Por Cadu Amaral, em seu blog:
Com mais repeteco do que cantiga de grilo, a campanha para
criminalizar o PT segue a todo vapor na “grande imprensa”. Não que isso tenha
dado à direita brasileira resultados eleitorais, mas vale, no caso, a lógica da
natureza do escorpião.
O tratamento dispensado é o da ocultação total das
falcatruas do PSDB e lentes de aumento em qualquer coisa que possa ter relação,
mesmo com milhas de distância, do PT.
Assis Chateaubriand realmente fez escola. É dele a máxima de
que “quem quiser imprensa livre que compre a sua”. Vejam só, o hotel Saint
Peter, em Brasília, é de propriedade de uma empresa estrangeira, do Panamá,
conforme o Jornal Nacional. E tem um laranja como dono. Como se essa fosse a
única empresa no Brasil a adotar laranjas como proprietários legais.
Todo esse barulho por que é nesse hotel que José Dirceu
solicitou permissão para trabalhar.
Não há, nem mesmo na matéria do JN, qualquer relação entre
Dirceu e a empresa que administra o hotel. Será que o Saint Peter é a única
empresa que tem laranjas como proprietários? Se couber, por se tratar de
empresa sediada em outro país, a situação do hotel deve ser apurada pela
Receita Federal ou pela Polícia Federal.
Será que todos que trabalham em empresas que usam laranjas
para encobrir os verdadeiros donos têm envolvimento com tal prática?
O que tem mais importância jornalística, isso ou a quase
meia tonelada de pasta base de cocaína em um helicóptero da família de um
senador da república?
O que vale mais jornalisticamente, mais um laranja em um
hotel ou um esquema de que circunda o valor de um bilhão de reais no metrô em
São Paulo?
O que vale mais, um laranja em uma empresa estrangeira no
Brasil ou o “esquecimento” de julgar o esquema de caixa dois do PSDB em Minas
Gerais, com dinheiro público, da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais),
onde figuras como o Filho do FHC e Gilmar Mendes aparecem na lista de
beneficiários do esquema?
O que vale mais, mais um laranja em uma empresa ou a filha
do Serra, Verônica, em conjunto com Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do
Brasil, comprarem 20% de uma empresa de sorvete, no valor de R$ 100 milhões
sendo que o lucro dessa empresa é de R$ 30 milhões?
O que vale mais jornalisticamente, isso ou o fato do
ex-senador e mosqueteiro da ética de Veja, Demóstenes Torres, após ter
comprovado seu envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, está aposentado
pelo Ministério público? Torres recebe R$ 22 mil de salário.
O que vale mais, o laranja do hotel ou Joaquim Barbosa,
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), comprar um apartamento de um
milhão de dólares através de uma empresa off shore, lotada em seu apartamento
funcional por apenas dez dólares?
Lembrando que a condição de Barbosa não permite que ele seja
dono de empresas.
O que vale mais, mais um laranja em empresas no Brasil ou a
sonegação fiscal das Organizações Globo que, corrigidas, chegam à casa dos
bilhões de reais?
O que vale mais, mais um caso de uso de laranjas em empresas
ou a condição do banqueiro Daniel Dantas. Preso na Operação Satiagraha da
Polícia Federal por lavagem de dinheiro, desvio de verbas públicas?
A PF apreendeu no apartamento do banqueiro Daniel Dantas,
documentos que comprovam o pagamento de propinas a políticos, juízes e
jornalistas no valor de 18 milhões de reais.
Sabe o que vale mais para a nossa autoproclamada “grande
imprensa”? Criminalizar a esquerda, o trabalhismo. Sempre foi assim. Houve a
vez do partido comunista, do Getúlio, Jango e Brizola. Agora é a vez do PT e
seus expoentes, seus aliados pontuais e programáticos.
Pior é que tem gente que se diz de esquerda que parece dar
boa noite ao William Bonner ao término do Jornal Nacional.
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