A famosa opositora está realizando uma turnê mundial de 80
dias em cerca de doze países do mundo para falar sobre Cuba. Mas não dirá
tudo...
1. O artigo 1705 da Lei Torricelli, de 1992, adotada pelo
Congresso norte-americano, estipula que: “Os Estados Unidos fornecerão apoio a
organizações não-governamentais apropriadas, para apoiar indivíduos e
organizações que promovam uma mudança democrática não-violenta em Cuba”.
2. O artigo 109 da Lei Helms-Burton, de 1993, aprovada pelo
Congresso, confirma essa política: “O Presidente [dos EUA] está autorizado a
proporcionar assistência e oferecer todo tipo de apoio a indivíduos e
organizações não-governamentais independentes para apoiar os esforços com
vistas a construir a democracia em Cuba”.
3. A agência espanhola EFE fala de “opositores pagos pelos
EUA” em Cuba.
4. Segundo a agência britânica Reuters, “o governo norte-americano
proporciona abertamente apoio financeiro federal para as atividades dos
dissidentes”.
5. A agência de notícias norte-americana The Associated
Press reconhece que a política de financiar a dissidência interna em Cuba não é
nova: “Há muitos anos, o governo dos EUA vem gastando milhões de dólares para
apoiar a oposição cubana”.
6. Jonathan D. Farrar, ex-chefe da Seção de Interesses
Norte-americanos em Havana (SINA), revelou que alguns aliados dos EUA, como o
Canadá, não compartilham da política de Washington: “Nossos colegas canadenses
nos perguntaram o seguinte: Por acaso alguém que aceita dinheiro dos EUA deve
ser considerado um preso político?”
7. Para Farrar, “Nenhum dissidente tem uma visão política
que poderia ser aplicada em um futuro governo. Ainda que os dissidentes não
admitam, são muito pouco conhecidos em Cuba fora do corpo diplomático e
midiático estrangeiro […]. É pouco provável que desempenhem um papel
significativo em um governo que sucederia ao dos irmãos Castro”.
8. Farrar afirmou que “os representantes da União Europeia
desqualificaram os dissidentes nos mesmos termos que os do governo de Cuba,
insistindo no fato de que não representam a ninguém”.
9. Cuba dispõe da taxa de mortalidade infantil (4,6 por mil)
mais baixa do continente americano – incluindo Canadá e EUA – e do terceiro
mundo.
10. A American Association for World Health, cujo presidente
de honra é Jimmy Carter, aponta que o sistema de saúde de Cuba é “considerado
de modo uniforme como o modelo preeminente para o terceiro mundo”.
11. A American Association for World Health aponta que “não
há barreiras raciais que impeçam o acesso à saúde” e ressalta “o exemplo
oferecido por Cuba, o exemplo de um país com a vontade política de fornecer uma
boa atenção médica a todos os cidadãos”.
12. Com um médico para cada 148 habitantes (78.622 no
total), Cuba é, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a nação melhor
dotada do mundo neste setor.
13. Segundo a New England Journal of Medicine, a mais
prestigiada revista médica do mundo, “o sistema de saúde cubano parece irreal.
Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito,
totalmente gratuito […]. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos
limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso [dos EUA] não
conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante
do que os EUA.
14. Segundo o Escritório de Índice de Desenvolvimento Humano
do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Cuba é o único país da
América Latina e do Terceiro Mundo que se encontra entre as dez primeiras
nações do mundo com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano sobre três
critérios, expectativa de vida, educação e nível de vida durante a última
década.
15. Segundo a Unesco, Cuba dispõe da taxa de analfabetismo
mais baixa e da taxa de escolarização mais alta da América Latina.
16. Segundo a Unesco, um aluno cubano tem o dobro de
conhecimentos do que uma criança latino-americana. O organismo enfatiza que
“Cuba, ainda que seja um dos países mais pobres da América Latina, dispõe dos
melhores resultados quanto à educação básica”.
17. Um informe da Unesco sobre a educação em 13 países da
América Latina classifica Cuba como a primeira em todos os aspectos.
