Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Pelé ainda está vivo (Mark Twain um dia disse que as
notícias a respeito de sua morte “eram bastante exageradas”), mas não para o
jornalismo da CNN, a maior rede de notícias internacionais do planeta.
Dias depois de dois repórteres serem presos tentando invadir
o terreno do novo World Trade Center, a conta no Twitter do programa matinal
New Day, uma bobagem em que várias pessoas falam muito em torno de uma bancada,
anunciou o falecimento de Edson Arantes do Nascimento.
“Ex-jogador de futebol brasileiro Pelé morre aos 74”, dizia
o post. Diante da surpresa generalizada, uma correspondente no Brasil fez o que
deveria ter feito antes de dar a notícia: checou os representantes do craque.
O tuíte foi apagado e uma correção foi publicada: “O
assessor de Pelé diz à CNN que ele está vivo e muito bem”.
Virou piada no mundo inteiro. O rei do futebol estava
viajando para Nova York a negócios. A CNN, um dia considerada “o nome mais
confiável” da TV, ganhou um lema: “declare a morte primeiro, cheque com o
relações públicas depois”. Fora tudo, Pelé tem 73 anos.
E de onde veio a história?
Do Facebook.
Alguém criou uma página chamada R.I.P. Pelé e escreveu: “Às
cerca de 11 horas da manhã, no quarta-feira (26 de março de 2014), nosso
querido Pelé faleceu. Pelé nasceu em 23 de outubro de 1940 em Três Corações. Sentiremos
sua falta, mas ele não será esquecido. Por favor, mostre seus pêsames e
condolências comentando e curtindo esta página”. Fãs imediatamente
compartilharam a “notícia” e passaram a registrar mensagens de pêsames.
A internet já matou Oprah Winfrey (suicídio), Céline Dion,
Adam Sandler (acidente de snowboard), Miley Cyrus (suicídio causado por
estresse pós-traumático), Justin Bieber (acidente de carro), Sylvester Stallone
e Renato Aragão, entre outros.
Em dezembro, numa reportagem da própria CNN sobre esse tipo
de boatos na net, o apresentador do programa “Fontes Confiáveis” Brian Stelter
deu a receita para não pagar mico. “Às vezes, nós queremos acreditar que essa
histórias sejam verdadeiras. E nós esquecemos, talvez, da primeira grande regra
- creia, mas verifique. Faça uma checagem primeiro”.
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