Indignados com a política de preços e condução dos trabalhos da Petrobras, os petroleiros em todo o país se movimentam para uma mobilização geral. De acordo com a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que já manifestou apoio à paralisação contra a alta do combustível, a categoria está unida contra a tentativa de sucateamento da estatal e das refinarias brasileiras e critica a gestão do presidente da petrolífera, Pedro Parente, a quem acusa de beneficiar grupos internacionais.
O grupo denuncia, entre outras coisas, que Pedro Parente vem praticando “autoboicote” contra a empresa, com intuito de entregar a estatal ao capital estrangeiro. Diretor da FNP e do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (SindiPetro-LP), Fábio Mello afirmou Congresso em Foco que desde o início da gestão de Parente, em 31 de maio de 2016, a carga das refinarias diminuiu, inviabilizando a produção de 100% do diesel e da gasolina consumidos no país. Procurada pela reportagem, a presidência da Petrobras informou que não comentaria as acusações.
“Ele reduziu as cargas das refinarias fazendo com que o custo da produção nacional aumentasse. Com a gasolina mais cara produzida pela Petrobras, a gasolina internacional vem para o Brasil com preço competitivo. Então, se eu aumentar a minha produção interna, eu vou ter um custo menor desse produto e o produto externo não vai ser interessante. Logo o meu preço final fica menor se eu estou operando com toda a capacidade”, disse Fábio Mello.
Carga reduzida
Após a diretoria da Petrobras anunciar seu plano de vender quatro refinarias, mais o conjunto de terminais que as atendem nos eixos Nordeste e Sul, petroleiros em todo o país fazem manifestações pontuais em vários estados. De acordo com Fábio, as refinarias brasileiras têm condição de produzir gasolina e diesel para consumo em todo o país e ainda lucrar com a exportação do petróleo.
No entanto, as usinas de refino, que transformam o petróleo bruto em gasolina e diesel, tem trabalhado, em alguns lugares, com 50% da carga, que foi restrita por determinação de Parente. O outro montante do petróleo é vendido para grupos estrangeiros, que refinam o óleo no exterior e depois vendem o produto final a custos mais elevados para o Brasil.
“A linha do Parente, que é a linha do [presidente Michel] Temer, é a de tornar a Petrobras uma mera exportadora de produto interno. A Petrobras, que é uma empresa integrada, pega o petróleo do poço, transforma ele em gasolina e atua em todas as pontas do mercado do petróleo. Com essas medidas, está seguindo uma linha de ser uma mera exportadora do óleo cru”, afirmou.
Ele também criticou a tramitação no Congresso de propostas que revogam a participação obrigatória da Petrobras no modelo partilha de produção de petróleo, em voga na exploração da camada pré-sal. André diz que Parente e o governo de Michel Temer (MDB) tentam difamar a Petrobras para o povo brasileira para, posteriormente, privatizá-la.
Do Portal Vermelho, com informações do Congresso em Foco
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