Portaria estabelecia retorno das aulas presenciais nas universidades e institutos federais em janeiro de 2021. Deputados e entidades estudantis reagiram à medida
por Redação
Publicado 02/12/2020 15:32 | Editado 02/12/2020 16:47
Universidades - UnB - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Depois da reação de
reitores das universidades públicas, entidades estudantis e parlamentares, o
MEC (Ministério da Educação) desistiu da portaria que havia publicado nesta
quarta-feira (2) obrigando as universidades a retomarem aulas presenciais a
partir de janeiro.
O governo Bolsonaro
foi duramente criticado pela postura autoritária, pois sem consultar a
comunidade acadêmica ou mesmo um plano de imunização estabelecido contra a
Covid-19, queria impor às universidades e aos institutos federais o retorno às
aulas.
A deputada Alice
Portugal (PCdoB-BA), vice-líder da minoria na Câmara dos Deputados, considerou
o recuo do governo uma vitória da educação. “MEC recua e vai revogar portaria
que determina o retorno das aulas em Universidades e Institutos Federais em
janeiro. Havíamos apresentado um projeto para derrubar essa medida
irresponsável. Vamos seguir em luta e vigilantes contra os retrocessos do
governo!”, comemorou a deputada.
O deputado Orlando
Silva (PCdoB-SP) aproveitou a decisão para reforçar o descrédito do governo
Bolsonaro. “Após ver que sua esdrúxula decisão de volta às aulas foi ignorada
pelas principais universidades, o MEC teve que revogar a própria decisão”,
destacou.
Esta não é a
primeira vez que o governo Bolsonaro volta atrás de decisões publicadas, após
rejeição de setores da sociedade. Mais cedo, diversas universidades haviam se
manifestado contrariamente à portaria do MEC. A medida também teve repúdio de
políticos e entidades estudantis.
O líder da minoria,
deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que, mais uma vez, a pressão popular
derrubou uma medida autoritária de Bolsonaro. “Vamos manter a vigilância. Temos
mais dois anos de muita luta contra os retrocessos e o obscurantismo desse
governo”, disse.
O presidente da UNE
(União Nacional dos Estudantes), Iago Montalvão, diz que ministério falha e é
desorganizado. “Esse vai e vem do MEC só demonstra como há uma total ausência
de planejamento e acompanhamento da situação da educação em tempos de pandemia,
descaso completo. Soma-se a isso a dificuldade criada pelo Governo para o
avanço da vacina”, criticou.
Críticas
A portaria recebeu
críticas dos parlamentares do PCdoB e de entidades estudantis que viram na
decisão do governo mais um ato de irresponsabilidade.
A deputada Jandira
Feghali (PCdoB-RJ) foi uma das que reagiu à decisão em suas redes sociais. “O
MEC pressiona universidades para retorno às pressas para aula presencial em
janeiro. Janeiro! Mal há estratégia de vacinação, vimos que mais de sete
milhões de testes estão para vencer. Bolsonaro nem liga que estamos em pandemia
e querem fazer o retorno de qualquer forma?”, indagou.
Alice e Orlando
Silva também haviam se manifestado. Para Alice, a medida era “autoritária e
descabida”. Já Orlando Silva havia apontado a irresponsabilidade do governo com
a decisão diante do aumento de casos no Brasil.
A portaria também
foi criticada por entidades ligadas à educação. A presidente da Associação
Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé, afirmou que a entidade lutará
para que “prevaleça a autonomia universitária e o planejamento das
instituições, já em curso”.
Com informações da
Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados
0 comentários :
Postar um comentário