Professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) já está em Xangai, sede do Banco, para assumir diretoria de pesquisas do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD).
por Cezar Xavier
Publicado 12/06/2023 16:38 | Editado 12/06/2023 17:33
A ex-presidenta da
República e atual presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma
Rousseff, convocou o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Elias Jabbour, para assumir a
Diretoria de Pesquisas do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Ele se licenciou
das salas de aula para assessorar Dilma no banco do grupo de nações emergentes
Brics e deve permanecer em Xangai por um período de dois anos.
A informação foi
divulgada pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, e
checada pelo Portal Vermelho. Devido a questões contratuais do
banco, o economista não pode conceder entrevista sem autorização da empresa.
Nesta terça-feira
(13), Jabbour receberá o principal prêmio literário chinês para estrangeiros,
o Special Book Award of China 2022, pela edição de seu livro “China:
O Socialismo do Século XXI”. Escrita em parceria com Alberto Gabriele e
publicada pela Boitempo em 2021, a obra teve seus direitos comprados para
ser editada em mandarim.
Leia também: Iso Sendacz
resenha “China: o socialismo do século XXI”, de Elias Jabbour
Membro do Comitê
Central do PCdoB, Elias Jabbour é professor dos Programas de Pós-Graduação em
Ciências Econômicas (PPGCE) e em Relações Internacionais (PPGRI) da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Com cerca de 25
anos de dedicação intelectual às temáticas do socialismo e da experiência
chinesa é autor dos livros China: o socialismo do século
XXI (Boitempo, 2021); China: socialismo e desenvolvimento – sete
décadas depois (Anita Garibaldi, 2019); China hoje: projeto nacional,
desenvolvimento e socialismo de mercado (Anita Garibaldi/EDUEPB,
2012); China: infra-estruturas e crescimento econômico (Anita
Garibaldi, 2006) e China: desenvolvimento e socialismo de
mercado (Departamento de Geociências, CFH-UFSC, 2006).
Socialismo chinês
Escrito para o
público geral, o livro China: o socialismo do século XXI é um
trabalho teórico e estatístico que analisa o gigante que se tornou, nas últimas
duas décadas, a locomotiva do sistema econômico mundial. O diferencial da obra
é questionar o que seria o socialismo chinês, e se difere do capitalismo tal
qual o conhecemos até aqui.
Leia também: Elias Jabbour
ganha o maior prêmio literário da China para autores estrangeiros
Os autores
consideram a complexidade da China ao fugir ao senso comum sobre preconceitos
ideológicos contra o socialismo ou ainda da apologia ao sistema econômico e
político em vigor naquele país. Em vez disso, analisam a peculiaridade das
relações de propriedade e das ferramentas de planejamento/projetamento que o
Partido Comunista Chinês disponibiliza para governar e tornar-se uma
alternativa viável ao ambiente de crise perene do capitalismo ocidental.
A obra apresenta um
país que conseguiu, durante décadas, alcançar uma das taxas de crescimentos
mais estáveis da história, passando de um dos mais pobres do mundo a segunda
economia do planeta e que possui vasta base industrial e científica, sem
ignorar que o sistema socioeconômico chinês também carrega suas
contradições.
Segundo o atual
ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, este “é um livro que tende a
tornar-se ponto incontornável nas discussões sobre as singularidades da
economia chinesa e, por consequência, das possibilidades de ressignificação do
socialismo”.
Leia também: É bom para os
EUA atacar a China? Até quando?, por Elias Jabbour
O economista Luiz
Gonzaga Belluzzo considera que “a aventura dos autores empenha-se em descobrir
no socialismo da China a construção de uma nova formação econômica e social que
instiga a perplexidade dos conformistas que não se cansam de indagar:
Capitalismo de Estado ou Socialismo de Mercado?”
O sociólogo da
UFRJ, Carlos Eduardo Martins, diz que Elias Jabbour e Alberto Gabriele
“entregam neste livro um rico material analítico e empírico e propõem uma
síntese original entre o marxismo, o estruturalismo e o keynesianismo que não
pode ser ignorada pelos cientistas sociais”.
Socialismo chinês
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