O militante serrista que se traveste de historiador publica
um livro chamado Década Perdida, sobre os primeiros dez anos dos governos de
Lula e Dilma; neste período, o Brasil saiu do colo do FMI e acumulou mais de
US$ 300 bilhões de reservas, reduziu o risco-País de mais de 2 mil pontos para
o chamado grau de investimento, cortou o desemprego pela metade e retirou
dezenas de milhões da pobreza, entre vários outros avanços, reconhecidos até
pelos adversários que ainda têm seriedade e respeito pelos fatos; por essas e
outras, Lula foi chamado por Barack Obama de "o cara", mas Villa vê
dez anos perdidos e recebe, em Veja, elogios de Augusto Nunes
23 de Novembro de 2013 às 22:34
247 - De falta de senso de ridículo, Marco Antonio Villa
jamais poderá ser acusado. Palestrante do Instituto Millenium, colunista de
jornais conservadores e autor do livro "Mensalão", o militante
serrista, que se diz historiador, acaba de lançar um novo livro, chamado
"Década perdida". A obra trata, obviamente, dos primeiros dez anos de
poder do Partido dos Trabalhadores, com Lula e Dilma. A questão é: pode ser
chamado de "historiador" alguém que classifica desta forma um período
de profundas transformações sociais e econômicas, reconhecidas até pelos
adversários?
Apenas para refrescar a memória de Villa, eis algumas das
mudanças ocorridas no Brasil a partir de 2003:
* O risco-Brasil caiu de mais de 2 mil pontos para menos de
200. Com isso, o Brasil atingiu o grau de investimento, reduzindo o custo de
captação para empresas e o próprio governo.
* A taxa de desemprego foi reduzida pela metade, caindo de
11% para 5,2%. Apenas na indústria naval, o pessoal empregado saltou de 2 mil
para mais de 70 mil pessoas nos estaleiros.
* Mais de 40 milhões de brasileiros – o equivalente a uma
Espanha – foram incorporados à chamada "nova classe média".
* O Índice Bovespa subiu de 14 mil pontos para mais de 60
mil pontos (hoje está na casa dos 50 mil), valorizando empresas nacionais e
gerando riqueza para acionistas públicos e privados.
Por essas e outras, o ex-presidente Lula foi classificado
como "o cara" por Barack Obama. O economista Jim O'Neill, que criou a
expressão BRICs (que reúne Brasil, Rússia, Índia e China), o definiu como o
maior estadista global nos últimos trinta anos.
Falhas, omissões e erros, evidentemente, aconteceram. Mas
"década perdida" é um rótulo inaceitável para alguém que se diz
historiador. Prova apenas a desonestidade intelectual do autor, assim como sua
militância política.
No entanto, o livro, medíocre, foi lançado em grande estilo
por Veja, numa resenha de duas páginas escrita pelo insuspeito Augusto Nunes.
"Nunca antes neste país tanta gente foi iludida por tanto tempo", diz
Nunes.
Simplesmente, patético.
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