Na audiência pública para subsidiar o julgamento das ações
de inconstitucionalidade que questionam o Programa Mais Médicos, o
vice-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(Conasems), José Fernando Casquel Monti, secretário de Saúde de Bauru (SP),
afirmou que a vinda de profissionais estrangeiros por meio do programa tem
impacto positivo direto no atendimento à população de áreas vulneráveis.
Por Orlando Carneiro, para o Jornal do Brasil
Théa Rodrigues
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Paulo
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Segundo ele, as dificuldades para contratar profissionais e
assegurar atendimento médico universal ocorre tanto em municípios distantes
quanto nas periferias das grandes cidades.
Monti ainda afirmou que, embora a Constituição Federal
determine a prestação de assistência integral e universal, o modelo brasileiro
ainda funciona centrado no atendimento hospitalar e com ênfase nos
procedimentos, o que resulta em baixa capacidade de resolução dos problemas e
custos elevados para o sistema.
De acordo com o secretário, o tipo de doenças que era
possível resolver com o modelo atual, as infecciosas, está sendo substituído
pelas crônicas e degenerativas, que precisam de acompanhamento prolongado e
permanente. “Nosso modelo hoje é centrado predominantemente na doença. Só
depois que a pessoa adoece é que vamos fazer as intervenções", destacou.
"O que queremos é um modelo integral, que abranja o indivíduo em outras
fases de sua vida”.
De acordo com Monti, a partir da implantação do Sistema
Único de Saúde (SUS), houve grande expansão da estratégia de saúde da família,
com a cobertura chegando a mais de 100 milhões de pessoas. Segundo ele, nos
últimos cinco anos, a quantidade de equipamentos de saúde cresceu 72,3%, o
número de estabelecimentos médicos 44,5% e a quantidade de leitos hospitalares
17,3%. Mas o número de médicos cresceu, apenas, 13,4%.
O presidente do Conasems disse ainda que, além da falta de
médicos, há um problema de distribuição de profissionais. Segundo ele, a média
nacional é de 1,8 médico por grupo de mil habitantes, mas 22 estados estão
abaixo desta média e, em cinco (Acre, Amapá, Maranhão, Pará e Piauí), há menos
de um médico por cada mil habitantes. A seu ver, o Programa Mais Médicos
resolve também o problema de municípios com baixa arrecadação que têm
dificuldade de contratar médicos em função de limites salariais.
Fonte: Jornal do Brasil
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