por Murilo da Silva
Publicado 30/01/2024 17:38 | Editado 30/01/2024 19:40
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O Tesouro Nacional
informou na segunda-feira (30) que o governo registrou, em 2023, déficit
primário de R$ 230,54 bilhões. Foi o suficiente para o catastrofismo da grande
mídia e do mercado ser acionado e alardear “rombo nas contas públicas”. No
entanto, grande parte do déficit se deve ao pagamento de precatórios (dívidas
com sentença judicial definitiva) pelo atual governo de contas públicas
herdadas do governo Bolsonaro.
O ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, explicou que a decisão de pagar os precatórios
atrasados deixados pelo governo Bolsonaro tem o sentido de “passar a régua
neste legado tenebroso de desorganização das contas públicas”.
Com a quitação do
“calote” dado na gestão Bolsonaro ocorre a injeção de dinheiro na sociedade que
pode ser revertido em consumo e produção, ajudando a elevar o PIB em 2024.
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crescem 81%
Porém o mercado não
entende assim e, ao que parece, gostaria de que o pagamento pelo governo fosse
novamente postergado, como aconteceu na fase bolsonarista com a emenda constitucional de 2021.
“Esse resultado é
expressão de uma decisão que o governo tomou de pagar o calote que foi dado,
tanto em precatórios quanto nos governadores em relação ao ICMS sobre
combustíveis. Desses R$ 230 bilhões, praticamente metade é pagamento de dívida
do governo anterior [Bolsonaro], que poderia ser prorrogada para 2027 e
que nós achamos que não era justo com quem quer que fosse o presidente na
ocasião”, afirmou Haddad.
Ainda que as contas
tenham apresentado tal resultado, os números ficaram dentro da meta estimada
como consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Portanto, mesmo com a
opção do governo em pagar os precatórios, este resultado de déficit estava
previsto.
Precatórios
O governo pagou R$
92,44 bilhões em precatórios em 2023. Sem este pagamento o déficit primário
teria sido de R$ 138,1 bilhões, cerca de 1,3% do PIB.
Além disso, o
governo desembolsou cerca de R$ 20 bilhões a estados e municípios como socorro
financeiro para compensar perdas de ICMS sobre combustíveis. Sem esta ajuda o
déficit seria ainda menor, de R$ 117,2 bilhões, ou 1,1% do PIB, somado aos
precatórios.
Assim, as contas
sem os precatórios e sem o socorro financeiro seria próxima a 1% do PIB em
déficit primário, como estimado pela Fazenda, e não o valor atual que
correspondeu a 2,1%, ou seja, tudo dentro da normalidade e sem maquiar
resultados para “agradar” o mercado.
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