Em 2023, inflação acumulada foi de 4,62%; em 2022, foi de 5,79%. Grupo de alimentos ficou abaixo do resultado geral e ajudou a segurar o índice no ano passado, diz pesquisador
por Redação
Publicado 11/01/2024 11:44 | Editado 11/01/2024 11:57
Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias
O ano de 2023 teve
a menor inflação anual desde 2020, 4,62%, segundo o Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e divulgado nesta quarta-feira (10). Com isso, o
índice ficou abaixo do teto de 4,75% da meta de inflação. No ano de 2022, a
inflação foi de 5,79% e, em 2020, ficou em 4,52%.
De acordo com o
IBGE, o grupo de Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no IPCA, subiu
1,03% em 2023. O resultado se deve à queda nos preços da alimentação no
domicílio (-0,52%), com a deflação do óleo de soja (-28%) do frango em pedaços
(-10,12%) e das carnes (-9,37%). Outros grupos de destaque no acumulado do ano
foram Saúde e cuidados pessoais (6,58%) e Habitação (5,06%).
Segundo André
Almeida, gerente do IPCA, “o grupo de produtos alimentícios ficou abaixo do
resultado geral e ajudou a segurar o índice de 2023. Houve quatro quedas
seguidas no meio de ano, o que contribuiu para esse resultado. A queda na
alimentação no domicílio reflete as safras boas e a redução nos preços das
principais commodities no mercado internacional, como a soja e o milho”.
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Por outro lado, o
maior impacto no resultado da inflação no ano passado veio do grupo Transportes
(7,14%), com a alta acumulada da gasolina (12,09%). Esse combustível tem o
maior peso entre os subitens pesquisados no IPCA e, no ano, exerceu a maior
contribuição individual (0,56 p.p.) para o resultado geral. “Vale lembrar que a
gasolina teve o impacto da reoneração dos tributos federais e das alterações
nas cobranças do ICMS”, destaca Almeida.
Ainda neste grupo,
vale ressaltar que tiveram impacto no índice o item emplacamento e licença, com
alta de 21,22%, e as passagens aéreas, que saltaram 47,24%. Já os preços dos automóveis
novos (2,37%) desaceleraram em relação a 2022 (8,19%), enquanto os dos usados
recuaram 4,80%.
Inflação em
dezembro
No último mês de
2023, a inflação fechou em 0,56% — em dezembro de 2022, foi de 0,62%. De acordo
com o IBGE, a maior variação em dezembro passado (1,11%) e o maior impacto
(0,23 p.p.) vieram do grupo Alimentação e bebidas, que acelerou em relação
a novembro (0,63%).
A alimentação em
domicílio subiu 1,34%, puxada principalmente pelo aumento nos preços da
batata-inglesa (19,09%), do feijão-carioca (13,79%), do arroz (5,81%) e das
frutas (3,37%). Por outro lado, o preço do leite longa vida baixou pelo sétimo
mês seguido (-1,26%).
Segundo André
Almeida,“o aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas
regiões do país influenciaram a produção dos alimentos, principalmente dos in
natura, como os tubérculos, hortaliças e frutas, que são mais sensíveis a
essas variações climáticas”.
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O pesquisador
explica, ainda, que no caso do arroz, que registrou alta pelo quinto mês
seguido, “a produção foi impactada pelo clima desfavorável”. Já a alta do
feijão, aponta, “tem relação com a redução da área plantada, o clima adverso e
o aumento do custo de fertilizantes”.
No mesmo período, a
alimentação fora do domicílio (0,53%) acelerou frente ao mês anterior (0,32%),
com as altas do lanche (0,74%) e da refeição (0,48%). Esses dois itens também
aceleraram na comparação com novembro.
A segunda maior
contribuição para a inflação em dezembro (0,10 p.p.) veio de Transportes,
com alta de 0,48%, devido às passagens aéreas, que tiveram alta de 8,87% e
representou o maior impacto individual sobre a inflação do país (0,08 p.p.).
Por outro lado, o
levantamento mostra que todos os combustíveis pesquisados tiveram deflação,
acumulando -0,50%. O óleo diesel caiu (-1,96%), assim como o etanol (-1,24%), a
gasolina (-0,34%) e o gás veicular (-0,21%). “Pelo fato de a gasolina ser o
subitem de maior peso entre os 377 pesquisados pelo IPCA, com essa queda, ela
segurou o resultado no índice do mês”, ressalta Almeida. Em dezembro, o preço
desse combustível caiu pelo terceiro mês consecutivo.
No caso do grupo
Habitação, que registrou 0,34% e desacelerou na comparação com novembro, quando
estava em 0,48%, os destaques foram as altas da energia elétrica residencial
(0,54%), da taxa de água e esgoto (0,85%) e do gás encanado (1,25%).
Os demais grupos
registraram os seguintes resultados: Artigos de residência (0,76%), Vestuário
(0,70%), Despesas pessoais (0,48%) Saúde e cuidados pessoais (0,35%), Educação
(0,24%) e Comunicação (0,04%).
Com informações da
Agência IBGE
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