Por Dedé Rodrigues
No dia 19 de outubro de 2023 realizei, iniciando ás 20 horas, uma breve intervenção para diversos participantes, ligados à Secretaria de Educação de Tabira na Escola José Odano de Gós Pires a convite da companheira do Sintepe, ex: colega de trabalho, Eliane de Caneca. O tema debatido foi o Racismo estrutural no Brasil.Para início de conversa disse aos
presentes que para compreender o racismo estrutural precisamos conhecer a
História do Brasil. Passamos quase todo o período colonial e Imperial sobrevivendo
com o trabalho escravo. Mesmo com o fim do Império e a implantação da República
o racismo continua impregnado na política, na economia e na sociedade.
Vejamos como isso ocorre. A
situação econômica e social, segundo matéria do Observatório da Educação
pós-pandemia, Google, acessado em 2023, nós temos 71% de pretos e pardos abaixo
da linha de pobreza e 27% brancos. Nesse relatório temos ainda na faixa da
extrema pobreza 73% de pretos e pardos e 25% de brancos. Todos os itens
abordados, abandono escolar, analfabetismo, reprovação, etc. Os pretos e pardos
continuam bem na frente dos brancos. Hoje,
mesmo sendo 56% da população brasileira, as prisões e os milhares de jovens
assassinados no Brasil por ano vitimam em torno de 70% pretos e pardos.
Porém os negros não foram
submetidos à escravidão sem lutas e diversas formas de resistências. Essas
lutas foram aos poucos conquistando direitos. Desde a Lei Eusébio de Queiróz, a
Lei do Ventre Livre, a Lei do Sexagenário e a Lei Áurea, passando pela
constituição de 1988, artigo 5º, a Lei de 2003, 10.639; a Lei de 2008, 11.645,
a Lei de 2012, 12.711, entre outras, mostram que só pela luta organizada pretos
e pardos, com apoio dos brancos antirracistas, podem ir aos poucos ampliando os
direitos até um dia suprimir o racismo estrutural em nosso país.
No entanto fiz questão de frisar
que o fim do racismo estrutural no Brasil não ocorrerá de forma isolada, mas
somando com outras lutas que a sociedade está travando: o fim da xenofobia, da
homofobia, do machismo, da desigualdade social e do feminicídio. Para isso as
(os) gestoras(es) escolares “cabeças dirigentes”, os professores de todas as
áreas, os Grêmios Estudantis, os Conselhos Escolares, os governantes e
participantes das três esferas de poder, Municipal, Estadual e Federal,
precisam apoiar e ajudar a implementar um “projeto interdisciplinar em cada escola”
e garantir nos currículos escolares o cumprimento das leis que torna
obrigatório este trabalho no Brasil. A luta antirracista tem que acontecer
todos os dias na escola e fora dela.
Por fim, ao lado disso, eu
acredito que precisamos implementar no Brasil “Um novo projeto nacional de
desenvolvimento” que tente envolver toda sociedade para juntos construirmos um
novo pais, mais autônomo, com mais inclusão, com menos racismo, menos xenofobia,
menos homofobia, menos feminicídio etc. Esse país, por certo, será mais
desenvolvido e mais justo. Penso que já
estamos caminhado nessa direção, mas essa tarefa não é simples. Quem tem coragem de lutar, tem propostas e
objetivos humanos é indispensável para realização dessa tarefa imensa e
gratificante. Partidos políticos progressistas, entidades de classes e
instituições sociais precisam se juntar para isso. A utopia não morreu! O sonho não acabou!
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