PIB brasileiro teria um incremento de R$ 46,3 bilhões se esses jovens estivessem empregados
por André Cintra
Publicado 15/01/2024 17:01 | Editado 15/01/2024 17:28
O Brasil tem cerca
de 4,7 milhões de jovens de 18 a 24 anos que nem estudam nem trabalham. Um novo
estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
tentou estimar o custo dessa geração “nem-nem” para a economia brasileira.
De acordo com o
levantamento, se esses jovens estivessem empregados, o PIB (Produto Interno
Bruto) teria um incremento de R$ 46,3 bilhões em 2022. Segundo Felipe Tavares,
economista-chefe da CNC, o cálculo se baseia num salário R$ 1.919,81 – o
equivalente à média salarial das contratações realizadas em novembro daquele
ano.
O valor atualizado
para 2023 e 2024 tende a ser consideravelmente maior, devido à retomada da
política de valorização do salário mínimo e ao atenuamento da crise de
Covid-19, que possibilitou uma reabertura mais ampla da economia.
Além disso, pessoas
na faixa etária entre 18 e 24 anos correspondem a apenas uma parte dos jovens
brasileiros em idade produtiva, que vai dos 15 a 29. Nesse universo maior,
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há 10,9
milhões de desempregados ou desalentados. Um a cada cinco jovens está nessa
situação.
A inserção dos
jovens no mercado de trabalho, especialmente no primeiro emprego, garante a
reposição da população economicamente ativa. Na outra ponta, há trabalhadores
que saem de atividade por morte, aposentadoria, doença, invalidez ou mesmo
dificuldade de recolocação.
Além disso, existe
a necessidade de renovação de práticas e ideias. “Geralmente essas gerações
mais novas que trazem todos os motores de inovação de modernização da
economia”, lembra Felipe Tavares
A CNC projeta que,
para cada R$ 1 de aumento na renda média, o impacto no PIB pode variar de R$
400 mil (na região Norte) a R$ 5,5 milhões (no Sudeste). Considerando todas as
regiões do País, o impacto médio é de R$ 1,6 milhão. “Com a geração nem-nem, as
desigualdades regionais tendem a se manter e até a piorar ao longo dos anos”,
conclui o economista-chefe da CNC.
0 comentários :
Postar um comentário