Foto: Alice Vergueiro/Futura Press/Folhapress: SÃO
PAULO,SP,28.10.2013:MARINA SILVA/EDUARDO CAMPOS/ENCONTRO - Marina Silva da Rede
Sustentabilidade, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos do Partido
Socialista Brasileiro durante coletiva do primeiro encontro programático que
tem como objetivo diz o colunista da Carta Maior, Antonio Lassance
Governador pernambucano afirma que Marina tinha uma
alternativa, se desejasse realmente ser candidata à presidência em 2014: o PPS.
“Se ela quisesse ser candidata, tinha um partido sério, o PPS, presidido pelo
Roberto Freire que fez um convite. Não houve esta preocupação”, disse ele;
enquanto isso, marineiros já defendem que ela não seja vice de Campos em 2014;
"Ser vice para quê? Essa é a pergunta que começa a ser feita cada vez mais
por membros do Rede Sustentabilidade, de Marina Silva", diz o colunista da
Carta Maior, Antonio Lassance
12 de Novembro de 2013 às 07:36
247 - O governador pernambucano Eduardo Campos fez questão
de deixar claro que ele será o candidato do PSB à presidência da República, em
2014, sepultando as esperanças dos marineiros. “Se ela quisesse ser candidata,
tinha um partido sério, o PPS, presidido pelo Roberto Freire que fez um
convite. Não houve esta preocupação”, disse ele.
A declaração ocorre num momento de crescente tensão entre socialistas
e marineiros. Fontes próximas à ex-senadora argumentam que ele poderia até
desistir de ser vice de Campos em 2014. Sobre isso, leia abaixo artigo de
Antonio Lassance na Carta Maior:
Marina pode desistir de chapa com Campos
Por Antonio Lassance, da Carta Maior
Ser vice para quê? Essa é a pergunta que começa a ser feita
cada vez mais por membros do Rede Sustentabilidade, de Marina Silva.
Um integrante do Rede revelou à Carta Maior que a ideia de
ser ou não ser vice de Eduardo Campos não está “sacramentada”; vai ficar para
2014 e será submetida ao “coletivo”. Esse é o compromisso que Marina teria
assumido diante da perplexidade e, aos poucos, da insatisfação que tem sido
gerada entre seus seguidores na relação com o PSB nacional e nos estados.
Segundo esse integrante, que participou recentemente da
reunião em São Paulo que juntou dirigentes do PSB e membros do Rede, ambos os
partidos estão ainda se conhecendo melhor, e as arestas a serem desbastadas são
muitas.
A ideia de Marina ser vice não teria sido um compromisso.
Foi simplesmente isto: uma ideia. Tendo sido proposta pela própria Marina, ela
não estaria impedida de tirar o time de campo. O único acordo definitivamente
selado entre os dois é o de que o candidato é Eduardo Campos. Marina, em hipótese
alguma, disputará a cabeça de chapa do PSB.
Mesmo que quisesse romper esse acordo, o Rede sabe que não
teria como derrotar a indicação mais que previsível do PSB. Além do controle de
Campos sobre os diretórios estaduais, Marina Silva tem adversários à esquerda e
à direita, no PSB, como, respectivamente, Roberto Amaral (primeiro
vice-presidente nacional da sigla) e Márcio França (deputado federal e
presidente do Diretório Estadual de São Paulo).
A chance de uma reviravolta na vaga para a vice-presidência
não é o desejo pessoal de Marina Silva, que, como diria Vicente Matheus, entrou
na chuva para se queimar. Por enquanto, também não é um assunto sequer cogitado
por Eduardo Campos. Mas cresce, entre integrantes do Rede, a convicção de que
não vale a pena estar na chapa presidencial.
Os argumentos contrários a se compor a vice do PSB são
fortes e, paulatinamente, se tornam mais convincentes.
Até 2014, os pontos centrais da decisão vão depender,
primeiro, do quanto Eduardo Campos conseguir receber de transferência de
intenções de voto antes endereçadas a Marina. Segundo, de essa transferência
ser capaz não apenas de provocar segundo turno, mas de fazer Campos superar
Aécio. Por enquanto, o cenário atual, confirmado por pesquisas sucessivas,
indica vitória de Dilma em primeiro turno, com Aécio em segundo, bem atrás de
Dilma, e Campos em terceiro, bem atrás de Aécio.
Claro que eleições são ganhas ou perdidas durante uma
campanha, assim como corridas são ganhas nas pistas, a cada curva, e não no
grid de largada. Mas a estratégia precisa estar definida pelo piloto antes de
ligar os motores.
A preocupação maior de setores ligados a Marina é a de que
ela já fez demais por Campos e precisa se preservar para 2018. Esta seria a
grande aposta, com uma candidatura “puro sangue”, com o Rede já constituído
enquanto partido. Hoje, sendo inquilinos no senhorio do PSB, a parte que lhes
cabe nesse latifúndio é considerada cada vez mais estreita, incômoda e
constrangedora.
Marina Silva adoraria mostrar que transfere votos para quem
bem desejar, mas a tarefa não parece tão simples. De todo modo, sem precisar
estar na vice, ela poderia perfeitamente continuar fazendo campanha ao lado de
Campos e aparecer de forma ostensiva no programa eleitoral, como aconteceu
recentemente. E daria outra prova de desprendimento, dizem.
Além do mais, fora da chapa, estaria livre inclusive para
associar sua participação em um eventual governo a um acordo mais amplo com o
PSB, o que não pôde ser feito na filiação decidida atabalhoadamente, da noite
para o dia.
Pensando em 2018, fora da vice, o Rede estaria livre até
para se desvencilhar completamente de um governo Eduardo Campos. Em sua
experiência como governador, Campos não tem um único traço da tal “nova
política”. É adepto incontestável do presidencialismo de coalizão, ou seja, de
coalizões grandes o suficiente para garantir maioria legislativa, e de equipes
governamentais multipartidárias, contemplando todas as siglas de sustentação
parlamentar.
A tal “nova política”, de que Marina muito fala, mas pouco
explica, foi melhor esclarecida pelo deputado Márcio França (PSB-SP). Ele
patrocina o acordo do PSB com o PSDB pela reeleição do governador Geraldo
Alckmin, inclusive com a possibilidade de ser o candidato a vice. Contrário à
ideia de candidatura do marineiro Walter Feldman e mesmo da correligionária
Luíza Erundina (PSB-SP), ele explicou a Feldman, há poucos dias, que o acordo
com Alckmin já estava fechado antes do Rede aportar nas praias do PSB.
Sua irônica exegese da bula marinada da nova política foi a
de que, como Marina disse que é pra governar com os melhores do PT e do PSDB,
está mais que confortável em apoiar Alckmin, que ele, por conta e risco,
considera “um dos melhores” do PSDB. A nova política, assim, corre o risco de
virar uma lista dos bons e dos justos escondida na cachola de Marina Silva,
enquanto outros têm suas próprias listas guardadas no bolso.
Os sonháticos começam a perceber que seu partido barriga de
aluguel, o PSB, e a candidatura a vice de Eduardo Campos estão mais para
pesadélicos do que psicodélicos.
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