18. Segundo a Unesco, Cuba ocupa o décimo sexto lugar do
mundo – o primeiro do continente americano – no Índice de Desenvolvimento da
Educação para todos (IDE), que avalia o ensino primário universal, a
alfabetização dos adultos, a paridade e a igualdade dos sexos, assim como a
qualidade da educação. A título de comparação, EUA está classificado em 25° lugar.
19. Segundo a Unesco, Cuba é a nação do mundo que dedica a
parte mais elevada do orçamento nacional à educação, com cerca de 13% do PIB.
20. A Escola Latino-americana de Medicina de Havana é uma
das mais prestigiadas do continente americano e já formou dezenas de milhares
de profissionais da saúde de mais de 123 países do mundo.
21. O Unicef enfatiza que “Cuba é um exemplo na proteção da
infância”.
22. Segundo Juan José Ortiz, representante da Unicef em
Havana, em Cuba “não há nenhuma criança nas ruas. Em Cuba, as crianças ainda
são uma prioridade e, por isso, não sofrem as carências de milhões de crianças
da América Latina, que trabalham, são exploradas ou caem nas redes de
prostituição”.
23. Segundo o Unicef, Cuba é um “paraíso para a infância na
América Latina”.
24. O Unicef ressalta que Cuba é o único país da América
Latina e do terceiro mundo que erradicou a desnutrição infantil.
25. A organização não governamental Save the Children coloca
Cuba no primeiro lugar entre os países em desenvolvimento no quesito condições
de maternidade, à frente de Argentina, Israel ou Coreia do Sul.
26. A primeira vacina do mundo contra o câncer de pulmão, a
Cimavax-EGF, foi elaborada por pesquisadores cubanos do Centro de Imunologia
Molecular de Havana.
27. Desde 1963, com o envio da primeira missão médica
humanitária à Argélia, cerca de 132 mil médicos cubanos e outros profissionais
da saúde colaboram voluntariamente em 102 países.
28. Ao todo, os médicos cubanos atenderam mais de 85 milhões
de pessoas e salvaram 615 mil vidas em todo o planeta.
29. Atualmente, 38.868 colaboradores sanitários cubanos,
entre eles 15.407 médicos, oferecem seus serviços em 66 nações.
30. Segundo o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) “um dos exemplos mais exitosos da cooperação entre
cubana com o Terceiro Mundo tem sido o Programa Integral de Saúde América
Central, Caribe e África”.
31. Em 2012, Cuba formou mais de 11 mil novos médicos: 5.315
são cubanos e 5.694 são de 69 países da América Latina, África, Ásia… e
inclusive dos Estados Unidos.
32. Em 2005, com a tragédia causada pelo furacão Katrina em
Nova Orleans, Cuba ofereceu a Washington 1.586 médicos para atender as vítimas,
mas o presidente da época, George W. Bush, rejeitou a oferta.
33. Depois do terremoto que destruiu o Paquistão em novembro
de 2005, 2.564 médicos cubanos atenderam as vítimas durante mais de oito meses.
Foram montados 32 hospitais de campanha, entregues prontamente às autoridades
do país. Mais de 1,8 milhões de pacientes foram tratados e 2.086 vidas foram
salvas. Nenhuma outra nação ofereceu uma ajuda tão importante, nem sequer os
EUA, principal aliado de Islamabad. Segundo o jornal britânico The Independent,
a brigada médica cubana foi a primeira a chegar e a última a deixar o país.
34. Depois do terremoto no Haiti, em janeiro de 2012, a
brigada médica cubana, presente desde 1998, foi a primeira a atender a
população e curou mais de 40% das vítimas.
35. Segundo Paul Farmer, enviado especial da ONU, em
dezembro de 2012, quando a epidemia de cólera alcançou seu ápice no Haiti com
uma taxa de mortalidade sem precedentes e o mundo voltava sua atenção para
outro lado, a “metade das ONG já tinham se retirado, enquanto os Cubanos ainda
estavam presentes”.
