Por que os EUA querem uma base no Paraguai ? E por que
relançaram a 5a. Frota em cima do pré-sal do Brasil e da África ? E por que o
Lula vai tanto à África ? – PHA
Sugestão do amigo navegante Ivo Pugnaloni:
Post exclusivo pra quem gosta de teorias da conspiração
Gráfico desenvolvido por Sergio Amadeu demonstra que os
perfis ligados ao Anonymous Brasil e AnonymousBR foram os mais importantes para
a disseminação de conteúdo relacionado às manifestações do Movimento Passe
Livre no dia 17 de junho de 2013
Por Luiz Carlos Azenha, respondendo ao que me perguntaram
aqui e ali e testando hipóteses
REVOLTA ANTICAPITALISTA?
Se fosse, os manifestantes teriam se dirigido à fábrica da
Volks em São Bernardo, para cercá-la. É o símbolo do capitalismo industrial no
Brasil e de onde saem os automóveis que entopem as ruas das metrópoles e
inviabilizam o transporte público. Provavelmente os manifestantes teriam de
enfrentar os trabalhadores da Volks, que não querem perder os próprios
empregos.
Se fosse uma revolta anticapitalista, os manifestantes
teriam cercado a sede do Itaú, que tem lucros bilionários graças aos juros e
taxas escorchantes. Provavelmente seriam rechaçados pelos bancários, que não
querem perder os próprios empregos. Uma coisa eu garanto: se a revolta se
tornar anticapitalista, some do Jornal Nacional.
REVOLTA DA CLASSE MÉDIA?
O comando é da classe média urbana que tem bom acesso à
internet nas regiões metropolitanas. Frações da classe trabalhadora remediada,
aquela que ascendeu ao longo do governo
Lula, aderiram.
O lúmpen vai no bolo. Quando ele se manifesta politicamente
através do saque, é reprimido.
Parar uma rodovia estratégica, causando milhões de reais em
prejuízo para o público em geral, é aceitável; invadir uma loja de automóveis e
“espancar” os veículos, causando um prejuízo de alguns milhares de reais, é um
horror! O que guia esta rebelião juvenil são valores da classe média e seus
interesses de classe — pelo menos é o que nos quer fazer crer a mídia.
CONTRA O ESTADO?
Os ataques se concentram em prédios públicos ou obras
públicas consideradas desnecessárias pelos manifestantes, como os estádios da
Copa. O ex-presidente Lula, em seus dois mandatos, trouxe o debate ideológico
para dentro do governo, resolvido em conchavos de bastidores a portas fechadas.
Os manifestantes agora batem na porta, de forma espontânea e
desarticulada. Só acredito tratar-se de um movimento progressista quando surgir
algum cartaz pedindo a taxação da fortuna da família Marinho para financiar o
transporte público gratuito; quando os
manifestantes se dirigirem às garagens das grandes empresas de ônibus que
financiam campanhas políticas e tem lucros extraordinários para protestar;
quando incluirem na pauta do debate sobre corrupção a Privataria Tucana,
corruptores, empreiteiras e o jabá que a Globo paga às agências para manter o
monopólio das verbas publicitárias. Por enquanto, só se debate a corrupção
pública, nunca a corrupção privada.
NOSSO GUIA?
Um estudo de Sergio Amadeu demonstrou que vários perfis dos
Anonymous são os mais influentes na disseminação das mensagens dos
manifestantes que se organizam em redes sociais. Quem faz a cabeça dos
Anonymous? A cabeça dos Anonymous é feita no Brasil ou fora do Brasil?
P2 E INFILTRADORES?
Houve várias denúncias de que infiltradores e provocadores
agem em manifestações. Um grande número de despolitizados nas ruas, sem
lideranças conhecidas e organizados de forma horizontal ficam sujeitos a todo o
tipo de manipulação. São alvo fácil para todo tipo de agenda. Desde a dos
militares que se revoltam contra a Comissão da Verdade a outros agentes
interessados em criar algum tipo de instabilidade institucional.
Embora não haja provas disso, a denúncia de uma conspiração
internacional foi assumida pelo primeiro ministro da Turquia, Recep Erdogan.
CONJUNTURA INTERNACIONAL INDICA CONSPIRAÇÃO?
O Brasil é o pilar central de sustentação de um projeto
alternativo à hegemonia completa dos Estados Unidos na América do Sul. Não
fosse Lula e Dilma, o risco de uma derrota de Nicolás Maduro em recentes eleições
na Venezuela teria sido muito maior. O apoio do Brasil é essencial ao Mercosul,
à Unasul e a outras iniciativas de caráter regional.
