A Petrobras não será destruída
"No passado, eles empurravam para debaixo do
tapete"
O Conversa Afiada reproduz pronunciamento da Presidenta da
República, Dilma Rousseff:
Pronunciamento da Presidenta da República, Dilma Rousseff
30 de abril de 2014
Trabalhadores e trabalhadoras,
Neste primeiro de maio, quero reafirmar, antes de tudo, que
é com vocês e para vocês que estamos mudando o Brasil. Vocês que estão nas
fábricas, nos campos, nas lojas e nos escritórios, sabem que estamos vencendo a
luta mais difícil e mais importante: a luta do emprego e do salário.
Não tenham dúvida: um país que consegue vencer a luta do
emprego e do salário, nos dias difíceis que a economia internacional atravessa,
esse país é capaz de vencer muitos outros desafios. É com este sentimento que
garanto a vocês que temos força para continuar na luta pelas reformas mais
profundas que a sociedade brasileira tanto precisa e tanto reclama.
Nas reformas para aperfeiçoar a política, para combater a
corrupção, para aumentar a transparência, para fortalecer a economia e para
melhorar a qualidade dos serviços públicos.
Nosso governo tem o signo da mudança e, juntos com vocês,
vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a
vida dos brasileiros. Especialmente dos mais pobres e da classe média.
Continuar com as mudanças, significa, também, continuar
lutando contra todo tipo de dificuldades e incompreensões. Porque mudar não é
fácil, e um governo de mudança encontra todo tipo de adversários que querem
manter seus privilégios e as injustiças do passado. Mas nós não nos
intimidamos.
Se hoje encontramos um obstáculo, recomeçamos mais fortes,
amanhã. Porque, para mim, as dificuldades são fonte de energia e não de
desânimo. Se nem tudo ocorre no tempo previsto e desejado, isso é motivo para
acumular mais forças. Para seguir
adiante. E em seguida mudar mais rápido. É assim que se vence as dificuldades.
É assim que se vai em frente.
Minhas amigas e meus amigos,
Acabo de assinar uma medida provisória corrigindo a tabela
do imposto de renda, como estamos fazendo nos últimos anos, para favorecer
aqueles que vivem da renda do seu trabalho.
Isso vai significar um importante ganho salarial indireto e
mais dinheiro no bolso do trabalhador.
Assinei, também, um decreto que atualiza em 10% os valores
do Bolsa Família, recebidos por 36 milhões de beneficiários do programa brasil
sem miséria, assegurando que todos continuem acima da linha da extrema pobreza,
definida pela ONU.
Anuncio, ainda, que assumo o compromisso de continuar a
política de valorização do salário mínimo, que tantos benefícios vêm trazendo
para milhões de trabalhadores e trabalhadoras.
A valorização do salário mínimo tem sido um instrumento
efetivo para diminuição da desigualdade e para o resgate da grande dívida
social que ainda temos com os nossos trabalhadores mais pobres.
Algumas pessoas reclamam que o nosso salário mínimo tem
crescido “mais do que devia”. Para eles, um salário mínimo melhor não significa
mais bem estar para o trabalhador e sua família.
Dizem que a valorização do salário mínimo é um erro do
governo. E por isso defendem a adoção de medidas duras. Sempre contra os
trabalhadores.
Nosso governo nunca será o governo do arrocho salarial, nem
o governo da mão dura contra o trabalhador! Nosso governo será, sempre, o
governo da defesa dos direitos e das conquistas trabalhistas. Um governo que
dialoga com os sindicatos e com os movimentos sociais e encontra caminhos para
melhorar a vida dos que vivem do suor do seu trabalho.
Trabalhadoras e trabalhadores,
Meu governo também será sempre o governo do crescimento com
estabilidade, do controle rigoroso da inflação e da administração correta das
contas públicas.
Nos últimos anos o Brasil provou que é possível, e
necessário, manter a estabilidade e ao mesmo tempo garantir o salário e o
emprego.
Em alguns períodos do ano, sei que tem ocorrido aumentos
localizados de preços, em especial dos alimentos. E esses aumentos causam
incômodo às famílias. Mas são temporários. Na maioria das vezes, motivados por
fatores climáticos.
Posso garantir a vocês que a inflação continuará
rigorosamente sob controle. Mas não podemos aceitar o uso político da inflação
por aqueles que defendem o “quanto pior, melhor”. Temos credibilidade política
para dizer isso.
Nos últimos 11 anos, tivemos o mais longo período de
inflação baixa da história brasileira. Também o período histórico em que mais
cresceu o emprego e em que o salário mais se valorizou.
Neste período, o salário do trabalhador cresceu 70% acima da
inflação. Geramos mais de 20 milhões de novos empregos com carteira assinada,
sendo que 4,8 milhões no atual governo.