36. Segundo o PNUD, a ajuda humanitária cubana representa,
proporcionalmente ao PIB, uma porcentagem superior à media das 18 nações mais
desenvolvidas.
37. Graças à Operação Milagre, lançada por Cuba e Venezuela
em 2004, e que consiste em operar gratuitamente as populações pobres vítimas de
cataratas e outras doenças oculares, mais de dois milhões de pessoas
procedentes de 35 países puderam recuperar a visão.
38. O programa de alfabetização cubano "Yo, sí
puedo", lançado em 2003, já permitiu que mais de cinco milhões de pessoas
de 28 países diferentes, incluindo da Espanha e da Austrália, aprendessem a
ler, escrever e a somar.
39. Desde a criação do Programa humanitário Tarará, em 1990,
em resposta à catástrofe nuclear de Chernobil, cerca de 30 mil crianças 5 e 15
anos foram tratadas gratuitamente em Cuba.
40. Segundo Elías Carranza, diretor do Instituto
Latinoamericano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do
Delinquente, Cuba erradicou a exclusão social graças “a grandes conquistas na
redução da criminalidade”. Trata-se do “país mais seguro da região, [enquanto
que] a situação em relação aos crimes e à falta de segurança em escala
continental se deteriorou nas últimas três décadas com o aumento do número de
mortes nas prisões e no exterior”.
41. Em relação ao sistema de Defesa Civil cubano, o Centro
para a Política Internacional de Washington, dirigido por Wayne S. Smith,
ex-embaixador norte-americano em Cuba, aponta em um informe que “não há nenhuma
dúvida quando à eficiência do sistema cubano. Apenas alguns cubanos perderam a
vida nos 16 furacões mais importantes que atingiram a ilha na última década, e a
propabilidade de se perder a vida em um furacão nos EUA é 15 vezes maior do que
em Cuba”.
42. O informe da ONU sobre “O estado da insegurança
alimentar no mundo 2012” aponta que os únicos países que erradicaram a fome na
América Latina são Cuba, Chile, Venezuela e Uruguai.
43. Segundo a Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e a Alimentação (FAO), “as medidas aplicadas por Cuba na
atualização de seu modelo econômico com vistas a conseguir a soberania
alimentar podem se converter em um exemplo para a humanidade”.
44. Segundo o Banco Mundial, “Cuba é reconhecida
internacionalmente por seus êxitos no campo da educação e da saúde, com um
serviço social que supera o da maioria dos países em vias de desenvolvimento e,
em alguns setores, é comparável ao de países desenvolvidos”.
45. O Fundo das Nações Unidas para a População salienta que
Cuba “adotou, há mais de meio século, programas sociais muito avançados, que
permitiram ao país alcançar indicadores sociais e demográficos comparáveis aos
dos países desenvolvidos”.
45. Desde 1959, e da chegada de Fidel Castro ao poder,
nenhum jornalista foi assassinado em Cuba. O último que perdeu a vida foi
Carlos Bastidas Argüello, assassinado pelo regime militar de Batista em 13 de
maio de 1958.
47. Segundo o informe de 2012 da Anistia Internacional, Cuba
é um dos países da América que menos viola os direitos humanos.
48. Segundo a Anistia Internacional, as violações de
direitos humanos são mais graves nos EUA do que em Cuba.
49. Segundo a Anistia Internacional, atualmente, não há
nenhum preso político em Cuba.
50. O único país do continente americano que não mantém
relações diplomáticas e comerciais normais com Cuba são os EUA.
* Salim Lamrani é doutor em Estudos Ibéricos e
Latino-americanos da Universidade Paris Sorbonne-Paris IV, professor titular da
Université de la Réunion e jornalista, especialista nas relações entre Cuba e
Estados Unidos. Seu último livro se intitula Etat de siège. Les sanctions
économiques des Etats-Unis contre Cuba, Paris, Edições Estrella, 2011, com
prólogo de Wayne S. Smith e prefácio de Paul Estrade.
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