Edição/247 Fotos: Reprodução | STF:
O jornalista Luiz Nassif produziu análise a partir da
declaração do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, que definiu o ministro
Joaquim Barbosa, presidente do STF, como "uma pessoa má"; "A natureza
o dotou de uma garra e inteligência privilegiadas. Por mérito próprio, teve
acesso ao que de mais elevado o pensamento jurídico internacional produziu, a
ciência das leis, da cidadania, da consagração dos direitos. Nada foi capaz de
civilizar a brutalidade abrigada em seu peito, o prazer sádico de infligir o
dano a terceiros, o sadismo de deixar incompleta uma ordem de prisão para
saborear as consequências dos seus erros sobre um prisioneiro correndo risco de
morte", afirma Nassif
22 de Novembro de 2013 às 21:48
247 - O jornalista Luiz Nassif escreve artigo a partir da
declaração do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, que definiu o ministro
Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, como "uma pessoa
má". Para Nassif, "Joaquim Barbosa é um caso de maldade
explícita".
"A natureza o dotou de uma garra e inteligência
privilegiadas. Por mérito próprio, teve acesso ao que de mais elevado o
pensamento jurídico internacional produziu, a ciência das leis, da cidadania,
da consagração dos direitos. Nada foi capaz de civilizar a brutalidade abrigada
em seu peito, o prazer sádico de infligir o dano a terceiros, o sadismo de
deixar incompleta uma ordem de prisão para saborear as consequências dos seus
erros sobre um prisioneiro correndo risco de morte. Involuntariamente, Genoíno
deu a derradeira contribuição aos hábitos políticos nacionais: revelou, em toda
sua extensão, a face tenebrosa da maldade. Espera-se que nenhum político seja
louco a ponto de abrir espaço para este senhor", afirma.
Leia artigo na íntegra:
Joaquim Barbosa e a face tenebrosa da maldade
A disputa política permite toda sorte de retórica.
Populistas, insensíveis, reacionários, porra-loucas, o vocabulário é
abrangente, da linguagem culta à chula.
Em todos esses anos acompanhando e participando de
polêmicas, jamais vi definição mais sintética e arrasadora do que a do jurista
Celso Antônio Bandeira de Mello sobre Joaquim Barbosa: “É uma pessoa má”.
Não se trata se julgamento moral ou político. Tem a ver com
distúrbios psicológicos que acometem algumas pessoas, matando qualquer
sentimento de compaixão ou humanidade ou de identificação com o próximo. É o
estado de espírito que mais aproxima o homem dos animais.
O julgamento da bondade ou maldade não se dá no campo
ideológico. Celso Antônio Bandeira de Mello é uma pessoa generosa, assim como
Cláudio Lembo, cada qual com sua linha de pensamento. Conheci radicais de lado
a lado que, no plano pessoal, são pessoas extremamente doces. Roberto Campos
era um doce de pessoa, assim como Celso Furtado.
A maldade também não é característica moral. O advogado
Saulo Ramos, o homem que me processou enquanto Ministro de Sarney, que
conseguiu meu pescoço na Folha em 1987, que participou das maiores estripulias
que já testemunhei de um advogado, nos anos 70 bancou o financiamento
habitacional de um juiz cassado pelos militares. E fez aprovar uma lei
equiparando direitos de filhos adotados com biológicos, em homenagem ao seu
filho.
A maldade é um aleijão tão virulento, que existe pudor em
expô-la às claras. Muitas vezes pessoas são levadas a atos de maldade, mas
tratam de esconde-los atrás de subterfúgios variados, com o mesmo pudor que
acomete o pai de família que sai à caça depois do expediente; ou os que buscam
prazeres proibidos.
Joaquim Barbosa é um caso de maldade explícita. Longe de mim
me aventurar a ensaios psicológicos sobre o que leva uma pessoa a esse estado
de absoluta falta de compaixão. Mas a natureza da sua maldade é a mesma do
agente penitenciário que se compraz em torturar prisioneiros; ou dos militares
que participavam de sessões de tortura -- para me limitar aos operadores do
poder de Estado. Apenas as circunstâncias diferem.
A natureza o dotou de uma garra e inteligência
privilegiadas. Por mérito próprio, teve acesso ao que de mais elevado o
pensamento jurídico internacional produziu, a ciência das leis, da cidadania,
da consagração dos direitos.
Nada foi capaz de civilizar a brutalidade abrigada em seu
peito, o prazer sádico de infligir o dano a terceiros, o sadismo de deixar
incompleta uma ordem de prisão para saborear as consequências dos seus erros
sobre um prisioneiro correndo risco de morte.
Involuntariamente, Genoíno deu a derradeira contribuição aos
hábitos políticos nacionais: revelou, em toda sua extensão, a face tenebrosa da
maldade.
Espera-se que nenhum político seja louco a ponto de abrir
espaço para este senhor.
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