No documento inicial, que ainda precisa da aprovação dos partidos que apoiam o ex-presidente (PT, PCdoB, PV, PSB, PSOL, Rede e Solidariedade), a aliança propõe recolocar os pobres e os trabalhadores no orçamento
por Iram Alfaia
Publicado 06/06/2022 17:44 | Editado 06/06/2022 18:05
Uma prévia do
programa do pré-candidato Lula à presidência prevê revogações da reforma
trabalhista e do teto de gastos que limitou as despesas da União por 20 anos.
No documento inicial, que ainda precisa da aprovação dos partidos que apoiam o
ex-presidente (PT, PCdoB, PV, PSB, PSOL, Rede e Solidariedade), a aliança
propõe recolocar os pobres e os trabalhadores no orçamento.
Para isso, é
preciso revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro, que
é disfuncional e perdeu totalmente sua credibilidade. De acordo com a ´proposta
inicial do programa, é preciso construir um novo regime fiscal que disponha de
credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade.
Além disso, o novo
regime precisa de flexibilidade para garantir atuação anticíclica, que promova
a transparência e o acompanhamento da relação custo-benefício das políticas
públicas. A política fiscal precisa fortalecer o planejamento e a articulação
entre investimentos públicos e privados, que reconheça a importância do
investimento social, dos investimentos em infraestrutura e que esteja vinculado
a criação de uma estrutura tributária mais simples e progressiva. “Vamos
colocar o pobre outra vez no orçamento e os super-ricos pagando impostos”, diz
o documento de 17 páginas e 90 diretrizes.
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Oposição protesta contra reforma
trabalhista (Foto: J. Batista/Câmara)
Reforma Trabalhista
Como destaca
previamente o programa, o trabalho estará no centro do projeto de
desenvolvimento. “Defendemos a revogação da reforma trabalhista feita no
governo Temer e a construção de uma nova legislação trabalhista, a partir da
negociação tripartite, que proteja os trabalhadores, recomponha direitos,
fortaleça os sindicatos sem a volta do imposto sindical, construa um novo
sistema de negociação coletiva e dê especial atenção aos trabalhadores
informais e de aplicativos”, propõe.
Nesse contexto, o
Brasil precisa criar oportunidades de trabalho e emprego com a retomada dos
investimentos em infraestrutura e a reindustrialização do país sob novas bases
tecnológicas e ambientais. Também se propõe o estímulo à economia solidária, à
economia criativa e a economia baseada na biodiversidade bem como ao apoio ao
cooperativismo, empreendedorismo e às micro e pequenas empresas.
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Salário mínimo
Também se propõe
retomar a política de valorização do salário mínimo visando a recuperação do
poder de compra de trabalhadores. Para dinamizar a economia, em especial dos
pequenos municípios, essa valorização vai atingir os beneficiários de políticas
previdenciárias e assistenciais.
“Buscaremos um
modelo previdenciário que concilie o aumento da cobertura com o financiamento
sustentável. A proteção previdenciária voltará a ser um direito de todos e de
todas. Frente aos milhares de trabalhadores e trabalhadoras hoje excluídos, a
inclusão previdenciária será central para o resgate, a longo prazo, da
sustentabilidade financeira do regime geral de previdência social”, diz o
programa.
Fome
Outra questão
estratégica será o combate à fome e da pobreza. “Produzimos comida em quantidade
para garantir alimentação de qualidade para todos. No entanto, a fome voltou ao
nosso país. Além de uma questão de soberania, o enfrentamento contra a fome
exigirá mais empregos e renda para os mais pobres e será prioridade em nosso
governo. Trabalharemos de forma incansável, até que todos os brasileiros e as
brasileiras tenham novamente direito ao menos a três refeições de qualidade por
dia.”
Bolsa Família
De acordo com o
programa, é urgente o Bolsa Família renovado e ampliado para garantir renda
compatível com as atuais necessidades da população. “Um programa que recupere
as principais características do projeto que se tornou referência mundial, e
que inove ainda mais na ampliação da garantia de cidadania para os mais
vulneráveis. Um programa que, orientado por princípios de cobertura crescente,
baseados em patamares adequados de renda, viabilizará a transição por etapas,
no rumo de um sistema universal e uma renda básica de cidadania.”
Educação
“O país voltará a
investir em educação de qualidade, no direito ao conhecimento e no
fortalecimento do ensino da creche a pós-graduação, coordenando ações
articuladas e sistêmicas entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
retomando as metas do Plano Nacional de Educação e revertendo os desmontes do
atual governo. Educação é investimento essencial para fazer do Brasil um país
desenvolvido, independente e igualitário, mais criativo e feliz.”
Saúde
“A saúde, o direito
à vida e o SUS têm sido tratados com descaso pelo atual governo. Faltam
investimentos, ações preventivas, profissionais de saúde, consultas, exames e
medicamentos. É urgente dar condições ao SUS para retomar o atendimento às
demandas que foram represadas durante a pandemia, atender as pessoas com
sequelas da COVID-19 e retomar o reconhecido programa nacional de vacinação.
Não fossem o SUS e os corajosos trabalhadores e trabalhadoras da saúde, a
irresponsabilidade do atual governo na pandemia teria custado ainda mais
vidas.”
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