Por Dedé Rodrigues.
Conforme Fabiano Santos que escreveu para Carta Maior “com a
vitória de Bachellet, a esquerda recompõe o mapa ideológico dos governos na
América do Sul, parcialmente desfeito com o predomínio da direita no Chile desde
2010”. Grifos nossos. Mas as eleições vão para o segundo turno, no qual, deve
ser confirmada a vitória do centro esquerda quando apenas a Colômbia continuará
tendo como governante presidente oriundo do campo conservador.
A candidata na coalizão Nova Maioria (antiga Concertação) e ex-presidenta do Chile recebeu 46,67% dos votos na eleição deste domingo (17). Sua rival, Evelyn Mathei, da direitista União Democrática Independente (UDI), angariou 25,01% dos votos. As informações são do Serviço Eleitoral de Eleições (Servel), com 99,93% das mesas de votação apuradas, na manhã desta segunda-feira (18). Os resultados levam Michelle e Evelyn ao segundo turno eleitoral, no dia 15 de dezembro.
Segundo ela dois fatores foram decisivos para o fracasso da
“Concertacion”: a divisão interna da coalizão, motivada pela indicação do
ex-presidente Eduardo Frey, do Partido Democrata Cristão (PDC), como seu
candidato, e a dificuldade em aprovar e levar à frente políticas sociais, há
muito reivindicado por amplos segmentos da sociedade, em particular, a questão
educacional.
Outro ponto que ela destaca: é que o Chile “a despeito de
anos de crescimento econômico, não tem sido capaz de enfrentar seus principais
e seculares desafios: o da erradicação da pobreza e diminuição da desigualdade.
Em outras palavras, a agenda dos
eleitores chilenos é uma agenda social”.
O ponto crucial que ela considera diz: “o que a conjuntura
chilena nos traz incide exatamente sobre a questão dos protestos. Várias jovens
lideranças das jornadas de outubro passaram a fazer política partidária, filiando-se ao Partido Comunista,
concorrendo em eleições locais e agora se articulando com os socialistas, tendo
em vista redefinir a hegemonia do processo político chileno”.
A conclusão que chegamos é que o neoliberalismo, mesmo com a
economia crescendo, o que é um caso raro, não distribui renda como um governo
de esquerda ou socialista, pois nesse último, o Estado e não o Mercado está a frente da economia dos países. O neoliberalismo
é a face mais cruel do capitalismo e, tudo faz crer, que está com os seus dias
contados no Chile. Uma boa notícia para
os povos da América do Sul.
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