Postado Por Dedé Rodrigues.
Os dados da economia referentes ao terceiro trimestre do ano
(julho, agosto e setembro) provocaram um alarme no país. A economia recuou 0,5%
nestes três meses. É um recuo severo, tecnicamente uma recessão. Normalmente, o
terceiro trimestre do ano registra dificuldades na economia mas, este ano, foi
além do esperado pelos economistas, que estimavam um desempenho negativo em
torno de 0,2 ou 0,25%. Foi maior.
As dificuldades econômicas revelam a dimensão dos desafios
que o país deve enfrentar para abrir os caminhos do desenvolvimento nacional
com distribuição de renda, valorização do trabalho, justiça social e integração
regional.
Isto requer outra estratégia, um Plano Nacional de
Desenvolvimento que aborde de forma integrada, orgânica e harmônica os graves
problemas estruturais do país. Tarefa hercúlea que, no fundo, equivale a uma
mudança de grande envergadura e requer enfrentamento aos poderes das classes
parasitárias e especuladoras, assim como ao capital financeiro internacional.
Como reiteradamente afirma o presidente nacional do Partido Comunista do Brasil
(PCdoB), Renato Rabelo, um enfrentamento antes de tudo político e não técnico.
Uma das resoluções do 13º Congresso do PCdoB registra a
contradição que há na orientação econômica do governo. Ela está ligada à
necessidade da formação, imposta pela correlação de forças existente no país,
de “coalizões amplas e heterogêneas, necessárias à estabilidade do governo, mas
limitadoras de maior avanço da aplicação da plataforma programática”; isso
fortalece duas tendências: de um lado, a “permanente pressão da oposição
conservadora para bloquear as mudanças”; de outro, “a insuficiente
mobilização”. Tudo isso “limita o ritmo da democratização do Estado nacional e
obstrui a realização das reformas estruturais democráticas”.
Esta luta repercute fortemente no interior do governo, onde
se afiguram tendências opostas – de um lado, a especulação financeira ainda
mantém forte poder na sociedade e, com base nela, exige a aplicação do arcaico
e desmoralizado programa neoliberal (e isto se traduz na retomada da ascensão
dos juros pelo aumento da taxa Selic); de outro lado, setores nacionais
desenvolvimentistas tentam fazer valer suas opiniões.
As resoluções do congresso dos comunistas brasileiros
registram que a política macroeconômica ainda preserva concepções neoliberais
herdadas do passado, que precisam ser derrotadas.
O Brasil tem imensas potencialidades e vive uma fase rara do
seu desenvolvimento político, que não pode ser desperdiçada. Mobilizar as
energias transformadoras do povo, em torno da presidenta Dilma, para empreender
as mudanças necessárias a fim de abrir caminho ao desenvolvimento nacional, é a
tarefa política central do momento.
Fonte: Editorial do Portal Vermelho.
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