Por Altamiro Borges
As eleições municipais de 2012 ingressam nas suas duas semanas decisivas. No passado, muitas pesquisas “científicas” caíram no ridículo na reta final das disputas eleitorais. E muitos jornalões e emissoras de tevê também tiveram que engolir a língua com seus prognósticos. Tanto os institutos de pesquisa como a mídia não são neutros. Tem interesses, comerciais e políticos, nestas batalhas. No caso atual, a mídia insiste na tese de que as forças de esquerda serão as grandes derrotadas. É mais torcida do que análise séria!
O jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, não esconde sua antipatia pelas forças de esquerda, em especial ao PT. Mas, pelo menos, ele procura trabalhar com dados concretos – diferente de outros “calunistas”, que trocaram o jornalismo pela militância demotucana. Em artigo publicado ontem (22), ele mesmo constatou que o PT mantém sua força nas eleições deste ano. Com base nas últimas pesquisas, ele apontou que o partido do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma poderá eleger sete prefeitos em capitais.
A polarização entre PT e PSDB
Na sua avaliação, a polarização entre PSDB e PT ainda terá vigência neste pleito municipal. “Nas capitais em que há pesquisas disponíveis recentes, o PSDB tem dez candidatos com chances de ganhar ou de ir ao segundo turno, pelo menos. O PT tem sete candidatos nessas condições. E o PSB, seis... Embora o Brasil seja um país com pouca tradição de pesquisas eleitorais independentes pelo interior, há indícios de que os partidos principais de hoje vão continuar da mesma forma depois de 7 de outubro”.
Somando PT e PSB a outras siglas de esquerda – o que Fernando Rodrigues não faz – tudo indica que os partidos progressistas sairão mais fortes destas eleições. Nas capitais, o PCdoB lançou seis candidatos e concorre com chances reais de ir para o segundo turno em três cidades – Manaus, Florianópolis e Porto Alegre. A legenda comunista também concorre em outros municípios de porte, como Caxias (RS), Foz do Iguaçu (PR), Jundiaí (SP), Contagem (MG) e Olinda (PE).
Já o PSOL, que faz oposição ao governo Dilma, mas adota um programa de esquerda, poderá eleger o seu primeiro prefeito de capital. Em Belém (PA), o deputado Edmilson Rodrigues tem chances de ganhar já no primeiro turno e voltar a administrar a cidade. Na pesquisa mais recente, candidato do PSOL aparece com 38% das intenções de voto.
O Brasil possui 85 municípios com mais de 200 mil eleitores e que, pela legislação atual, poderão ter segundo turno. Eles somam 50,8 milhões de eleitores (36,7% do total do eleitorado brasileiro). Só há pesquisas recentes em 40 destas cidades, o que aumenta o grau de imprevisibilidade sobre o resultado das eleições deste ano. A insistência da mídia demotucana em prever a inevitável derrota das forças de esquerda não passa de torcida, visando desanimar a militância e favorecer a oposição de direita no país.
0 comentários :
Postar um comentário