o que não nos cabe é sermos injustos e defendermos que a justiça deva punir apenas aos que odiamos. Isso não é justiça, podem dar o nome que quiserem.
Bethânia Correia – Sindicalista, UBmista, Militante do Partido Comunista do Brasil

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