Por Dedé Rodrigues
A disputa nas eleições do Sintepe marcada para os dias 16 e 17 de junho desse ano de 2021 em Pernambuco envolve um debate que deve ultrapassar o senso comum já que somos uma categoria que trabalha com Ciência. Os profissionais da educação, em especial os professores, precisam ficar muito atentos ao conteúdo das discussões entre as chapas concorrentes para não correr o risco de escolher uma dessas chapas sem enxergar o conteúdo delas. Quem me inspirou para dar um mergulho nesse debate foi um dos maiores pensadores da humanidade, Karl Marx, quando cunhou a frase, “Se a aparência e a essência das coisas coincidissem, a ciência seria desnecessária”. Nesse sentido vamos aos fatos:
1. É aparência pensar que a disputa entre Valéria e Ivete é
apenas por cargos, por espaços de poder entre a CTB e a ArtSind etc. A
essência da disputa envolve compreensão filosófica diferente sobre o papel dos
sindicatos na História e na luta dos trabalhadores. Uma das causas da divisão
entre as duas correntes que estavam na direção do Sintepe, se deu porque o
ex-presidente da entidade, Fernando se
desligou do cargo para assumir a Secretaria de Educação de Limoeiro. Como
Valéria da CTB era a vice, de acordo com o Artigo 29 do Estatuto do Sintepe,
nada mais justo e legal que ela
assumisse a presidência, mas a proposta que recebeu do grupo da ArtSind foi a
de assinar um documento abrindo mão do cargo, o que resultaria em um golpe que
rasgaria o Estatuto. Como ela, óbvio, não poderia aceitar, começou a disputa.
2. É aparência afirmar que a chapa 2 é governista. A essência
é que os principais membros dessa chapa tem décadas de lutas em defesa dos
interesses da categoria, portanto já foram testados e aprovados nas lutas
sindicais, independente de governos de plantão. Quais lideranças defenderam a
greve pala vida em todas as assembleias sindicais recentemente? Os membros da
chapa 2. Os membros da chapa 1 foram derrotados duas vezes em assembleias
defendendo a volta dos professores as atividades presenciais. Conclusão: o
critério da verdade é a prática, a chapa 2 é mais comprometida com a luta da
categoria.
3. Acusar a chapa 2 de governista, esconde a prática
golpista, sectária, partidária, exclusivista, economicista, reformista e
assistencialista da chapa 1. Isso tem sido a essência dela. O critério da
verdade não é a prática? Formação sindical, filiações amplas, presenças de fato
nas escolas, chapas plurais, democracia sindical etc. Não tem sido a prática
dessa corrente nos sindicatos que dirigem. A essência também é que mandatos parlamentares
estão por traz das principais lideranças da chapa 1 que usa o sindicato como puxadinho
político para elegê-los. O Sindicato pertence a toda categoria, independente da
ideologia política e de cargos no parlamento e nos governos.
4. É ilusão de classe
acreditar que o pessoal da chapa 1 pode realizar uma gestão democrática,
ampla, plural, atuante, autônoma e inclusiva. O carreirismo político, o sectarismo
e o reformismo não permitem. O programa de trabalho sindical da chapa 2 prever
justamente preencher as lacunas deixadas pela gestão da ArtSind nas regionais, como
a do Pajeú, tais como: Ausência das escolas, falta de formação sindical, poucos
delegados eleitos nas regionais, falta de mais publicidade dos atos e eleições,
criação de Comissões Sindicais de Base, democratização dos grupos do Sintepe do
WhatsApp, filiação em massa etc.
Por fim o Sintepe não
deve ser nem de governos, nem de parlamentares, nem de partidos ou correntes
sindicais, como tem sido a prática da ArtSind.
O Sindicato pertence a toda categoria, pois ela é plural, do ponto de
vista ideológico. A Chapa que tem um projeto para um sindicato livre, independente,
autônomo, democrático, plural e atuante é a Chapa 2.
Nos dias 16 ou 17 de junho vote chapa 2 para mudar o SINTEPE
no Estado e na Região do Pajeú.
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