A maneira de reagir a manifestações e fenômenos de
comportamento revela muito sobre setores da sociedade. Com o rolezinho não está
sendo diferente. A resposta dada ao movimento de jovens que se reúnem para dar
um “rolê” em shoppings escancarou ainda mais o reacionarismo de parcela do
nosso país.
Os rolezinhos são legítimas manifestações culturais e de
comportamento dos jovens da periferia. Foram recebidos, no entanto, pela reação
discriminatória e policialesca dos setores mais reacionários do empresariado,
das camadas médias altas e da Justiça de São Paulo, que concedeu liminar para
barrar tais manifestações.
Esses setores têm seus interesses incorporados pelo governo
Geraldo Alckmin, que se traduzem em repressão policial. Antes do diálogo, a
pancada: essa parece ser a linha atuação da Polícia Militar tucana. Algo já
apontado incansavelmente neste blog pelo ex-ministro José Dirceu.
Esse filme não é novo. Há menos de um ano, a mesma polícia
do mesmo governo reprimiu violentamente manifestantes que pediam a redução da
tarifa de transporte em São Paulo. Foi o suficiente para os atos ganharem força
não só no Estado, mas em todo o país. Na ocasião, a mídia conservadora e a
direita tentaram se apropriar das manifestações. Fiquemos atentos à repetição
da farsa.
Solidariedade ao rolezinho
O momento exige solidariedade aos rolezinhos. Militantes do
PT, governos do partido e seus parlamentares fazem bem em defender o direito de
circulação e de manifestação da periferia. A disposição do prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad, de conversar com os jovens da periferia, diz muito
sobre o nosso modo de governar.
Esperamos poder aplaudir a participação dos movimentos
sociais e da juventude petista nos próximos eventos.
O rolezinho, que começou praticamente como uma brincadeira
em São Paulo, já não representa apenas isso. E não representa justamente pela
resposta dados pelos setores já mencionados acima. Representa, agora, a
afirmação do direito de manifestação, de ir e vir, de se expressar livremente,
de ocupar espaços públicos, do respeito ao próximo, da convivência civilizada
entre diferentes classes.
O apoio ao rolezinho é fundamental para que ele possa voltar
a ser o que era: uma simples brincadeira entre jovens.
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