sexta-feira, 20 de outubro de 2023

RACISMO ESTRUTURAL: COMO COMBATER O RACISMO NAS ESCOLAS?

Por Dedé Rodrigues

No dia 19 de outubro de 2023 realizei, iniciando ás 20 horas, uma breve intervenção para diversos participantes, ligados à Secretaria de Educação de Tabira na Escola José Odano de Gós Pires a convite da companheira do Sintepe, ex: colega de trabalho, Eliane de Caneca. O tema debatido foi o Racismo estrutural no Brasil.  

Para início de conversa disse aos presentes que para compreender o racismo estrutural precisamos conhecer a História do Brasil. Passamos quase todo o período colonial e Imperial sobrevivendo com o trabalho escravo. Mesmo com o fim do Império e a implantação da República o racismo continua impregnado na política, na economia e na sociedade.  

Vejamos como isso ocorre. A situação econômica e social, segundo matéria do Observatório da Educação pós-pandemia, Google, acessado em 2023, nós temos 71% de pretos e pardos abaixo da linha de pobreza e 27% brancos. Nesse relatório temos ainda na faixa da extrema pobreza 73% de pretos e pardos e 25% de brancos. Todos os itens abordados, abandono escolar, analfabetismo, reprovação, etc. Os pretos e pardos continuam bem na frente dos brancos.  Hoje, mesmo sendo 56% da população brasileira, as prisões e os milhares de jovens assassinados no Brasil por ano vitimam em torno de 70% pretos e pardos. 

Porém os negros não foram submetidos à escravidão sem lutas e diversas formas de resistências. Essas lutas foram aos poucos conquistando direitos. Desde a Lei Eusébio de Queiróz, a Lei do Ventre Livre, a Lei do Sexagenário e a Lei Áurea, passando pela constituição de 1988, artigo 5º, a Lei de 2003, 10.639; a Lei de 2008, 11.645, a Lei de 2012, 12.711, entre outras, mostram que só pela luta organizada pretos e pardos, com apoio dos brancos antirracistas, podem ir aos poucos ampliando os direitos até um dia suprimir o racismo estrutural em nosso país. 

No entanto fiz questão de frisar que o fim do racismo estrutural no Brasil não ocorrerá de forma isolada, mas somando com outras lutas que a sociedade está travando: o fim da xenofobia, da homofobia, do machismo, da desigualdade social e do feminicídio. Para isso as (os) gestoras(es) escolares “cabeças dirigentes”, os professores de todas as áreas, os Grêmios Estudantis, os Conselhos Escolares, os governantes e participantes das três esferas de poder, Municipal, Estadual e Federal, precisam apoiar e ajudar a implementar um “projeto interdisciplinar em cada escola” e garantir nos currículos escolares o cumprimento das leis que torna obrigatório este trabalho no Brasil. A luta antirracista tem que acontecer todos os dias na escola e fora dela.    

Por fim, ao lado disso, eu acredito que precisamos implementar no Brasil “Um novo projeto nacional de desenvolvimento” que tente envolver toda sociedade para juntos construirmos um novo pais, mais autônomo, com mais inclusão, com menos racismo, menos xenofobia, menos homofobia, menos feminicídio etc. Esse país, por certo, será mais desenvolvido e mais justo.  Penso que já estamos caminhado nessa direção, mas essa tarefa não é simples.  Quem tem coragem de lutar, tem propostas e objetivos humanos é indispensável para realização dessa tarefa imensa e gratificante. Partidos políticos progressistas, entidades de classes e instituições sociais precisam se juntar para isso.  A utopia não morreu! O sonho não acabou!

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