Por José Carlos Ruy, no sítio Vermelho:
A torcida e as pajelanças (como diz Luiz Gonzaga Belluzzo)
dos sabichões da mídia e da especulação financeira não foram capazes de deter a
economia brasileira, que decepcionou a todos os pessimistas de plantão e
cresceu 1,5% no segundo trimestre. No ano, o crescimento do PIB já supera os 2%
e desmente todos os pessimistas que torciam para um recuo na economia que
pudesse pavimentar, no plano político, o caminho para a volta do PSDB e dos
neoliberais ao governo federal.
Não deu. O receituário aplicado pela presidenta Dilma
Rousseff e pelo ministro Guido Mantega, que destoa da pregação neoliberal dos
sabichões da mídia e do mercado financeiro, desmente o pessimismo e as
pajelanças e aponta para a retomada do crescimento a um nível que surpreendeu
aqueles que, olhando apenas para suas contas bancárias, esquecem que o Brasil
mudou.
Ao apresentar, nesta sexta-feira (30) os resultados do
segundo trimestre, Guido Mantega comparou o desempenho brasileiro e os dos
demais países (veja ilustração), mostrando que o Brasil está no rumo certo. E
tinha motivos para comemorar. No computo geral, o Brasil só ficou atrás da
China, cujo crescimento foi de 1,7% sobre o período anterior. Os EUA, por sua
vez, cresceram só 0,6%, marca semelhante à da Inglaterra (0,7%) e da Alemanha
(0,8%), enquanto Itália e Espanha recuaram (– 0,2% e – 0,1%, respectivamente).
O resultado apresentado pelo Brasil é efeito das políticas
anticíclicas praticadas por aqui num momento em que o mundo ainda se contorce
na pior crise econômica desde a década de 1930.
Quando a presidente Dilma Rousseff defendeu, em viagem à
Europa, que o enfrentamento da crise pelo crescimento, e não pelo receituário
neoliberal que leva a economia a andar para trás, muita gente por aqui -
comentaristas nos jornalões e consultores ligados à especulação financeira -
torceu o nariz. Agora, o teste da realidade mostra como erraram e feio!
Os números desmentem as pajelanças do crescimento baixo:
O ministro Guido Mantega acredita que o Brasil pode voltar a
crescer a uma taxa média anual de 4%, a partir de 2014, impulsionado pelas
exportações previsíveis com uma possível retomada do crescimento da economia
mundial.
Na análise que fez do crescimento do PIB no segundo
trimestre, em entrevista na sede regional do Banco do Brasil, em São Paulo,
afirmou que esse “crescimento, anualizando, representa como se a economia
tivesse crescendo a uma velocidade de 6%”. Ele pensa que o país terá, em 2013,
um crescimento moderado. “Nossa trajetória é de um crescimento moderado até o
final do ano, mas 2014 tende a ser mais promissor”, disse, apoiando-se
novamente em sinais de retomada que a economia mundial apresenta. Um exemplo
que citou foi a volta do crescimento nos EUA, na União Europeia e outros
mercados consumidores de produtos brasileiros, sobretudo os parceiros do Brasil
no grupo dos Brics, como Índia, Rússia e China. “Estamos na rota da recuperação
econômica, com redução da taxa de juros se traduzindo e um dinamismo melhor”
ressaltou. “Mesmo com desafios, estamos mantendo e até acelerando o
crescimento, mostrando que o Brasil está preparado para atravessar momentos
difíceis na economia internacional”, disse o ministro. “Com o resultado do
segundo trimestre, podemos ter recomposição da confiança na economia
brasileira”.
Mas os torcedores pelo fracasso não desistem. Repetindo
argumentos que não se realizaram, falam em volta da inflação, fraco crescimento
da atividade e dúvidas sobre as políticas fiscal e econômica, para justificar
análises segundo as quais o crescimento revelado nesta sexta-feira não vai se
manter. Segundo eles, os “agentes econômicos e investidores” (isto é, os que
ganham com a especulação financeira) terão “uma menor confiança no Brasil”.
Mantega tem opinião diversa. Segundo ele, o pior momento da
economia devido à crise global já passou - para o mundo e para o Brasil. Ele
citou as incertezas sobre a continuidade do programa de estímulo monetário pelo
Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, com reflexos negativos nos
chamados países emergentes. Mas, segundo o ministro, tem havido ingresso de
capitais no Brasil e o governo possui instrumentos para moderar movimentos
bruscos no câmbio. Como disse na semana passada a presidenta Dilma Rousseff, o
Brasil tem bala na agulha!
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