"A avaliação de Marina Silva sobre o tripé
macroeconômico é aquilo que o PSDB historicamente vem pregando. Vejo que há uma
aproximação do discurso", afirmou nesta quarta-feira 16 o presidenciável
tucano; Aécio Neves confirmou declarações da ex-senadora, segundo quem a
presidente é "chantageada pelo Congresso"; para o senador, Dilma
Rousseff "age absolutamente pressionada pela sua base"; presidente do
PSDB atacou ainda recomendação da presidente para que candidatos "estudem
o Brasil"; segundo ele, fala é resultado do fato de que ela foi
"ungida à Presidência"
16 de Outubro de 2013 às 15:40
Minas 247 – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) considera
alinhado o discurso do PSDB com o da ex-senadora Marina Silva, do PSB. Em
coletiva de imprensa concedida nesta quarta-feira 16, em Brasília, o
presidenciável tucano afirmou que o "tripé macroeconômico" defendido
pela ex-ministra nesta semana é um "discurso histórico" do PSDB.
"A avaliação de Marina Silva sobre o tripé
macroeconômico é aquilo que o PSDB historicamente vem pregando. A
flexibilização dos pilares macroeconômicos é uma das razões do baixo
crescimento da economia hoje. Vejo que há uma aproximação do discurso da Marina
com aquilo que o PSDB vem pregando. E no Congresso, da mesma forma", disse
Aécio.
O tucano também concordou com a declaração de Marina dada em
entrevista ao Programa do Jô, da TV Globo, de que a presidente Dilma Rousseff é
"chantageada pelo Congresso". "Não sei se o termo é esse, mas
ela hoje age absolutamente pressionada pela sua base", afirmou Aécio.
"Ela não lidera, ela é conduzida pela sua base no Congresso
Nacional", completou.
Leia abaixo as declarações do senador, também sobre outros
temas, na coletiva de hoje:
Sobre declarações dadas pela ex-ministra Marina Silva.
A avaliação de Marina Silva sobre o tripé macroeconômico é
aquilo que o PSDB historicamente vem pregando. A flexibilização dos pilares
macroeconômicos é uma das razões do baixo crescimento da economia hoje. Há um
retrocesso na condução da política econômica, e o PSDB tem dito isso de forma
incessante ao longo de todos esses últimos anos, inclusive alertando o país
para isso.
Vejo que há uma aproximação do discurso da Marina com aquilo
que o PSDB vem pregando. E no Congresso, da mesma forma. Aquilo que se
intitulou chamar de governo de coalizão, nada mais é que um governo de
cooptação, onde os partidos políticos barganham e servem apenas a um projeto de
poder.
O PT abriu mão há muito tempo de um projeto de país para se
contentar, única e exclusivamente, com um projeto de poder. Isso está muito
claro. Tenho certeza que uma eventual candidatura do PSB nasce exatamente por
essa visão muito semelhante à nossa, de que esse ciclo de governo do PT, em
beneficio do Brasil, tem que ser encerrado. A presidente se submeteu, sim, às
piores práticas aqui no Congresso.
A presidente está sob chantagem?
Não sei se o termo é esse, mas ela hoje age absolutamente
pressionada pela sua base. Ela não lidera, ela é conduzida pela sua base no
Congresso Nacional. Por isso, há uma dissonância, uma distância muito grande
entre a pregação e a prática da presidente. O aparelhamento da máquina pública
hoje é vergonhoso. Não só pelo número acintoso de ministérios. Isso é o símbolo
de um governo aparelhado, desqualificado, em praticamente todas as áreas. O resultado
é esse, um baixo crescimento, ineficiência gerencial enorme, que transformou o
Brasil nesse grande cemitério de obras inacabadas.
Sobre a presidente entregar casas sem água e sem luz.
É triste para um país como o Brasil. Não temos uma
presidente com a agenda de presidente. Temos uma presidente com agenda de
candidata. O que temos na verdade, no fundo, é uma candidata no lugar da
presidente. As suas movimentações são todas na busca de um segundo mandato.
A grande questão, a grande pergunta que tem de ser feita:
para quê um segundo mandato? Para eternizar os amigos no poder? E o Brasil? O
Brasil está ficando no final da fila. Acabo de chegar de um grande evento
internacional e as expectativas em relação ao Brasil são as piores. Não há mais
confiança em relação à gestão da política econômica brasileira. Não há mais
confiança em relação à capacidade do governo de criar infraestrutura necessária
para a retomada do crescimento. A agenda do crescimento, da geração de
empregos, da refundação dos pilares macroeconômicos que nos trouxeram até aqui
é uma prioridade para o PSDB. Isso que eu vou conversar agora com a nossa
bancada na Câmara dos Deputados e estou muito confiante de que este ciclo de governo
do PT, em benefício do Brasil, vai se encerrar.
Sobre declaração da presidente Dilma que candidatos têm de
estudar.
Acho que é uma declaração em razão da sua própria
experiência. O fato de ter sido ungida à Presidência da República sem ter tido
qualquer outra experiência mais importante na gestão pública trouxe este
resultado. Mas eu concordo. Todos nós temos de estudar, temos de nos preparar.
A vida é um aprendizado permanente. Triste são aqueles que, no meio da
caminhada, acham que já sabem tudo. Esses são um perigo. No meu caso, e acho
que em todos os outros, a busca do aprendizado é algo permanente. Até o último
dia da minha vida quero estar aprendendo alguma coisa.
Sobre a orientação ao PSDB na reunião de hoje
É uma conversa entre companheiros. O PSDB tem uma proposta
para o Brasil. Uma proposta clara, da retomada do crescimento, da geração de
empregos, da reinserção das empresas brasileiras nas cadeias globais de
produção, dos avanços nas políticas sociais. Essa é a cara do PSDB. E estamos muito
felizes, porque há um partido hoje absolutamente motivado, mobilizado e um
Brasil carente dessa agenda. O que percebo a cada instante é que esse ciclo de
governo do PT caminha para o seu encerramento. Não temos mais, infelizmente
para o Brasil, uma presidente da República com uma agenda presidencial.
Temos uma candidata a presidente em campanha
permanentemente. O resultado para o Brasil, infelizmente, é muito ruim. Acabo
de chegar de um grande evento internacional e a percepção dos investidores, que
são essenciais para o Brasil retomar o crescimento ao qual me referi é a pior
possível. Não há mais confiança em relação a investimentos no Brasil, não há
segurança jurídica para se investir no Brasil. E as próprias políticas sociais
que foram o grande carro chefe do governo do PT mostraram também esgotamento. O
PNAD de poucas semanas atrás mostra que o incrível aconteceu. O analfabetismo
voltou a crescer no Brasil. E a presidente da República teve que ir em Nova
York fazer uma agenda para pregar aquilo que haviam pregado 15 anos atrás, o
respeito aos contratos para buscar atração de investimentos.
Esse ciclo de governo do PT encerrou-se e é muito importante
que o PSDB se posicione com absoluta clareza para apresentar uma nova agenda.
Essa reunião é uma etapa importante para que possamos dar visibilidade e
clareza a essa nova agenda que, repito, passa pelo crescimento, pelo avanço dos
programas sociais e pela reinserção do Brasil no mundo.
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