Os agentes estiveram na casa do ex-presidente em Angra dos Reis. Ex-ministros como Braga Netto, Heleno e Anderson Torres foram alvos de busca e apreensão na operação
por Lucas Toth
Publicado 08/02/2024
08:57 | Editado 08/02/2024 09:35
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e
aliados militares e civis são alvos, nesta quinta (8), de uma megaoperação da
Polícia Federal que apura a tentativa criminosa de golpe de Estado e abolição
do Estado Democrático de Direito e invalidar as eleições de 2022, vencidas pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A operação Tempus Veritatis, “hora da
verdade”, em latim, mira aliados de primeira hora do ex-presidente, tais como:
- o
ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto;
- o
ex-ministro do GSI general Augusto Heleno;
- o
ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira;
- o
ex-ministro da Justiça Anderson Torres;
- o
ex-comandante do Exército general Paulo Sérgio Nogueira;
- o
ex-comandante-geral da Marinha almirante Almir Garnier Santos;
- o
ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército general Stevan
Teófilo Gaspar de Oliveira;
- além
do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto
Ao todo, estão sendo cumpridos 33
mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48
medidas cautelares. Entre os presos preventivamente, estão o ex-assessor de
assuntos internacionais Filipe Martins, o ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara,
Os mandados foram autorizados pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
também foi alvo da operação da PF. Os agentes foram à casa dele, em Angra dos
Reis, e apreenderam o celular de um de seus assessores, Tercio Arnaud Thomaz. O
ministro Alexandre de Moraes também determinou que Bolsonaro entregue seu
passaporte em até 24 horas.
Além do ex-presidente e seus
ministros, a operação Tempus Veritatis também prendeu preventivamente quatro
pessoas próximas do ex-presidente Bolsonaro:
- Filipe
Martins, ex-assessor especial de assuntos internacionais de Bolsonaro;
- Marcelo
Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes
oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos
cartões de vacina da família Bolsonaro;
- Rafael
Martins, major das Forças Especiais do Exército.
Segundo a PF, há mandados sendo
cumpridos em Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do
Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
Ainda de acordo com o material
divulgado pela PF, o grupo investigado “se dividiu em núcleos de atuação para
disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes
mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção
militar, em dinâmica de milícia digital”.
O primeiro eixo era voltado a
construir e propagar informações falsas sobre uma suposta fraude nas urnas,
apontando “falaciosa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação”. “[…]
discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os
resultados do segundo turno do pleito em 2022”, pontua a Polícia Federal.
O segundo “eixo”, por sua vez,
praticava atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito – ou
seja, para concretizar o golpe. Essa etapa, de acordo com as investigações,
tinha o apoio de militares ligados a táticas e forças especiais.
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