quarta-feira, 23 de novembro de 2022

ALUNOS DA EREFEMAAC TABIRA FORAM PROTAGONISTAS NA SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Por Dedé Rodrigues

Os alunos da Escola de Referência Arnaldo Alves Cavalcanti de Tabira,  EREFEMAAC foram protagonistas nos dias 21 e 22 de novembro de 2022 nas homenagens ao maior líder quilombola do Brasil, Zumbi dos Palmares, assassinado em 20 de novembro de 1695.

Os eventos que ocorreram nas salas de aulas e no auditório da escola, foram organizados pelos professores da área de Humanas, com apoio da equipe gestora, educadores de apoio, Biblioteca, setor de merenda, pessoal da limpeza,  guardas da escola, entre outros.

O planejamento dos eventos previa exibição do "filmaço" 12 Anos de Escravidão para os terceiros anos. Foram também exibidos outros filmes abordando a temática do racismo para os primeiros e os segundos anos.

A conclusão que estamos chegando é que os eventos foram um sucesso com alunos cantando, dançando, lendo poesias, cantando músicas sobre o tema.

Os professores Dedé Rodrigues e Jobsom, exibiram músicas e fizeram  intervenções históricas destacando a luta contra o racismo e a necessidade de ampliação da democracia e da cidadania no Brasil.

Abaixo vocês vão ver a intervenção do professor Dedé Rodrigues e as fotos das apresentações dos eventos.          

 Intervenção sobre a Semana da Consciência Negra

EREFEMAAC – 2022

Prof. Dedé Rodrigues – Saudações a todos da escola e grato pela participação e apoio.

Histórico da escravidão – Os negros passaram em torno de 360 anos de correntes, trabalhando, chicoqueados, lutando e resistindo de várias formas. O maior líder quilombola do Brasil foi assassinado em 20 de novembro de 1695 – e a data de sua morte é uma referência especial para todos nós.

NEGRÃO, José Carlos, 20 de Novembro, um dia de muita reflexão e luta, Portal Vermelho, 2021

 

O que dois poetas dizem sobre a importância e a humilhação que sofrem os negros no Brasil?

Os negros desse país,

Vítimas de humilhação

Construíram a riqueza

Tirada da exploração,

Pois a mão - de - obra escrava

Todo mundo alimentava

Nos tempos da escravidão.

 

Dedé Rodrigues

 

O que disse o poeta Zé Luiz – Rio Grande do Norte?    

 

Brasil de três raças, de negros tão bravos,

Guindastes humanos nos dias primeiros,

Que foram, nos sujos porões dos cargueiros,

Vendidos, comprados, por míseros centavos,

Plantaram, colheram, foram e são escravos,

Que o negro não pode as algemas quebrar.

A argola ainda existe, sem ele enxergar,

E ainda é a pátria na rua e nas hortas

Uma gigantesca senzala sem portas

Nos dez de galope na beira do mar.

 

Como estão hoje os negros e pardos no Brasil,  na economia,  com as chamadas reformas neoliberais, feitas de 2016 para cá?

Estão na informalidade

E na subocupação.

Ganham menos que o branco,

Em qualquer situação.  

Vejam a disparidade:

Negras ganham a metade

Dos brancos dessa nação.

 

Para se aposentar

O negro pena um montão,

Mas também o branco pobre

Padece nessa questão.

Seja no campo ou cidade

Aumentaram a idade

E a contribuição.

   

As negras ganharam em 2022 só 46,3% do rendimento recebido pelo homem não negro. Para o homem negro, essa proporção foi de 58,8%. Fonte: IBGE – No segundo trimestre de 2022.

Por que chamamos “racismo estrutural”?

O racismo é intolerância,

Muita discriminação.

É produto de um modelo

Calçado  na escravidão.

No sistema desigual

O racismo estrutural

Sustenta a exploração. 

 

 

Os negros padecem de

Sub-representações;

São poucos no parlamento,

Nos cargos de direções.

Da renda estão excluídos,

Taxados como  bandidos,

Superlotam as prisões.

 

Proporção de negros nas prisões cresce 14% em 15 anos, enquanto a de brancos cai 19%, mostra Anuário de Segurança Pública. [...]

Dos 657,8 mil presos em que há a informação da cor/raça disponível, 438,7 mil são negros (ou 66,7%). Os dados são referentes a 2019. Dois em cada três presos são negros. Fonte: Por Cíntia Acayaba e Thiago Reis, G1, 2020.

 

 

O poeta Filipe Amaral de Tabira disse o seguinte em cordel publicado esse ano de 2022:

 

A desestruturação

Nesse país fez seu lar

Pobre morreu espancado,

Barão riu no bulevar

Dos negros assassinados

Pela escória militar.

