A ministra participou, no Recife, da formatura de 410 alunos da Formação Acelerada em Programação (FAP), realizada pela Softex PE, com recursos do MCTI
por Mariana Leite
Publicado 27/01/2024 08:05 | Editado 27/01/2024 09:37
Foto: Diego Galba/MCTI
A ministra da
Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou, nesta sexta-feira
(26), a ampliação do programa Residência em TIC, que deve abrir, ainda este
ano, 40 mil novas vagas para formar recursos humanos nas áreas das Tecnologias
da Informação e da Comunicação em todo o país. A notícia foi dada no Recife,
durante a formatura de 410 alunos do programa.
“Nós vamos dar
escala a essa iniciativa, vamos abrir 40 mil vagas no Brasil todo. E isso é
muito importante: qualquer pessoa, terminando o ensino médio, ou no último ano
do ensino médio, poderá acessar esses cursos – que são gratuitos – e poderá
virar um programador, um desenvolvedor de software”, disse a ministra, durante
a cerimônia.
O programa
Residência em TIC, implementado pelo MCTI com recursos da Lei de TICs, já
chegou a 62 mil pessoas de diferentes regiões do país, com capacitações para
atuarem em áreas como computação em nuvem, big data, Segurança Cibernética,
Internet das Coisas, Manufatura Avançada, robótica e Inteligência Artificial.
Até então, foram R$
730 milhões do ministério aprovados para o programa, que é realizado em 38
institutos de pesquisa e universidades de todo o Brasil, e tem parceria com
mais de 200 empresas do setor de TICs.
Os jovens que se
formaram nesta sexta são de cidades de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do
Norte. Eles integraram a segunda turma do Formação Acelerada em Programação
(FAP), que é realizado pela Softex PE com os recursos do programa Residência em
TIC, do Ministério. Ao todo, o MCTI investirá R$8,6 milhões nas três fases do
FAP, para formar 1500 jovens desses estados.
Com esta nova
turma, já são 640 alunos que concluíram este processo de capacitação em
Desenvolvedor Front End e Desenvolvedor Back End. O FAP tem previsão de abrir
inscrições para sua terceira turma em abril. Para participar, é preciso ter
mais de 18 anos e o ensino médio concluído.
O objetivo do
treinamento é não apenas formar, mas alocar os jovens nas empresas parceiras
que aderem ao programa. Nesse sentido, parte dos recursos é destinada a custear
Bolsas de Inserção. A partir de fevereiro, os alunos serão encaminhados para
essas empresas, com uma bolsa de R$600 reais, para uma residência de três
meses, unindo conhecimento prático e teórico.
A ministra anunciou
ainda uma novidade: a ideia é que, com a abertura dessas 40 mil novas vagas
pelo país, além da bolsa de inserção, os alunos passem a receber, já na etapa
da formação – que dura seis meses – uma bolsa de R$200, para incentivar o
ingresso.
“A ideia é prover
mão de obra qualificada para o setor de Tecnologia da Informação, numa das mais
dinâmicas cadeias da nossa economia, que, hoje, sofre com um déficit de
profissionais, que se calcula ser de 100 mil por ano. E, ao mesmo tempo, gerar
oportunidades para jovens brasileiros. Essas são profissões que perpassam tudo
que é cadeia produtiva, da agricultura à saúde”, afirmou Luciana.
O reforço ao
programa acontece num contexto em que pesquisa do IBGE apontou que um em cada
cinco jovens, entre 15 e 29 anos, não estudava nem trabalhava em 2022.
A Formação
Acelerada em Programação permite a capacitação desses estudantes em 24 semanas,
com um total de 324 horas, sendo 180 no modo EAD e 144 horas de aula
presenciais. A metodologia de execução se baseia na identificação de desafios a
serem postos pelas empresas parceiras e no desenvolvimento de uma solução para
eles.
O presidente da
Softex, Yves Nogueira, destacou que o FAP dá oportunidade a jovens que ainda
não conseguiram acessar a graduação de se inserirem no mercado de trabalho.
Ele, que foi aluno da escola pública, se emocionou ao falar da importância de
oferecer formação gratuita para tantas pessoas. “Isso tem que estar disponível
para qualquer cidadão, não importa a classe ou o nível de renda da família. E é
isso que a gente está fazendo. Eu fui aluno da escola pública, tive esse
direito, e é importante estender esse direito para todo mundo”, disse.
Uma das formandas
do FAP, Amanda Chaves, destacou a relevância da formatura. “É muito importante
para nós, alunos, esse momento, e também para quem organiza esse evento, porque
ele acaba validando que a educação transforma vidas e que o FAP tem dado certo
de fato”, defendeu.
Foi acreditado no
potencial transformador da formação, que o aluno José Carlos Gonçalves
encontrou tempo e estímulo para concluir o curso. Aos 26 anos, ele trabalha
como entregador de aplicativo e mora mais de 10 quilômetros distante do local
das aulas.
“É muito esgotante
ter que estudar enquanto trabalho, porque eu tenho que rodar muito de bicicleta
todos os dias, para fazer uma renda considerável e conseguir me manter. Mas eu
acredito que esse esforço vai ser recompensado, o reconhecimento está vindo.
Este evento hoje é um exemplo. Estar aqui, nesse mundo da tecnologia, rodeado
de pessoas tão fantásticas, já é uma recompensa. Vou começar a residência e dar
o meu melhor para continuar nessa área e completar essa transição de carreira”,
projetou.
Leia também: Ministra Luciana
anuncia R$ 2,18 bi para 11 chamadas do Programa Mais Inovação
Leia também: Lula impulsiona
avanço tecnológico com novo campus do ITA no Ceará
0 comentários :
Postar um comentário