Partido afirma que “a situação do país começou a mudar para melhor” em 2023, nos planos econômico, “social, político e cultural”
por André Cintra
Publicado 19/01/2024 15:08 | Editado 20/01/2024 13:23
Visita de Lula ao STF após a tentativa de golpe em 8 de Janeiro (Foto:
Ricardo Stuckert/PR)
O PCdoB concluiu
nesta quinta-feira (18) o balanço do ano inaugural do terceiro governo Lula
(PT). Em resolução de sua Comissão Política, o Partido afirma que “a situação
do país começou a mudar para melhor” em 2023, nos planos econômico, “social,
político e cultural”.
O documento lembra
o legado de destruição deixado por quatro anos da gestão Jair Bolsonaro (PL),
que, de tão devastador, dificultou a execução do programa de Lula. Foi um
período em que o governo de extrema-direita “promoveu o desmonte nacional,
atentou contra a democracia, alimentou o ódio e a intolerância, destruiu
direitos sociais, enfim, um período de regressão civilizatória”.
Com Lula, porém, “o
Brasil voltou, e com ele o caminho soberano da democracia encontra nova
oportunidade”, aponta o PCdoB. “O primeiro ano do governo do presidente Lula é
exitoso, repleto de realizações e conquistas que resgatam a dignidade de nossa
gente, recuperam a imagem do Brasil no mundo e promovem o reequilíbrio da vida
institucional e democrática do país. O ano foi um marco na reconstrução
nacional.”
Um dos primeiros
feitos a gestão foi blindar o Estado Democrático de Direito, após os ataques
golpistas de 8 de Janeiro. De acordo com o Partido, “o governo recém-empossado
demonstrou força e amplitude no enfrentamento do radicalismo da
extrema-direita, os três Poderes agiram em uníssono, o Comando do Exército foi
renovado e se retomou uma mais justa relação institucional com as Forças
Armadas sob comando civil. A democracia venceu!”. Mas, lembra o PCdoB, “é
imperioso levar a cabo, até as últimas consequências, a apuração dos crimes”,
bem como “condená-los exemplarmente nos termos da Lei”.
A resolução também
exalta a retomada de políticas públicas, os avanços na economia e a nova agenda
ambiental. “Iniciou-se a virada!”, resume o documento. Entre os destaques
econômicos, cita o crescimento de 3% do PIB, a queda nas taxas de desemprego,
inflação e juros, o superávit comercial recorde, a Reforma Tributária e o Novo
PAC. Além disso, bancos públicos como o BNDES e a Petrobras voltaram a ser
“alavancas do desenvolvimento”.
Com o apoio de
diversos órgãos, a neoindustrialização “vem ganhando centralidade”. Na política
externa, a mudança de governo favoreceu o Brasil e o mundo. O País adotou uma
“ousada estratégia de reinserção internacional, ancorada no resgate da imagem
do país no mundo, em prol da paz no mundo e no combate às desigualdades
sociais”. Na visão do PCdoB, “a agenda do clima e meio ambiente, e em
particular o desenvolvimento soberano da Amazônia, ocupa um lugar central nessa
estratégia”.
Ao recordar o
contexto “muito complexo” enfrentado pelo governo em 2023, o Partido frisou
“óbices, limites e insuficiências”. No mundo, por exemplo, a guerra na Ucrânia
e os conflitos em Gaza intensificam a “instabilidades na dinâmica global”.
Internamente, Lula se viu às voltas com políticas neoliberais a tragar o
Estado, umas derrotadas (como a política do teto de gastos), outras ainda em
curso (como a “independência” do Banco Central). A composição do Congresso
Nacional, dominada pela direita e pelo Centrão, igualmente força o governo a
negociar os rumos da reconstrução.
Como desafios para
2024, a nota cita o aumento do investimento público e privado, o do déficit
zero e outras metas “irrealizáveis” e a construção de uma base parlamentar
maior. “Isso envolve ampliar as forças integrantes do governo, como vem
ocorrendo, mas segue necessário unificar mais a sua atuação em torno do
governo, elevar a coesão das bancadas progressistas e elevar a mobilização
popular”, afirma o PCdoB.
No rumo de um novo
ciclo desenvolvimentista, com “maior patamar de disputa política e ideológica
na sociedade”, o documento conclui: “O mais fundamental, ao lado de assegurar a
essencial missão democrática, é construir maior apoio social e superar o baixo
nível de mobilização organizada dos setores populares e progressistas, para
respaldar e impulsionar o governo a realizar o Programa de Reconstrução e
Transformação do Brasil”.
Clique aqui para
ler a íntegra da resolução do PCdoB.
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