Por Altamiro Borges
Há vários meses e quase diariamente, os urubólogos da mídia
– como Miriam Leitão, Carlos Alberto Sardenberg e muitos outros porta-vozes dos
banqueiros – garantem que a economia brasileira está à beira do colapso. Entre
outras previsões apocalípticas, eles preveem o iminente retorno das demissões
em massa. A realidade, porém, é cruel e insiste em desmoralizá-los. Nesta
quinta-feira (21), o IBGE anunciou que o índice oficial de desemprego em
outubro foi de 5,2%, inferior aos 5,4% de setembro e o menor desde o início de
levantamento do instituto, em 2002.
Já o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged),
do Ministério do Trabalho, informa que o Brasil gerou 94,9 mil postos de
trabalho formais em outubro, ante 67 mil um ano antes – um aumento de 42%. É o
terceiro mês seguido de crescimento. No acumulado do ano, a geração de vagas
com carteira assinada soma 1,464 milhão, alta de 18,3% sobre os primeiros dez
meses do ano passado. Num mundo em profunda crise capitalista, com índices
recordes de desemprego, os dados brasileiros são surpreendentes e deixam os
urubólogos da mídia desnorteados.
Mesmo assim, os adoradores do “deus-mercado” e saudosos dos
neoliberais tucanos não desistem. A Folha desta sexta-feira (22), por exemplo,
apresenta uma notícia altamente positiva como negativa. Desnorteado, o jornal
lamenta: “Os juros mais altos, a freada do consumo e a confiança reduzida de
empresários não se traduziram ainda em demissões e a taxa de desemprego se
manteve em outubro em nível historicamente baixo”. Ainda! Para a Folha, as
demissões “ainda” vão explodir, ajudarão a reduzir a popularidade de Dilma e a
levar os tucanos novamente ao poder.
A Folha rentista aposta, pela enésima vez, que “as
expectativas apontam para uma deterioração do mercado de trabalho ao longo do
próximo ano”. Como prova das suas previsões, ela cita relatório da consultoria
Rosenberg & Associados, um biombo dos banqueiros, que afirma que "os
custos muito elevados para demissão e o mercado de trabalho ainda relativamente
aquecido, que levariam a dificuldades e maiores preços para contratação em caso
de retomada econômica, têm conseguido evitar uma taxa de desemprego mais alta”.
Haja cinismo!
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