Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia,
respondeu Micheline Borges, que disse, em seu Facebook, que médicas cubanas têm
cara de empregadas domésticas. "Pergunte-se, além disso, qual é a magia
que fizeram em Cuba para que tantos que bem poderiam ser suas empregadas
domésticas sejam hoje médicas que embarcaram para este país, de saúde pública
de terceira, a fim de ajudar pessoas de todas as cores que não são ajudadas
pelas alvas michelines que moram ao lado", diz ele; confira a íntegra da
carta
1 de Setembro de 2013 às 16:39
Por Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia
Sim, Micheline Borges, as médicas cubanas, de fato,
parecem-se com as suas empregadas domésticas. Eu também me pareço com a sua
faxineira e a sua cozinheira. E, se me permite a comparação, Barack Obama
também é cara dos garçons dos restaurantes que você deve frequentar, dos
vendedores de coco na praia, da maioria dos presidiários brasileiros, dos
desempregados e subempregados do país.
Feita esta constatação certeira, seria legal se você se
perguntasse por que é uma ilha de loiridão e alvura cercada de tantos pretos
pobres por todos os lados. Será determinação do destino que estabelece que as
pessoas não-brancas tenham que se tornar empregadas domésticas de michelines?
Será prescrição do Oráculo de Apolo que pessoas com cara de micheline sejam
jornalistas casadas com engenheiros?
Pergunte-se, além disso, qual é a magia que fizeram em Cuba
para que tantos que bem poderiam ser suas empregadas domésticas sejam hoje
médicas que embarcaram para este país, de saúde pública de terceira, a fim de
ajudar pessoas de todas as cores que não são ajudadas pelas alvas michelines
que moram ao lado.
Não, Micheline, eu não diria “coitada da nossa população” de
pessoas com cara de empregadas domésticas porque serão atendidas por médicos
com a mesma cara delas. Eu tenho pena é do coitado deste país, açoitado pela
mentalidade-micheline, que resolve que o lugar de pessoas com cara de
empregadas doméstica é na cozinha das suas casas, fazendo a limpeza ou picando
cenoura para o jantar. Na falta de uma boa e velha senzala…”
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