Líderes mundiais
vão se reunir do dia 31 de outubro a 12 de novembro na Escócia para discutir
novos compromissos para mitigar as mudanças climáticas.
Publicado 23/10/2021 15:24 | Editado 24/10/2021 00:19
Líderes mundiais vão se reunir do dia 31 de outubro a 12 de novembro na
Escócia para discutir novos compromissos para mitigar as mudanças climáticas
Começa no dia 31 de
outubro em Glasgow, na Escócia, a COP26. A BBC Brasil publicou um guia sobre a
conferência considerada crucial para controlar as mudanças climáticas, que se
encerra em 12 de novembro, e pode levar a grandes mudanças no nosso dia a dia.
Confira a seguir informações que constam do material preparado pela agência de
notícias britânica.
O que é a COP26 e
por que está ocorrendo?
A BBC explica que a
Terra está aquecendo por causa da emissão de combustíveis fósseis pela ação
humana. Eventos climáticos extremos ligados às mudanças climáticas, como ondas
de calor, alagamentos e incêndios florestais, estão se intensificando. A década
passada foi a mais quente já registrada, e governos concordam que uma ação
coletiva urgente é necessária.
Para essa
conferência, 200 países deverão apresentar seus planos de corte de emissões até
2030. Todos eles concordaram em 2015 em promover mudanças para manter o
aquecimento global “bem abaixo” de 2°C acima dos níveis pré-industriais – e
tentar atingir 1,5°C – para evitar uma catástrofe climática.
Isso é conhecido
como Acordo de Paris, e significa que os países têm que continuar fazendo
cortes maiores nas emissões até chegar à neutralidade nas emissões de carbono
em 2050.
Ou seja, as
emissões que não podem ser evitadas por tecnologia limpa em 2050 deverão ser
soterradas com a tecnologia de captura e armazenamento de carbono ou absorvidas
por plantas e solos.
O que será decidido
na COP 26?
De acordo com a
agência britânica, a maioria dos países submeteria seus planos de redução de
emissões antes do início da conferência, sendo possível avaliar se o mundo está
no caminho certo para alcançar a meta do Acordo de Paris. Mas, durante as
próximas duas semanas, quando acontece a COP 26, são esperados novos anúncios
de medidas.
A expectativa é que algumas sejam bem técnicas, incluindo regras que ainda são necessárias para implementar o Acordo de Paris, por exemplo.
Mas alguns outros
anúncios podem incluir:
- Mudança mais rápida para uso de carros
elétricos
- Acelerar a eliminação da energia a carvão
- Cortar menos árvores
- Proteger mais pessoas dos impactos das
mudanças climáticas, financiando, por exemplo, sistemas costeiros de
defesa contra eventos climáticos adversos
Cerca de 25 mil
pessoas são esperadas em Glasgow, incluindo líderes mundiais, negociadores e
jornalistas. Milhares de ativistas e empresas também vão participar de eventos
e realizar protestos. O grupo Extinction Rebellion, por exemplo, está exigindo
o fim imediato do uso de combustíveis fósseis.
No final da
conferência, uma espécie de declaração é esperada. Cada país deverá assinar o
documento e ele pode incluir compromissos específicos.
Quais devem ser os
principais pontos de discussão?
Segundo a BBC, espera-se
que haja muita conversa sobre dinheiro e justiça climática. Países em
desenvolvimento tendem a poluir menos e não são responsáveis pela maior parte
das emissões do passado. Mas são eles os principais afetados por alguns dos
piores efeitos das mudanças climáticas.
Legenda da foto, Países pobres e em
desenvolvimento são os principais afetados por alguns dos piores efeitos das
mudanças climáticas.
Eles precisam de
mais dinheiro para reduzir suas emissões e mitigar os impactos da mudança
climática. Isso pode significar mais painéis solares em países que dependem de
energia de carvão e mais sistemas de defesa contra alagamentos e inundações.
Também haverá uma
batalha sobre compensações para países em desenvolvimento afetados pelas
mudanças climáticas. Países ricos anteriormente prometeram US$ 100 bilhões por
ano para ajudar nações mais pobres até 2020.
Uma análise feita
pelas Nações Unidas no ano passado revelou que a meta possivelmente não foi
alcançada, portanto, países ricos estão sendo cobrados a contribuir com mais
dinheiro.
O nível de
comprometimento da China na COP 26 também será um fator importante. É o maior
poluidor do mundo e possui investimentos em plantas de energia à base de carvão
pelo mundo todo.
Muitos observadores
estarão de olho no quão rápido a China, e outros grandes produtores de
combustível fóssil, estarão dispostos a reduzir sua dependência nessas fontes
poluentes.
Como a COP26 vai me
afetar?
A agência de
notícias britânica explica que os compromissos firmados em Glasgow poderão
afetar diretamente o nosso dia a dia. “Por exemplo, podem determinar se você
vai dirigir um carro a gasolina, aquecer sua casa com aquecedor a gás ou viajar
menos de avião”, exemplifica.
Você vai ouvir
muitos jargões
- COP26: COP significa Conferência entre as
Partes. Estabelecida pela ONU, a COP1 aconteceu em 1995. Essa será a
vigésima sexta conferência. Por isso, a sigla COP26.
- Acordo de Paris: O Acordo de Paris uniu
todas as nações, pela primeira vez, num acordo único sobre os esforços
globais para mitigar as mudanças climáticas e reduzir emissões de gases do
efeito estufa.
- IPCC: O Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas avalia as pesquisas mais atualizadas sobre mudanças climáticas
- 1,5°C: Manter o aumento da temperatura global
abaixo de 1,5°C, comparado com o período pré-industrial, vai impedir os
piores efeitos das mudanças climáticas, dizem os cientistas.
O que é preciso
para a COP26 ser um sucesso?
A BBC prevê que,
como país-sede, o Reino Unido possivelmente vai querer que todos os países
apoiem um acordo ousado que garanta a meta de neutralidade de carbono até 2050,
bem como uma redução significativa até 2030.
O governo britânico
também vai pressionar por compromissos específicos pelo fim da indústria de
carvão, dos carros movidos a gasolina e diesel e pela proteção da natureza.
Países em
desenvolvimento vão pressionar por um grande pacote de financiamento para os
próximos cinco anos, para ajudá-los a se adaptar ao aumento das temperaturas.
Qualquer resultado
que não contemple todos esses elementos será considerado insuficiente, porque
simplesmente não há mais tempo a perder para manter viva a meta de 1,5°C.
No entanto, alguns
cientistas acreditam que os líderes mundiais demoraram demais para tomar
providências e que, independentemente do que seja acordado, a meta de 1,5°C não
será atingida.
Fonte: BBC Brasil
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