“Ao mesmo tempo que dados pessoais de ex-ministros do TSE foram vazados, milícias digitais entraram imediatamente em ação tentando desacreditar o sistema. Há suspeitas de articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura, e muitos deles são investigados pelo STF”, disse o ministro
por Cézar Xavier
Publicado 16/11/2020 22:42 | Editado 17/11/2020 01:25 - Do Portal Vermelho
Presidente do TSE explica o ataque hacker ocorrido durante a apuração
eleitoral de ontem
Ao mesmo tempo que
esses dados foram vazados, milícias digitais entraram imediatamente em ação
tentando desacreditar o sistema. Há suspeitas de articulação de grupos
extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta
da ditadura, e muitos deles são investigados pelo STF”
Ao mesmo tempo que
esses dados foram vazados, milícias digitais entraram imediatamente em ação
tentando desacreditar o sistema. Há suspeitas de articulação de grupos
extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta
da ditadura, e muitos deles são investigados pelo STF”
O presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, pediu hoje
(16) que a Polícia Federal (PF) investigue ataques cibernéticos aos sistemas da
Corte. Barroso disse que conversou sobre o inquérito na manhã desta
segunda-feira com o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Rolando
Alexandre de Souza.
Durante coletiva de
imprensa no início da noite, Barroso disse que há suspeitas de articulação de
grupos para desacreditar o sistema de votação.
Ontem (15), durante
o horário da votação, o sistema de informática do TSE foi alvo um ataque de
múltiplos acessos. No entanto, o ataque foi neutralizado pelo sistema de defesa
e não houve vazamento de dados, segundo o tribunal.
O ataque,
denominado “negação de serviço com milhares de tentativas de acesso
simultâneas”, consistiu de 436 mil conexões por segundo na manhã deste domingo
a fim de tentar derrubar o sistema do Tribunal Superior Eleitoral.
As tentativas de
invasão foram feitas por meio de servidores localizados no Brasil, Estados
Unidos e Nova Zelândia. Esse sistema não tem relação com a apuração dos votos,
que ocorre por meio de uma rede privada.
Vazamento de dados
No mesmo dia, foram
divulgados na internet dados pessoais de ex-servidores e ex-ministros. Segundo
o presidente, os dados são antigos e foram liberados em sites da internet para
tentar desacreditar a segurança da votação.
“Os dados vazados
tinham mais de dez anos de antiguidade e divulgação foi feita no dia das
eleições para procurar causar impacto e trazer a impressão de fragilidade no
sistema. Ao mesmo tempo que esses dados foram vazados, milícias digitais
entraram imediatamente em ação tentando desacreditar o sistema. Há suspeitas de
articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar as
instituições, clamam pela volta da ditadura, e muitos deles são investigados
pelo STF”, afirmou.
Sobre o atraso de
três horas na divulgação dos resultados, Barroso disse que a Oracle, empresa
responsável pelo computador que apresentou defeito, será acionada para tentar
resolver o problema para o segundo turno.
Centralização
duvidosa
Até a eleição
anterior, os boletins das urnas eram transmitidos para os computadores dos
TREs, que totalizavam os votos e enviavam o resultado para o TSE. Neste ano, o
tribunal mudou o procedimento e centralizou a totalização dos votos em
Brasília. A opção pela totalização centralizada foi recomendada pela
Polícia Federal por razões de segurança, informou o ministro.
O secretário de
Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral, Giuseppe Janino,
afirmou que peritos da PF identificaram que o risco de ataque ao sistema
eleitoral seria maior com a totalização nos TREs porque seriam 27 alvos
possíveis. A centralização diminui para um o número de alvos, e o TSE tem uma
capacidade maior de se proteger.
Barroso disse que
não simpatiza com a medida e sugeriu que teria feito diferente se conhecesse a
experiência anterior. Só aceitou a sugestão por vir a PF e garantir uma suposta
maior segurança. Com isso, ele sinaliza que centralizar em um único servidor
pode ter tornado mais fácil o ataque, em vez do contrário.
A forma de
totalização (soma dos votos) centralizada no TSE vai continuar no segundo
turno. Nas eleições passadas, a totalização era feita pelo tribunais regionais
eleitorais e foi alterada por motivos de segurança e de custos.
Justificativas
O presidente do TSE
disse que a equipe de tecnologia do tribunal ainda analisa se os problemas
apresentados pelo aplicativo de smartphone e-Título foi relacionado ao sistema
ou de suporte.
Segundo Barroso,
houve uma grande quantidade de downloads em pouco tempo, o que pode ter
sobrecarregado os servidores.
De acordo com o
ministro, até domingo, o aplicativo teve mais de 13 milhões de downloads e 600
mil justificativas feitas pelo app e, hoje (16), mais 460 mil pessoas
justificaram a ausência na eleição com mais 700 mil downloads.
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