Desde a ascensão de Hugo Chávez os Estados Unidos
desenvolvem planos abertos — via sociedade civil — e secretos para instalar um
governo que garanta acesso às maiores reservas de petróleo do mundo em
condições mais vantajosas para Washington. Pelo seu tamanho, as reservas da
Venezuela são o fiel da balança na determinação dos preços internacionais do
petróleo. Em menor escala, o mesmo podemos dizer sobre o pré-sal. Portanto, não
devemos descartar 100% a possibilidade de ação subterrânea, especialmente
através das redes sociais, onde muita gente atua atrás da cortina do anonimato.
O ciberespaço é hoje território de guerra. Mas, repito, não há qualquer
indício, nem prova de que isso de fato esteja acontecendo.
BOICOTE TARDIO À COPA?
Sei lá, mas o vídeo bombou.
REVOLUÇÃO COLORIDA?
Duvido. Ou, pelo menos, não existe qualquer prova disso. O
dado concreto é de que temos um tremendo descontentamento dos jovens com as
instituições brasileiras — e este é o motor principal. Porém, como se perguntou
Gilberto Maringoni durante ato da Paulista: como explicar a revolta num país
com alta taxa de emprego e com crescimento econômico razoável?
As revoluções coloridas, como se sabe, foram promovidas
através de investimento direto ou indireto de ONGs dos Estados Unidos, algumas
delas com financiamento público, como o National Endowment for Democracy (NED),
que desenvolve programas de “promoção de democracia” em várias partes do mundo;
ou a Open Society, do especulador George Soros. Há vários livros ou artigos,
como este, descrevendo a atuação mundial destas organizações. Elas foram bem
sucedidas em diversas rebeliões que derrubaram governos na Europa Oriental, com
a mobilização de jovens através das mídias sociais.
As campanhas obedeciam técnicas inovadoras de marketing,
símbolos e palavras de ordem de fácil entendimento. Também há relatos sobre a
atuação destes grupos antes ou durante a Primavera Árabe. Argumenta-se que o
objetivo dos Estados Unidos é promover governos mais dóceis ou causar
instabilidade interna que deixe os governos mais vulneráveis a seus interesses.
Na Líbia, a derrubada do ditador pela via militar teria tido o objetivo não de
“promover a democracia”, mas de obter melhores condições na exploração do
petróleo e eliminar um governo que sustentava o projeto político da África para
os africanos, muito parecido com o papel que o Brasil desempenha na América do
Sul.
A jornalista canadense Eva Golinger escreveu um livro,
chamado USAID, NED e CIA, Uma Agressão Permanente, sobre a atuação destes
organismos dos Estados Unidos na Bolívia, Cuba, Honduras e Venezuela (clique no
link para baixar o livro em PDF). A possibilidade de um golpe institucional foi
aventada por leitores depois que a embaixadora dos Estados Unidos no Paraguai,
Liliana Ayalde, foi indicada para ocupar o cargo no Brasil. Ela teve uma longa
trajetória na USAID, a agência de desenvolvimento internacional de Washington e
estava em Assunção quando o presidente Fernando Lugo foi derrubado.
ATAQUES COMBINADOS?
Muito embora não exista uma coordenação nacional organizada,
chama a atenção o fato de que ações parecidas tenham acontecido em lugares
distintos, como a repressão a ativistas de esquerda ou de movimentos sociais
que portavam seus símbolos. O mesmo se pode dizer dos ataques a viaturas da
mídia, uma para cada emissora: Record, SBT e Bandeirantes. Isso é garantia de
que a mídia não fará uma cobertura negativa dos acontecimentos? Não sei.
INFILTRADOS NA ESQUERDA?
Nem um fio de indício ou prova desta teoria conspiratória.
Ela é sustentada aparentemente pelos leitores do livro Quem Pagou a Conta? A
CIA na Guerra Fria da Cultura. Este e outros livros demonstram que, ao longo da
guerra fria, a agência de espionagem dos Estados Unidos financiou direta ou
indiretamente muitas pessoas ou organizações tidas como “de esquerda”.
AÇÃO CLANDESTINA NACIONAL?
Aí, sim. Improvável, mas possível. Hoje, pela segunda vez, a
Globo mostrou em jogo da seleção brasileira a marca #ogiganteacordou em cartaz.
A primeira foi no jogo Brasil vs. México. Agora, reaparece na partida Brasil
vs. Itália. Onde anda aquele guru indiano do José Serra?
COINCIDÊNCIA?
Houve uma campanha midiática contra Lula no ano que
antecedeu sua reeleição, em 2005. As denúncias foram formuladas no laboratório
de Carlinhos Cachoeira e propagadas pela revista Veja. Dilma Rousseff vive o
ano que antecede aquele em que poderá ser reeleita sob várias crises: apagão
elétrico que nunca se materializou, hiperinflação do tomate de 5% ao ano e
agora rebelião juvenil organizada através das redes sociais. Coincidência? Mas
o cavalo-de-pau dado pela mídia na cobertura da rebelião juvenil reforça a tese
do oportunismo, não de uma ação pré-organizada.
0 comentários :
Postar um comentário