 

Os negros representam 56% da nossa população. Segundo o IBGE, 112 milhões de brasileiros se autodeclaram pretos ou pardos. Para termos ideia do que esse número representa, apenas uma única nação africana, a Nigéria, tem mais moradores negros do que o Brasil.

 

Mesmo sendo maioria

Da nossa população

Os negros são excluídos

Também na educação.

Nos cursos superiores

Bem poucos viram doutores

Por causa da exclusão.

 

 Em 2018, apenas 55,6% dos jovens pretos e partos de 18 a 24 anos cursavam o ensino superior. Entre os jovens brancos, o índice era de 78,8%.

 

São excluídos da renda,

Dos cargos de direção,

Das “benesses” do mercado,

Das empresas do patrão.

Além de desempregados,

Ainda são humilhados

Por brancos sem coração.

 

A desigualdade racial também está visível no mercado de trabalho. No final de 2020, por exemplo, era de 13,9% a taxa geral de desemprego no Brasil – mas de 15,8% entre os trabalhadores pardos e 17,2% entre trabalhadores pretos. Conforme pesquisadores ligados ao Instituto Insper, o salário de um homem branco é, em média, 159% maior do que o de uma mulher negra, numa demonstração de que preconceitos tão arraigados, como o racismo e o machismo, andam de mãos dadas.

 

Mas é preciso lembrar

Que o negro é bom de bola,

Como um povo originário,

Conquistaram os quilombolas.

Na nossa legislação

Já têm leis de proteção

Pra quebrar muitas argolas.  

 

O Senado Federal tem ainda outros projetos de lei já aprovados com o objetivo de combater o racismo. Um deles (PLS 787/2015) inclui as motivações de preconceito racial e sexual como circunstâncias agravantes de pena para qualquer tipo de crime; outro proíbe agentes de segurança pública ou particular de adotarem ações baseadas em preconceito (PL 5231/2020), e outros dois (PL 4373/2020 e PL 4566/2021) tipificam a conduta de injúria racial. [...] o Senador Paulo Paim (PT-RS), autor do Estatuto da Igualdade Racial, sancionado em 2010 pelo então presidente Lula.

 

Infelizmente crece uma onda conservadora que espalha ódio por todos os cantos do mundo e e no Brasil atual. Caberia perguntar:

 

Há alguma relação do capitalismo, com o racismo e com o neofascismo da extrema direita bolsonarista?

 

 Não dar para separar

O aumento do racismo

Com  uma onda que cresce

Chamada de neofascismo.

Vejam a ligação dos fatos:

Os dois são produtos natos,

Filhos do capitalismo.

 

O que disse a estudante de Direito Jessy Dayane, em Junho de 2020 – Brasil de Fato

Fascismo e racismo: duas faces do mesmo ódio. [...]

“O desafio é fortalecer e organizar a resistência, até porque, a luta contra a ameaça do fascismo deve ser uma tarefa de milhões” - Guilherme Santos.

 

E o poeta acrescenta:

 

Pra fortalecer a luta

E acabar com essa agonia

Só juntando todo mundo

Contra essa ideologia.

Por isso vamos lutar

Para também ampliar

A nossa democracia.

 

Frase de Jessy Dayane, ex - vice – presidente da UNE: “O renascimento de grupos neofascistas não é uma exclusividade brasileira e em todas as partes do mundo tem combinado setores de extrema direita, racistas, xenófobos e ações violentas, que não hesitam em tirar a vida dos que se opõem à sua ideologia. O fascismo e o racismo são duas faces do mesmo ódio, miram os mesmos alvos: contra a democracia;  os pretos e pretas; contra o povo trabalhador das ruas e favelas. A luta contra o fascismo e o racismo também são lutas em defesa da vida”. Fonte: DAYANE, Jessy, Fascismo e racismo: duas faces do mesmo ódio, Brasil de Fato, 2020.

 

VIVA A LUTA CONTRA O RACISMO, GALERA!

VIVA A DEMOCRACIA, GALERA!

 

Por Dedé Rodrigues - 2022

 

 SEGUE AS FOTOS COM AS APRESENTAÇÕES 

Tatiane - 3º EM - A (música e poesia)







Alunos do 2º D e C (música e poesia)

Maria Eduarda - 3º E. M. - A (poesia)








Ana Cristina - 2º D

Éverton - 2º C - Grupo de Capoeira  





Ana Cristina - 2º D (poesia)

Aluna 2º D (Poesia)


Grupo de dança do 1º E. M. (A)








                                                    
Plateia lotada







 

 

 

 

0 comentários :

Postar um comentário