Neste mesmo período também conseguimos a maior distribuição
de renda da história do brasil.
Trabalhadoras e trabalhadores,
É com seriedade e firmeza que quero voltar a falar das
reformas que iniciamos, e vamos continuar lutando para ampliá-las, em favor do
brasil.
Quero garantir a você, trabalhadora, e a você, trabalhador,
que nossa luta pelas mudanças continua. Nada vai nos imobilizar.
A tarifa de luz, por exemplo, teve a maior redução da
história. A seca baixou o nível dos reservatórios, e tivemos de acionar as
termoelétricas, o que aumentou muito as despesas. Imagine se nós não tivéssemos
baixado as tarifas de energia elétrica em 2013.
Os investimentos que fizemos em geração e transmissão de
energia permitem, hoje, ao Brasil superar as dificuldades momentâneas, mantendo
a política de tarifas baixas.
Neste primeiro de maio, dia do trabalhador, dia de quem vive
honestamente do suor do seu trabalho, quero reafirmar o compromisso do meu
governo no combate incessante e implacável à corrupção.
Novos casos tem sido revelados por meio do trabalho da
polícia federal e da controladoria geral da união, órgãos do governo federal.
Sei que a exposição destes fatos causa indignação e revolta
a todos – seja à sociedade, seja ao governo. Mas isso não vai nos inibir de
apurar mais, denunciar mais e mostrar tudo à sociedade, e lutar para que todos
os culpados sejam punidos com rigor.
O que envergonha um país não é apurar, investigar e mostrar
– o que pode envergonhar um país é não combater a corrupção, é varrer tudo pra
baixo do tapete.
O Brasil já passou por isso no passado, e os brasileiros não
aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a conivência.
É com esta franqueza que quero falar da Petrobras. A
Petrobras é a maior e mais bem sucedida empresa brasileira. É um símbolo de
luta e afirmação do nosso país. É um dos mais importantes patrimônios do nosso
povo.
Por isso, a Petrobras jamais vai se confundir com atos de
corrupção ou ação indevida de qualquer pessoa.
O que tiver de ser apurado, deve e vai ser apurado, com o
máximo rigor. Mas não podemos permitir, como brasileiros que amam e defendem
seu país, que se utilizem de problemas, mesmo que graves, para tentar destruir
a imagem da nossa maior empresa.
Repito, aqui, o que disse há poucos dias em Pernambuco: não
transigirei, de nenhuma maneira, em combater qualquer tipo de malfeito, ou atos
de corrupção, sejam eles cometidos por quem quer que seja.
Mas igualmente não ouvirei calada, a campanha negativa dos
que, para tirar proveito político, não hesitam em ferir a imagem desta empresa
que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas.
Trabalhadores e trabalhadoras,
Vocês lembram dos pactos que firmamos após as manifestações
de junho. Eles já produziram muitos resultados. Precisamos ampliá-los muito
mais.
O pacto pela educação, por exemplo, gerou a lei que
permitirá que a maior parte dos royalties e dos recursos do pré-sal seja
aplicada na educação.
Isso vai melhorar o salário dos professores e revolucionar a
qualidade do nosso ensino.
O pacto pela saúde viabilizou o Mais Médicos, e, em apenas
seis meses, já colocamos mais de 14 mil médicos em 3.866 municípios.
E o que é mais importante: estes números significam a
cobertura de atenção médica para 49 milhões de brasileiros.
O pacto pela mobilidade urbana está investindo 143 bilhões
de reais, o que permite a implantação de metrôs, veículos leves sobre trilhos,
monotrilhos, BRTs, corredores de ônibus e trens urbanos.
Com isso, estamos melhorando o sistema viário, e o
transporte público, nas cidades brasileiras.
Além de acelerar as ações destes pactos, é preciso agora,
sobretudo, tornar realidade o pacto da reforma política.
Sem uma reforma política profunda, que modifique as práticas
políticas no nosso país, não teremos condições de construir a sociedade do
futuro que todos almejamos.
Estou fazendo e farei tudo que estiver ao meu alcance para
tornar isso uma realidade. Foi assim que encaminhei ao congresso nacional uma
proposta de consulta popular para que o povo brasileiro possa debater e
participar ativamente da reforma política.
Sempre estive convencida que sem a participação popular não
teremos a reforma política que o Brasil exige. Por isso, além da ajuda do
congresso e do judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e
trabalhadora.
Temos o principal: coragem e vontade política. E temos um
lado: o lado do povo. E quem está ao lado do povo, pode até perder algumas
batalhas, mas sabe que no final colherá a vitória.
Viva o primeiro de maio!
Viva a trabalhadora e o trabalhador brasileiros!
Viva o Brasil!
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