Por Dedé Rodrigues
A nova direção do Sintepe
convocou o Conselho de Representantes, para o primeiro encontro dos conselhos, pós-pandemia,
nos dias 25 e 26 de novembro. Na ocasião fizeram uma homenagem aos ex: presidentes
dessa entidade. Segundo publicação no Sintepe Regional Pajeú, “Na abertura do
Conselho do SINTEPE esta mesa representa a histórica luta dos trabalhadores e
trabalhadoras da Educação de Pernambuco. São os presidentes e presidentas do
nosso sindicato: Horácio Reis, Paulo Valença, Teresa Leitão, Heleno Araújo,
Fernando Melo e Ivete Araújo. Viva o passado, presente e futuro! Não existe nenhum
problema em homenagear presidentes de entidades, mas quem estava presente e atento percebeu que nas
falas de todos, de forma deliberada, não citaram o papel dos milhares de sócios da entidade, não citaram as outras
correntes ideológicas que fazem parte da história do SINTEPE; não citaram
muitas outras lideranças, em especial da CTB, que ocuparam cargos importantes na direção,
inclusive o de presidente. Qual teria
sido o motivo? Seria autopropaganda política? Seria porque estas correntes pensam
diferente da Artsind? Não existe, nesse
caso, um resgate de um viés deturpado da
história eurocêntrica que só citavam os “grandes homens” a frente das guerras, dos
fatos e dos países? A CTB faz parte da história do Sintepe, deixá-la de
fora é negar parte importante da história dessa entidade.
É bom que lembremos que os
comunistas fazem parte
da história do Sintepe desde a aliança com a Artsind, em 1996, quando éramos da Corrente
Sindical Classista, CSC, naquele momento,
hoje Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a CTB. Durante esse período ocupamos aproximadamente 30% das forças nos cargos de direção. Além disso
tivemos nas direções 3 vices (Antonieta, William e Valéria) e a Presidência, nesse
curto espaço de tempo, de Dezembro de 2020 a Julho 2021, da nossa brava
camarada Valéria Silva. É preciso registrar ainda: a Tesouraria com Wilson, Secretarias
Gerais com Antonieta, Valéria, Elisangela, Vânia e William. Ocupamos nesses
mandatos também as Secretarias de Formação, Interior, Gênero e Patrimônio, como
cargos também importantes da CTB na direção do Sintepe durante todo esse
período histórico.
É bom lembrar também que, além das
correntes que estavam nas últimas gestões, Articulação Sindical, Articulação de
Esquerda e a CTB, milhares de lideranças dos 15 setoriais metropolitanos, 13
núcleos regionais e centenas de delegados municipais estiveram a frente das
principais lutas do Sintepe em toda sua história. Eu, por exemplo, fiz parte de
todo o comando de greve de 1997 até os dias atuais em minha cidade. São 24 anos
de luta em defesa da categoria. E por que não citaram as outras correntes de
pensamento que não fizeram parte da gestão, mas fizeram parte desses 31 anos de lutas do
Sintepe? As reclamações do monopólio
dessa entidade pela Artsind partem até de outras correntes do PT, a Articulação de
esquerda, que faz parte da própria direção
atual, como ouvi reclamação de muitos. Tudo isso não é parte da história do Sintepe?
Não se deve fazer gestão sindical tentando invisibilizar todos que os pensam
diferente.
Os membros da nova direção do Sintepe estão trilhando um caminho, no mínimo equivocado, que nós da CTB já tínhamos alertado
na última eleição. Da forma com agem, excluindo todos os que pensam diferente
deles, não contribuem com um sindicato democrático, plural e de luta. A unidade
da categoria fica prejudicada e toda ação do sindicato fica comprometida. Um
Sindicato, verdadeiramente democrático, não pode estar a serviço ou promoção de
lideranças políticas ou de uma corrente ideológica. Todos os trabalhadores,
correntes de pensamento e partidos fazem parte da história do Sindicato e
merecem reconhecimento e respeito.
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