Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
As últimas notícias que chegam do cada vez mais alvoroçado
ninho tucano dão conta de um encontro secreto de Eduardo Campos, governador de
Pernambuco e possível candidato presidencial do PSB, com o ex-governador
paulista José Serra, desafeto histórico do senador mineiro Aécio Neves no PSDB.
Não se trata da única novidade que deve deixar Aécio mais
preocupado ainda com o PSDB paulista. O governador Geraldo Alckmin, que também
teve dois encontros reservados com Campos, mais preocupado com a própria
reeleição, decidiu abrir novos espaços para o aliado PSB, por sua vez em busca
de um palanque forte em São Paulo.
Alckmin e Serra estão se movimentando para devolver a Aécio
o que ele fez quando os dois se candidataram à Presidência da República e
ficaram sem o apoio do então governador mineiro. O nome mais popular que se dá
a isso é vingança.
Já se fala até numa improvável chapa Eduardo Campos- José
Serra. É difícil imaginar Serra, duas vezes candidato derrotado a presidente da
República, em 2002 e 2010, ser vice de alguém, mas é fato que ele não esconde
mais seu desntentamento com os rumos do PSDB e no partido se fala abertamente
na sua saída.
Para onde? O ex-governador paulista anda de conversas com o
presidente do PPS, Roberto Freire, que ele fez deputado federal por São Paulo,
depois de abrigá-lo em dois conselhos municipais quando foi prefeito da
capital.
Desaparecido do noticiário, Freire ressurgiu nas últimas
semanas como grande articulador político nacional ao se aproximar de Eduardo
Campos e sinalizar apoio à sua candidatura. Os dois são pernambucanos e
críticos da hegemonia PT-PMDB.
Aécio também esteve reunido com Alckmin e Serra, esta semana
em São Paulo, mas a divisão dos tucanos teima em ficar do mesmo tamanho. O
virtual candidato do PSDB até ofereceu cargos no comando do partido, que ele
deve presidir a partir de maio, mas Serra continua fazendo beiço e só pensa em
se vingar do senador mineiro.
É neste clima de animosidade explícita que os tucanos vêem
Eduardo Campos avançar cada vez mais em seus redutos no empresariado e nos
partidos de oposição, enquanto a presidente Dilma Rousseff, já lançada por Lula
à reeleição, bate recordes de popularidade, em especial no Nordeste.
Repete-se, desta forma, a cristianização das candidaturas do
PSDB nas últimas três eleições presidenciais. A única certeza que resta para
Aécio em São Paulo é o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que
lançou o nome dele ainda no ano passado, depois de ser mantido à distância das
campanhas tucanas.
Pelo que conheço dele, se Aécio Neves perceber que a sina
tucana pode se repetir nas eleições de 2014, ele vai agradecer a lembrança do
seu nome, mas dirá que prefere se candidatar novamente a governador de Minas
Gerais, um vôo mais seguro.
E aí fica a dúvida: caso isso aconteça mesmo, quem o
substituirá nas eleições presidenciais? Alckmin ou Serra de novo?
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