Por Miguel do Rosário, no blog Tijolaço:
Em entrevista à Mônica Bergamo, da Folha, a presidenta Dilma
fez as seguintes declarações:
Regulamentação da mídia
“O que eu e Lula jamais aceitaremos é que se mexa na
liberdade de expressão. Vou te dizer o seguinte: não sou a favor da regulação
do conteúdo. Sou a favor da regulação do negócio.”
Sobre Franklin Martins e Paulo Bernardo
Franklin deixou um legado importante. E vai ter mais
discussão. A regulação em algum momento terá de ser feita. Mas ela não é igual
ao que se pensou há três anos (…) Hoje, o que está em questão não é mais
empresa jornalística versus telecomunicações, TV versus jornais. Hoje tem a
internet. Tem um problema sério, nos EUA, no Brasil, para jornais escritos,
revistas. Vai haver problema de concorrência da internet.”
Já é um avanço que Dilma não repita a história do controle
remoto. Melhor ainda que ela traga Lula para dentro deste debate, visto que o
ex-presidente tem assumido posições bastante arrojadas no debate sobre a
democratização da mídia. Quando presidente, Lula não fez muita coisa, mas
convocou um debate e trouxe o combativo Franklin Martins para dentro do
governo.
Martins está de volta ao governo, como conselheiro político,
e Martins tem consciência aguda que a questão da mídia é crucial para se
entender e praticar a luta política no Brasil.
Não entendi muito bem, contudo,a preocupação da presidenta
com os problemas de “concorrência” enfrentados pela mídia impressa. Espero que
isso não seja uma sinalização de socorro ao um setor falido. Se a mídia escrita
está quebrada, deixemo-la seguir seu destino.
O governo tem de investir na pluralidade e na
democratização, legalizando rádios comunitárias, incentivando novos jornais e
revistas, e sobretudo, apoiando um novo marco regulatório para construirmos uma
legislação de mídia mais avançada.
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