Publicado 08/02/2022 18:41 | Editado 08/02/2022 22:30
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
O cenário de aperto
financeiro das famílias brasileiras se confirma uma vez que 83% tiveram que
fazer cortes ou ajustes no orçamento em 2021, segundo pesquisa feita pela
Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), sendo que 59% tiveram que
redirecionar o dinheiro para pagamento de contas do dia a dia, 35% para pagar
contas em atraso e 25% para economizar e guardar dinheiro.
Ao mesmo tempo, 51%
dos brasileiros acreditam que as condições da economia em 2021 pioraram em
relação a 2020. Entre os que realizaram cortes no orçamento, 55% reduziram as
refeições fora de casa/delivery, 48% os itens supérfluos de supermercado e 44%
cortaram a compra de vestuários, calçados e acessórios.
A pesquisa aponta,
ainda, que quatro em cada dez brasileiros avaliam que a própria condição
financeira piorou em 2021 (43%), enquanto 31% acreditam que não melhorou nem
piorou, e para 23% houve melhora. Em 2019, período pré-pandemia, a mesma
pesquisa registrou os que acharam que a própria condição financeira piorou
foram 26% dos entrevistados, ou seja, 17 pontos percentuais a menos do que
agora em 2021. Os que acharam ter havido melhora foram 30% (2019), sete pontos
percentuais a mais do que em 2021.
Entre os 40% que
declararam que as suas situações pioraram em 2021, 35% vincularam essa piora ao
desemprego, pois tiveram alguém na família que perdeu o emprego. O desemprego
continua a golpear as famílias e seus orçamentos e, além disso, recontratações
estão sendo feitas por salários inferiores. Ainda nesse mesmo grupo, 60%
consideram que seu salário/rendimento não aumentou na mesma proporção dos
preços dos produtos/serviços e 44% tiveram redução da renda familiar.
Para o presidente
da CNDL, José César da Costa, “o desemprego elevado é, sem sombra de dúvidas,
um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo país e isso está ligado
diretamente ao retorno do crescimento econômico, que ainda não alavancou. A
renda da população foi fortemente afetada nos últimos dois anos e isso, somado
aos preços elevados, traz insegurança para as famílias”.
De acordo com o
levantamento, 55% dos consumidores estão insatisfeitos em algum grau com o
padrão de vida atual. Por outro lado, 40% estão satisfeitos, sendo que 35% se
dizem satisfeitos e 5% muito satisfeitos. Além disso, 46% alegam ter havido
piora do padrão de vida em comparação ao período pré-pandemia.
Com relação aos
meios de sustento atuais, 34% exercem trabalho autônomo, 22% trabalham com
carteira assinada e 22% fazem trabalhos temporários ou “bicos”. Para manter ou
aumentar seu padrão de vida, 40% precisaram realizar trabalhos extras; 29%
utilizaram o cartão de crédito; e, para 17%, mais pessoas da família tiveram
que trabalhar.
Entre aqueles que
afirmaram ter sido necessário realizar “bicos” para manter ou aumentar o padrão
de vida, 19% afirmam estar trabalhando como diarista ou lavando roupa, 19%
realizando serviços gerais de manutenção e 17% revendendo produtos.
De acordo ainda com
o levantamento, 92% dos consumidores deixaram de realizar algum projeto que
tinham para 2021, principalmente juntar uma reserva de dinheiro (29%), comprar
ou reformar a casa (25%), fazer uma grande viagem (25%), pagar dívidas em
atraso (20%) e comprar um carro/moto (18%).
Em relação a 2022,
nove em cada dez brasileiros possuem algum temor quanto a sua vida financeira
em 2022 (90%), sendo os principais: não conseguir pagar suas contas (52%, ante
39% em 2019) ; não ser possível guardar dinheiro (39%); ter que desistir de
consumir coisas que gosta (24%); e não conseguir um emprego (24%).
A CNDL entrevistou
600 brasileiros com idade maior ou igual a 18 anos, em várias regiões do país.
A pesquisa foi feita em parceria com SPC Brasil e a Offer Wise Pesquisas.
Fonte: Portal do
jornal Hora do Povo
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