Principal justificativa para rebaixamento de rating do
Brasil foi o do chamado risco fiscal; mas menos de 24 horas após a Standard
& Poor´s divulgar a queda da nota de BBB para BBB-, Receita Federal informa
que arrecadação de impostos em fevereiro bateu recorde histórico para este mês
do ano; R$ 83,17 bilhões entraram para os cofres do governo; S&P alegou que
País deixa dúvidas sobre pagar seus compromissos, porém, entrada de impostos
mostra que economia está robusta e País apto a enfrentar seus vencimentos;
rebaixamento um dia antes da nova informação da Receita foi apenas coincidência
ou incompetência da equipe chefiada por Lisa Schineller?; a propósito: Bolsa de
São Paulo abriu o dia subindo 0,77%
25 de Março de 2014 às 10:38
247 – O risco fiscal foi apontado pela agência de
classificação de risco Standard & Poor´s, dos Estados Unidos, como
principal justificativa para rebaixar, ontem, o rating do Brasil de BBB para
BBB-. Mas, menos de 24 horas após a decisão, a economia brasileira acaba de
apresentar mais um dado de crescimento – e justamente no quesito fiscal.
A arrecadação de impostos no mês de fevereiro ficou em R$
83, 17 bilhões, batendo o recorde da Receita Federal para o segundo mês do ano.
Em relação a fevereiro de 2013, a alta foi de 3,44%. No bimestre
janeiro-fevereiro também houve alta na entrada de recursos de impostos nos
cofres do governo de 1, 91% acima da inflação em relação ao mesmo período do
ano anterior.
O resultado da arrecadação em fevereiro mostra uma economia
que cumpre suas obrigações. Uma economia que está gerando recursos suficientes
para quebrar um novo recorde de arrecadação.
No mercado financeiro, as projeções de economistas ouvidos
pelo jornal Valor Econômico, das famílias Frias e Marinho, apontavam para uma
"deterioração" na arrecadação de fevereiro, mas o que houve, na
realidade, foi o contrário. Trabalhando com este tipo de expectativa, a S&P
procurou atingir o Brasil, mas a resposta foi imediata.
É claro, porém, que agora isso não importa mais para a
S&P. O serviço encomendado à equipe chefiada por Lisa Schineller foi feito.
A ponto de, agora, a mesma S&P informar que não pretende fazer novo
rebaixamento da nota brasileira.
A propósito: de olho nos números, a Bolsa de Valores de São
Paulo abriu o dia em alta de 0,77% sobre a véspera.
Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito e, em seguida,
informação da Agência Reuters sobre a garantia da S&P de que não irá
rebaixar o País novamente (ao menos não tão cedo):
Arrecadação de impostos federais fica em R$ 83 bi e bate
recorde para o mês
Brasília
Daniel Lima - Repórter da Agência Brasil
A arrecadação de impostos e contribuições federais em
fevereiro ficou em R$ 83,137 bilhões, resultado recorde para o mês. Corrigida
pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta é de 3,44% ante
fevereiro de 2013.
No bimestre, a arrecadação teve crescimento real [corrigido
pela inflação] de 1,91% na comparação com o mesmo período do ano passado, com
R$ 206,804 bilhões, resultado recorde também para o período.
De acordo com a Receita Federal, o resultado decorreu da
redução do recolhimento de impostos apurados com base na estimativa mensal –
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido, ocorrida em fevereiro de um pequeno grupo de empresas.Houve ainda
efeito das desonerações tributárias adotadas pelo governo para combater a crise
econômica, em especial, folha de pagamento, Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico (Cide) dos combustíveis, Imposto sobre Produto
Industrializado (IPI) dos automóveis e Imposto sobre Operação Financeira (IOF)
para crédito à pessoa física.
A arrecadação sofreu impacto também de indicadores
macroeconômicos como a produção industrial, com queda de 2,44% em comparação a
fevereiro do ano passado. Por outro lado e na mesma base de comparação, houve
aumento na venda de bens e serviços (3,46%), na massa salarial (9,33%) e no
valor em dólar das exportações (13,16%).
S&P diz que não contempla novo rebaixamento do Brasil
RIO DE JANEIRO, 25 Mar (Reuters) - A agência de
classificação de risco Standard & Poor's indicou nesta terça-feira que não
vê novo rebaixamento para o Brasil, destacando que isso só acontecerá se os
indicadores externos tiverem forte deterioração e se o governo romper seu
compromisso com políticas pragmáticas.
"Reduzir os ratings de novo é realmente um cenário que nós
não estamos contemplando", disse a analista da agência Lisa Schineller em
uma conferência telefônica com analistas e jornalistas.
A S&P disse que, apesar de ter identificado uma certa
deterioração nas políticas fiscal e monetária brasileiras, o governo continua
comprometido com o combate à inflação e com o cumprimento de metas de superávit
primário.
Na segunda-feira, a S&P cortou o rating soberano do
Brasil para "BBB-", a faixa mais baixa da categoria de grau de
investimento, ante "BBB", com perspectiva estável.
Apesar disso, não havia grande impacto sobre os mercados
brasileiros nesta terça-feira, uma vez que o movimento já era esperado pelos
investidores e, por isso, já havia tinha precificado. Assim, o dólar tinha leve
queda ante o real, assim como os juros futuros, enquanto a Bovespa subia.
(Reportagem de Walter Brandimarte)
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