Desaprovação passou
de 31% para 38%
Publicado 04/12/2020 17:18 | Editado 04/12/2020 19:33
Em apenas duas
semanas, a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro cresceu sete pontos, passando
de 31% para 38%. Já a aprovação caiu de 41% para 35%. É o que aponta a nova
rodada de pesquisa do instituto Ideia, contratada pela revista Exame e
divulgada nesta sexta-feira (4). Segundo o levantamento, pela primeira vez em
dois meses, a avaliação negativa de Bolsonaro supera a positiva. Para 27%, o
governo é regular.
A queda da
aprovação e o aumento da desaprovação coincidem com o último mês do pagamento
do auxílio emergencial, criado durante a pandemia de Covid-19 e previsto para
acabar em dezembro. Com o crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) de 7,7% no
último trimestre, o governo não trabalha com a possibilidade de uma nova
prorrogação do benefício social.
Na série histórica,
a desaprovação vinha superando a aprovação desde o ano passado, até atingir o
pico em junho, quando ficou em 54%. O cenário coincidiu com problemas na
liberação do auxílio emergencial para boa parte da população, e também quando o
desemprego atingiu um recorde de 13,1%. A aprovação foi subindo no mesmo
período em que o auxílio foi pago.
Comparando com a
última pesquisa, publicada no dia 20 de novembro, a aprovação total de quem
ganha mais de cinco salários mínimos passou de 40% para 49%. A desaprovação de
quem ganha um salário mínimo foi de 39% para 46%. A variação ocorreu dentro da
margem de erro, que na estratificação por renda é de cinco pontos percentuais
para mais ou para menos.
“A fortaleza da aprovação
do governo federal continua sendo as regiões Norte (62% de aprovação) e
Centro-Oeste (47%), e os evangélicos (44%)”, explica Maurício Moura, fundador
do Ideia. “Entre a parcela de baixa renda, a popularidade caiu abaixo da margem
de erro (45% das classes D/E desaprovam). Já são sentidos efeitos da redução do
auxílio, da perda de renda e do aumento da procura por emprego nesses
segmentos.”
A pesquisa também
perguntou sobre a avaliação do governo do presidente. Aqueles que consideram o
governo ruim/péssimo somam 37%. Os que acham ótimo/bom são 35%, e aqueles que
avaliam como regular, 27%.
Eleição 2022
A pesquisa
Exame/Ideia sondou também as intenções de voto dos brasileiros para presidente
nas eleições 2022. Em pesquisa estimulada, no primeiro turno, Bolsonaro lidera
com 28% das intenções de voto. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 16%,
seguido por Sergio Moro (sem partido, 10%), Ciro Gomes (PDT, 7%), Luciano Huck
(sem partido, 4%) e João Doria (PSDB, 4%).
Nas simulações de
segundo turno, Bolsonaro aparece à frente de Lula (37% a 32%), Moro (44% a
29%), Huck (36% a 32%) e Ciro (37% a 36%, em empate técnico). Ciro vence
Bolsonaro entre os mais jovens (43% a 34%), e na região Nordeste (46% a 30%).
Em comparação à pesquisa anterior, de outubro, os números gerais oscilaram
dentro da margem de erro.
Segundo Maurício
Moura, da Ideia, Bolsonaro continua a ser o “principal protagonista da disputa
presidencial”, mas começa a apresentar dificuldades. “Houve uma perda de
intenção de voto nas camadas mais pobres das classes D/E”, diz. Nessa camada,
ele supera Lula por pequena vantagem no segundo turno (34% a 31%), dentro da
margem de erro.
Quanto à rejeição
eleitoral, 43% responderam que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro, 44%
não votariam em Lula, 25% em Doria (25%), 23% em Huck, 17% em Ciro e 16% em
Moro. “A maior rejeição do atual presidente está nos segmentos de mais baixa
renda (52%) e no Sudeste (49%). Lula é rejeitado por entrevistados mais
escolarizados (55%) e do Sul (60%)”, explica Moura. “Ambos (Bolsonaro e Lula)
seguem sendo os pilares polarizadores do eleitorado brasileiro.”
O instituto Ideia
ouviu 1.200 pessoas entre os dias 30 de novembro a 3 de dezembro. A margem de
erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Com informações da
Exame
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