O "guru" gorou. Contratado para turbinar a campanha de José Serra na
internet, o americano de ascendência indiana Ravi Singh, da empresa
ElectionMall, voltou para os EUA e agora
acabou preso
O marqueteiro americano de ascendência indiana Ravi Singh,
que se autodenomina "guru" e trabalhou na campanha de José Serra
(PSDB) à Presidência da República em 2010, foi preso na sexta-feira (17) em San
Diego, no Estado da Califórnia, suspeito de intermediar a injeção de ao menos
US$ 500 mil não contabilizados em campanhas políticas daquela cidade.
Singh, 41, fundador da empresa Election Mall, teria ajudado
um empresário mexicano a doar centenas de milhares de dólares a candidatos em
San Diego por meio de caixa 2. Segundo o FBI (a polícia federal americana),
Sigh e um ex-policial, Ernesto Encinas, 57, teriam utilizado empresas de
fachada e documentos em nome de laranjas para fazer o dinheiro chegar às
campanhas de quatro políticos. O FBI não divulgou o nome dos beneficiados pelo
suposto esquema.
Turbante
Quando atuou na campanha de Serra, Singh assumiu a
coordenação de internet, cujo site era editado pela ex-vereadora de São Paulo
Soninha Francine (PPS).
No currículo do norte-americano, que se reunia com os
tucanos usando turbante, estava a campanha vitoriosa do colombiano Juan Manuel
Santos, eleito presidente quatro meses antes.
Singh fez mudanças radicais no site de Serra que priorizavam
o cadastramento dos internautas e adotou um novo slogan, "É a Hora da
Virada", em vez do oficial "O Brasil Pode Mais". O norte-americano
comprou briga com outros membros da equipe e acabou saindo 20 dias depois, sem
ter o contrato renovado.
Nenhum tucano assumiu oficialmente a ideia de ter contratado
Singh. Nos bastidores, duas versões circularam: a de que teria sido apresentado
pela filha de Serra, Verônica, ou por Arnon de Mello, filho do ex-presidente
Fernando Collor e então sócio de uma empresa que fornecia serviços de internet.
Coordenação
Soninha disse ter ficado "sentida" com a notícia
da prisão de Sigh e elogiou o trabalho do norte-americano. Segundo ela, a
internet não era a "menina dos olhos" do marqueteiro Luiz Gonzalez,
que coordenava a campanha de Serra, e ganhou profissionalismo com a chegada de
Sigh.
"Antes dele o pessoal da internet não tinha
coordenação: quem fazia o Facebook não conversava com quem fazia o Twitter nem
com quem estava no site. Ele fez todo mundo trabalhar junto", afirmou.
Ela defendeu a medida mais polêmica de Sigh em sua breve
passagem pelo Brasil: obrigar os leitores do site oficial de Serra a preencher
um formulário com nome, e-mail e preferências pessoais. "A adesão das
pessoas foi inacreditável. Campanha eleitoral na internet é um espaço para
engajamento, não para visita eventual. Milhares de eleitores se cadastraram
dispostos a participar", disse.
Soninha afirmou não se lembrar de quem apresentou Sigh ao
tucano, mas diz acreditar que ele deixou a campanha pois "cobrava
caro" e os coordenadores julgaram que já haviam aprendido o que ele
pretendia fazer. No Uol
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